sábado, 5 de janeiro de 2013

RACISMO NO FUTEBOL. BRASIL x EUROPA



Quando eu era criança e assistia os jogos do Carijó, time da minha terra, era comum o insulto aos jogadores negros.
"Tição fidumaégua! Guimba de fogueira! Macaco!
Jogadores negros eram apelidados de Fumaça, Bola Sete, Pneu, Saci, Escurinho.
Havia torcedores especializados em insultar, e a torcida ria muito, apoiava.
No Brasil não se falava de racismo ou discriminação na década de 1950/60.
De 1970 em diante isto desapareceu dos estádios.
Frequentei muito o Mineirão e não me lembro de insultos racistas.
No século XXI o racismo ressurgiu muito forte na Europa.
Espalhou-se pela Ásia.
Pulou o Atlântico e infestou a América do Sul.
Aqui, é verdade, já tínhamos argentinhos chamando os brasileiros de macaquitos.
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Num jogo entre Palmeiras e Atlético Paranaense, Danilo, jogador do verdão, chamou o zagueiro Manoel de “macaco do caralho”.
Deu confusão.
O zagueiro levou suspensão de 11 jogos.
Felipão, técnico do Palmeiras na época e hoje na seleção da CBF, opinou: "Tudo isso é uma grande bobagem. É normal os atletas se ofenderem em campo. Tudo fica no campo e a vida segue."
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Um jornal paulista entrevistou Neymar e perguntou se ele já fora vítima de racistas.
A joia respondeu: "Nunca. Nem dentro, nem fora do campo. Até porque não sou preto, né?"
Na Bolívia jogaram bananas pro Neymar, mas ele esqueceu.
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Ronalducho: "Acho que todos os negros sofrem (com o racismo). Eu, que sou branco, sofro com tamanha ignorância."
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Jogaram banana pro Roberto Carlos quando ele jogava na Rússia.
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No sul do país, algumas torcidas imitam macacos quando há jogadores negros adversários em campo.
Não sei se fazem isso para insultar também os jogadores negros de suas equipes
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Durante a Eurocopa, Mário Balottelli foi retratado por um jornal como King Kong.
No jogo seguinte ele deu sua resposta.
Após marcar um gol, tirou a camisa e exibiu plenamente a pele negra.
O jornal teve que pular miudinho.
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Semana passada o Milan fez um jogo-treino contra o Busto Arsizio, time de segunda divisão na Itália.
Quando o milanês Kevin-Prince Boateng pegava a bola, os torcedores cantavam músicas racistas.
Insultavam.
Boateng é negro.
No meio do primeiro tempo, ele pegou a bola e mandou-a na torcida.
Tirou a camisa e saiu de campo.
Os outros jogadores do Milan o acompanharam.
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Seedorf, ex-milanista e atualmente no Botafogo, discordou.
Boateng deveria ter reagido de forma diferente. Deixando o campo ele manda um sinal, mas atos racistas ainda deve acontecer mais vezes. Não penso que isso mude muita coisa. Desse jeito estamos apenas dando a um pequeno grupo o poder de montar um circo com seu comportamento”.
Discordo de Seedorf.
Se toda vez que isto acontecer o atleta e sua equipe deixarem o campo, os próprios torcedores vão impedir que racistas se infiltrem na torcida.
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Racismo não pode passar batido.
Tem que ser rebatido.
Na lata.

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