São inacreditáveis alguns negócios no mercado da bola.
Welligton teve alguns momentos geniais no Cruzeiro e marcou alguns
gols antológicos.
Mas seus momentos de grossura foram muito superiores.
O torcedor azul, do mesmo jeito que o ama por sua
dedicação ao time, por sua fibra, odeia suas muitas lambanças.
Joga-se ao chão cavando faltas, tenta gols impossíveis sem
olhar o companheiro, briga com os adversários, irrita-se com os juízes, comete
faltas grosseiras e desnecessárias, erra lances infantilmente.
Mesmo com suas dificuldades, Wellington sempre passou
impressão de um jogador de grupo.
Um jogador que não se omite em campo.
Que gosta do Cruzeiro.
E principalmente de um jogador que gosta de jogar.
Todos nós já conhecemos jogadores assim desde nossas
peladas de rua, os que amam jogar.
Talvez por isso, por esse amor à bola, Wellington tenha
melhorado um pouco.
Uma melhora gradativa, constante, porém pequena.
Ficou três anos no Cruzeiro e nunca foi um titular
absoluto.
Sempre contestado, mesmo quando era o artilheiro do time, chegou a ser claramente rejeitado, hostilizado.
No último ano mesclou carinho e apreensão por parte da torcida quando entrou em campo.
Agora vai pro West Ham, um tradicional time de Londres,
rival do Chelsea, do Arsenal, do Tottenhan.
Sua rivalidade sanguínea, todavia, é contra o Millwall
que agora está na segunda divisão.
O West Ham inclui entre seus torcedores os mais terríveis
hooligans da Europa.
Quem assistiu o filme “Green Street Hooligans” pode ter
um vislumbre do que é a sua apaixonada torcida.
E nenhum jogador, nenhum time, enfrenta o West Ham
impunemente.
Seu estádio de 35 mil lugares fica cheio em todos os
jogos.
Contra os grandes ou contra os times médios e pequenos.
Penso que Wellington Paulista vai se dar bem por lá.
O seu jeito desassombrado e intempestivo de jogar deve
agradar o bando de loucos do time londrino.
É um time que tem mais de 100 anos e nunca foi campeão
inglês.
Sua melhor colocação foi um terceiro lugar.
Mas teve jogadores famosos.
Bobby Moore e Geof Hurst que foram campeões do mundo pela
seleção inglesa em 1966, e receberam da rainha o título de Sir.
Mais recentemente revelou Frank Lampard, Rio Ferdinand.
E pelo West Ham passaram também Tevez e Mascherano.
Steve Harris, baixista e líder do Iron Maiden jogou nas
categorias de base do West Ham antes de se tornar músico.
Continua sendo um fanático torcedor do time.
Estou curioso para ver Wellington Paulista nos próximos
jogos do West Ham no campeonato inglês.
Há jogadores que são medianos no início de carreira e, à
medida que envelhecem, melhoram muito.
Paulo Bayer foi um desses.
Era um lateral terrível.
Foi se tornando mais velho e deslumbrou em Goiás,
arrebentou no Paraná.
Há muitos casos assim.
Penso que será o caso de Wellington Paulista.
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