domingo, 6 de janeiro de 2013

UM CRUZEIRENSE ENTRE OS HOOLIGANS LONDRINOS




Wellington Paulista foi emprestado ao West Ham pelo Cruzeiro.
São inacreditáveis alguns negócios no mercado da bola.
Welligton teve alguns  momentos geniais no Cruzeiro e marcou alguns gols antológicos.
Mas seus momentos de grossura foram muito superiores.
O torcedor azul, do mesmo jeito que o ama por sua dedicação ao time, por sua fibra, odeia suas muitas lambanças.
Joga-se ao chão cavando faltas, tenta gols impossíveis sem olhar o companheiro, briga com os adversários, irrita-se com os juízes, comete faltas grosseiras e desnecessárias, erra lances infantilmente.
Mesmo com suas dificuldades, Wellington sempre passou impressão de um jogador de grupo.
Um jogador que não se omite em campo.
Que gosta do Cruzeiro.
E principalmente de um jogador que gosta de jogar.
Todos nós já conhecemos jogadores assim desde nossas peladas de rua, os que amam jogar.
Talvez por isso, por esse amor à bola, Wellington tenha melhorado um pouco.
Uma melhora gradativa, constante, porém pequena.
Ficou três anos no Cruzeiro e nunca foi um titular absoluto.
Sempre contestado, mesmo quando era o artilheiro do time, chegou a ser claramente rejeitado, hostilizado.
No último ano mesclou carinho e apreensão por parte da torcida quando entrou em campo.
Agora vai pro West Ham, um tradicional time de Londres, rival do Chelsea, do Arsenal, do Tottenhan.  
Sua rivalidade sanguínea, todavia, é contra o Millwall que agora está na segunda divisão.
O West Ham inclui entre seus torcedores os mais terríveis hooligans da Europa.
Quem assistiu o filme “Green Street Hooligans” pode ter um vislumbre do que é a sua apaixonada torcida.
E nenhum jogador, nenhum time, enfrenta o West Ham impunemente.
Seu estádio de 35 mil lugares fica cheio em todos os jogos.
Contra os grandes ou contra os times médios e pequenos.
Penso que Wellington Paulista vai se dar bem por lá.
O seu jeito desassombrado e intempestivo de jogar deve agradar o bando de loucos do time londrino.
É um time que tem mais de 100 anos e nunca foi campeão inglês.
Sua melhor colocação foi um terceiro lugar.
Mas teve jogadores famosos.
Bobby Moore e Geof Hurst que foram campeões do mundo pela seleção inglesa em 1966, e receberam da rainha o título de Sir.
Mais recentemente revelou Frank Lampard, Rio Ferdinand.
E pelo West Ham passaram também Tevez e Mascherano.
Steve Harris, baixista e líder do Iron Maiden jogou nas categorias de base do West Ham antes de se tornar músico.
Continua sendo um fanático torcedor do time.
Estou curioso para ver Wellington Paulista nos próximos jogos do West Ham no campeonato inglês.
Há jogadores que são medianos no início de carreira e, à medida que envelhecem, melhoram muito.
Paulo Bayer foi um desses.
Era um lateral terrível.
Foi se tornando mais velho e deslumbrou em Goiás, arrebentou no Paraná.
Há muitos casos assim.
Penso que será o caso de Wellington Paulista.

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