domingo, 31 de março de 2013

DANILO, O GRANDE DESTAQUE DO CORÍNTHIANS

Hoje, contra o São Paulo, Danilo fez um bonito gol.
Ele sempre marca.
Não é um goleador, mas marca gols.
E é o jogador mais eficiente do Timão.
Na Copa de Clubes da Fifa jogou muito bem.
Foi o grande destaque.
Atuação impecável.
Individual e taticamente.
Quando estas coisas se juntam, encontramos o craque em sua maturidade.
O normal é que vejamos grandes atuações individuais e falhas táticas.
É o que acontece com Neymar.
E não acontece com Danilo, desde seus tempos de São Paulo.
Danilo entende o jogo.
Entende de futebol.
Ele não apenas joga bola.
Ele é um jogador de futebol.
Recompõe, combate, desarma, arma, passa sem erros, cabeceia e chuta bem.
E marca gols.
É estranho que nunca tenha sido convocado para a seleção.

UMA ASSOMBRAÇÃO CHAMADA MANO

Dizem que o nome desta assombração é murmurado no Verdão.
Uns negam, outros fazem cara de talvez...
Kleina sente uns arrupeios na moleira.
Mas pode ser que a assombração Mano queira distância do Parque Antártica.
Aquele lugar já descarregou suas iras em cima de Luxemburgo, Muriy e Felipão.
Agora está futucando os intestinos de Kleina.
Mas a assombração Mano pode estar também rondando a Gávea.
Jorginho chegou com esperanças celestiais.
Depois de três jogos ruins elas se tornaram mundanas.
Aquele lugar também já descarregou suas iras em cima de muita gente.
De modo que a assombração Mano pode voltar suas brancuras para o sul.
O Grêmio, rico e recheado de estrelas, vem tropeçando nas próprias pernas.
Luxemburgo ainda está vivendo de uma única e solitária vitória. 
Aquela sobre o Fluminense, lá no Rio.
Convincente.
Depois disso manquitolou, arrastou-se e hoje cedeu empate ao Passo Fundo.
Está em segundo no Gauchinho.
O que é a mesma coisa de estar em último.
Se cair na Libertadores, Luxa perde o posto.
O fantasma de Mano parece ter preferências pelo sul.

GALO DESMONTA O TUPI E VAI CAÇAR PAULISTAS

O Atlético desmontou o Tupi hoje à tarde no Independência.
Quinze mil espectadores.
Está classificado para o quadrangular final, um ponto atrás do Cruzeiro.
Goleou por 4 a 1 e foi muito superior em campo.
Ruim foi a contusão de Bernard.
Ombro deslocado que pode tirá-lo das próximas partidas.
Os gols do Atlético foram marcados por Réver, Jô, Josué e Ronaldinho. 

Réver é o artilheiro do time com seis gols, ao lado de Jô.
Hoje fez o mais bonito gol do jogo, batendo de primeira, de fora da área, no ângulo esquerdo do gol adversário.
Aliás, todos os gols foram bonitos.
Quando um time está bem, a plasticidade aparece.
O pequeno Josué, estreando, fez o seu.
Finalizou linda troca de passes.
Josué foi grande contratação.
Os outros gols foram de Ronaldinho e de Jô.
Com a vitória, o Galo se garantiu no primeiro ou no segundo lugar na classificação do mineiro revezando com o Cruzeiro.
Aí vencerão os que ficarem em terceiro e quarto lugares e decidirão o título. 
Nenhuma novidade.
Já na Libertadores, além de permanecer em primeiro lugar, a missão é despachar o São Paulo.
Melhor enterrar os paulistas agora que estão frágeis do que encontrá-los mais adiante, fortes.
Se o Galo terminar como melhor colocado e o são Paulo classificar-se com a pior campanha, a probabilidade de se encontrarem no primeiro mata-mata é grande.
Pra quê dar sopinha ao azar, fortalecê-lo?
Melhor o Sarandi do Fim do Mundo - terra do Papa - ou o Strongest boliviano.

O CONFUSO FLAMENGO DE JORGINHO

Jorginho chegou e, até agora, mais atrapalhou do que ajudou o Flamengo.
O time ficou bagunçado.
E Jorginho contribuiu para isso.
Hoje, perdeu para o Audax em Moça Bonita.
Armou o time de modo ineficaz.
Defesa desprotegida.
Nenhuma organização nas transições de defesa ataque e vice-versa.
Substituições tolas.
Uma delas, maldosa.
Assim: colocara o jovem Nixon no lugar do artilheiro Hernane.
Aos 41 do primeiro tempo, depois que Nixon perdeu um gol, tirou-o de campo e colocou Hernane.
A substituição pareceu um castigo.
Um castigo evangélico.
Podia ter esperado pelo intervalo, né Jorginho?
O Flamengo jogou pilhado e mal organizado.
Viveu de cruzamentos do Leo Moura e do João.
Levou um gol e pressionou pelo empate.
Empatou e podia ter virado.
Mas cedeu contra ataques.
O zagueiro Alex, depois de sua contusão e recuperação no  Cruzeiro não está bem.
O lançamento que passou por ele e resultou no gol da vitória do Audax deu a dimensão de sua dificuldade atual.
Dificuldade em antecipar e depois em se recuperar.
Cadê velocidade?
E joga sem proteção nenhuma.
Exposto.
Nervo exposto dói demais.
Elias, que já foi saudado como titular da seleção nos seus tempos de Corínthians, é apenas uma sombra.
A substituição de Dorival ainda vai doer muito na Gávea.

sábado, 30 de março de 2013

CRUZEIRO VENCE POR 4 a 2, MAS NÃO CONVENCE

O Cruzeiro venceu o Vila Nova no velho Alçapão do Bonfim por 4 a 2.
Pode parecer, pelo resultado, que venceu e se impôs.
Não foi assim.
O Vila Nova dominou o jogo em geral.
Teve mais e melhores chances de marcar.
Apresentou um time mais organizado.
Mas acabou cedendo dois gols em falhas individuais muito explícitas. 
O primeiro de Borges e o quarto de Ricardo Goulart.
O Cruzeiro ganhou porque tem melhores jogadores individualmente.
Jogadores mais capazes de decidir.
Na hora de finalizar o bom jogador faz diferença a favor do seu time.
Assim foi.
A defesa do Cruzeiro - agora com Paulão e Léo - foi insegura.
Cedeu dois gols e cometeu mais um pênalte.
Não consegue formar duas linhas de quatro quando é atacada.
Forma um bololô desabrido que se apavora e permite tabelas dos atacantes adversários.  
O meio de campo é confuso.
Guerreiro nem é volante, nem é terceiro zagueiro.
É um transeunte perdido. 
Com a entrada de Tinga no lugar de Éverton Ribeiro, além de confuso, o meio de campo ficou atabalhoado.
O ataque tem sido o setor mais eficiente, embora Dagoberto ainda esteja jogando de menos.
Ricardo Goulart entrou no lugar de Diego Souza quando o jogo estava 2 a 2 e marcou duas vezes.
Foi mais participativo que o Diego.
Élber entrou no lugar de Dagoberto e jogou também pela esquerda.
Improdutivo. 
Élber sempre jogou pela direita.
O Cruzeiro parece refratário ao que tem treinado.
Porque deve haver algo nos treinamentos: estratégias para transições defesa/ataque e ataque/defesa; troca de passes para preparar infiltrações; deslocamentos, etc.
Digo que o time parece refratário porque o seu jogo não flui.
Os erros de passe são demasiados.
Há muita ligação direta, bola quebrada indo e voltando.
E para entornar o caldo, o técnico Marcelo Oliveira, acreditem, foi expulso hoje, logo no início do jogo.
O que leva um ex-jogador e agora técnico, com quase sessenta anos, fazer reclamações que recomendam expulsão?
Desequilíbrio emocional.
Imaturidade.
Despreparo.
Inaceitável o modo como os técnicos brasileiros reclamam.

LUCAS, NEYMAR E BERNARD: O ATAQUE DOS SONHOS

Lucas, Neymar e Bernard seriam os meus atacantes numa seleção ideal.
São velozes.
Habilidosos.
Goleadores.
Sabem trocar passes de primeira e se deslocar com precisão.
Do jeito que a bola chega eles batem para o gol, passam ou dominam.
Bernard, pela esquerda, volta e recompõe a defesa como poucos.
Sabe defender, tomar a bola.
Lucas, da mesma forma, volta e recompõe o time pela direita.
Neymar, com isso, ficaria livre mais à frente.
Como Messi fica no Barcelona.
Como os dois atacantes de lado voltam, não é necessária a presença de um volante fixo à frente dos zagueiros.
Assim, o meio de campo poderia ser formado por Paulinho, Ramires e Oscar.
Como os três marcam gols, o time ficaria com seis goleadores.
Seria uma baita preocupação para as defesas adversárias.
E a defesa não ficaria desprotegida.
Na recomposição estariam Bernard, Lucas e mais Paulinho, Ramires e Oscar.
Sabe qual o problema dessa formação?
Felipe Scolari.
Ele detesta jogadores pequenos.
Um ataque com três baixinhos nunca fará parte dos seus planos.
Se bobear, ele barra Neymar e forma sua linha ofensiva com Diego Fortão, Hulk Fortão e Fred Fortão.
E ficará felicíssimo.

A LOROTA DO "LEGADO DA COPA"

De modo irritante se fala sobre legado da Copa, legado da Olimpíada.
Isto já me encheu o saco.
É uma grande bobagem.
Quem se propõe a fazer uma festa, vai gastar.
O legado da festa é que os convidados vão se lembrar dela com alegria.
Se for uma boa festa, claro.
Dirão: fulano fez uma grande festa; é um bom anfitrião; a família dele foi super gentil, nós precisamos convidá-lo também pra nossa festa, etc.
O legado é a alegria que fica e que vai.
A vontade de voltar, de reencontrar.
As lembranças.
Se alguém dá uma festa pensando em auferir lucro, está fazendo como o profissional de festas, o malfadado promoter. 
Um chato que apregoa festas em bares, boates, sítios, hotéis.
Aquilo não é festa.
É comércio onde pessoas pagam para entrar e pagam por tudo que consomem.
Muitas vezes pagam por pessoas consumíveis também.
A Fifa vai lucrar? 
Vai.
Ela é a empresária dos artistas.
A festa não está sendo dada por ela, mas pelo país. 
Da Copa do Mundo ficarão belos estádios, alguma melhoria no entorno deles, alguns hotéis e outros negócios.
Os gastos públicos devem ser acompanhados, fiscalizados.
Haverá falcatruas, superfaturamentos, roubos - como o Mineirão construído e reformado com dinheiro público e cedido a uma empresa particular graciosamente pelo governo de Minas.
Como o Maracanã que também será "doado", para não dizer roubado.
Na Copa e na Olimpíada haverá aquilo para o qual o sistema foi feito.
A busca incessante por lucro.
A qualquer preço, em qualquer greta, em qualquer tempo.
Com ou sem festa haverá falcatrua.
O cerne do sistema é corrupto.
Daí...
Dizer que não devemos fazer a festa da Copa ou da Olimpíada para evitar falcatruas é rematada tolice.
Fiscalizar, sim, é importante.
Não vai melhorar nada, mas talvez não piore demais.
Mas ficar na ladainha moralista de que não temos condições de fazer a Copa ou a Olimpíada é enfadonho e tolo.
O legado de festas assim não pode ser medido.
Pode ser apenas sentido.
Como os alemães que se reencontrarm em alegria e orgulho nacional por sua copa.
Mas os moralistas, os mesmos que defendem o sistema corrupto, fazem questão de alardear a penitência festiva como remédio contra a corrupção.
Cambada de chatos.

sexta-feira, 29 de março de 2013

AS MAIORES TORCIDAS DO BRASIL: PESQUISA FAJUTA?



Semana passada o Instituto Pluri Stochos Pesquisas e Licenciamento Esportivo revelou as 10 maiores torcidas do Brasil.
Os times estão posicionados assim:

  1. Flamengo – 16,8%
  2. Corinthians – 14,6%
  3. São Paulo – 8,1%
  4. Vasco – 5,0%
  5. Palmeiras – 4,9%
  6. Cruzeiro – 3,8%
  7. Santos – 3,4%
  8. Grêmio – 3,0%
  9. Atlético Mineiro – 2,6%
  10. Internacional – 2,5%

Seguindo os números da pesquisa, Cruzeiro e Atlético teriam 6,3% dos torcedores brasileiros.
Como o Brasil tem 194 milhões de habitantes, os dois times juntos teriam cerca de 12 milhões de torcedores.
É pouco mais da metade dos 20 milhões de habitantes que vivem em Minas.
E Minas é dividida quase que meio a meio entre alvinegros e azuis.
Sem contar os torcedores que estes times têm em outros estados.
Os números não me convencem de que a pesquisa é séria.
De outro lado, a torcida do Flamengo que não vai a campo – no último jogo foram 723 testemunhas - é calculada em 16,8% da população, ou seja, 32,6 milhões.
Eu gostaria muito de saber como são feitas estas pesquisas.
Gostaria de conhecer os questionários.
Saber como os questionários são apresentados aos torcedores.
Qual o número de torcedores pesquisados.
Quais regiões e localidades foram pesquisadas.  
Nenhum dos institutos que pesquisaram número de torcedores, até hoje, abriu seus questionários, seus métodos e revelou o nome do cliente que fez a encomenda.
Pesquisas assim podem não valer para o torcedor que vai a campo, mas vale muito entre negociantes e patrocinadores.
Cruzeiro, Galo, Inter, Grêmio deviam encomendar suas próprias pesquisas.

TORCIDA SANTISTA VAIA NEYMAR

Neymar foi vaiado na Vila Belmiro no jogo contra o fraco Mogi Mirim.
Jogo válido pelo medonho campeonato paulista.
O craque foi mal e os torcedores não perdoaram.
Pouca gente no estádio.
A vaia em estádio vazio é terrível.
Cada grito pode ser identificado. 
É como se fosse uma ofensa pessoal. 
Em fase ruim, sem marcar gols... 
Seis jogos de seca.
Duas partidas ruins na seleção.
Em decorrência delas, suportou mais uma vez as ironias dos ingleses.
Talvez aceite que adversários o chamem de pipoqueiro, de cai-cai, de Mickey Mouse.
Mas ser vaiado pelos próprios torcedores pode ter sido a gota d'água que afogou sua vontade de permanecer no Santos.
Quando o hostilizavam fora de casa, ele era acolhido nos braços da torcida praiana.
Agora, ela também hostiliza.
Depois de ser vaiado, ficar só se justificará por um contrato altíssimo.
Maior do que ganharia na Europa.
E o time, ainda por cima, é mal dirigido por Muricy.
Montilho, que foi contratado como aquele capaz de dividir com ele a atenção das  defesas adversárias, negou fogo.
Ficar até depois da Copa e ganhar para si o que o Santos receberia ao vendê-lo hoje parece que já não empolga.
Se ele andava estressado e sem graça, as vaias na Vila Famosa podem ter balançado sua convicção de permanecer até 2014.
Pode ser que, no meio do ano ele deixe o Brasil. 
Pelé nunca foi vaiado pelos santistas.
Tostão nunca foi vaiado pelos azuis.
Reinaldo nunca foi vaiado pelos atleticanos.
Zico nunca foi vaiado pelos flamenguistas.
Ademir da Guia nunca foi vaiado pelos palmeirenses.
O que faz com que, hoje, um grande ídolo, nascido nas divisões de base do time onde joga, seja vaiado por seus torcedores?
"Depois de tudo que eu fiz?", queixou-se Neymar.
Talvez os grandes craques que citei acima, tivessem uma identificação diferente com seus times. 
Não ganhavam tanto.
Não eram multimilionários.
Não eram estrelas de um mundo de fantasias e negócios dos quais pouco se sabe.
Certamente o mundo deles e o mundo dos seus torcedores fosse mais próximo.
O mundo de Neymar nada mais tem em comum com o mundo em que vivem os torcedores santistas.
Pressinto que os torcedores do Barcelona nunca hão de vaiar o Messi.
Messi, por suas ações, talvez não deixe que seu mundo pareça tão diferente do mundo onde vivem os torcedores do Barça.
Neymar pode aprender com isso. 

O JORNALISMO ESPORTIVO DA GLOBO PODE TUDO?

Caio Ribeiro, da TV Globo, culpou Gilson Kleina pela goleada de 6 a 2 frente ao Mirassol e endossou a demissão do treinador.

Considero detestável um jornalista pedir a dispensa de um trabalhador. (Caio, como comentarista, estaria sujeito a uma "lei de imprensa" se ela existisse.)
Um jornalista pode e deve tecer críticas ao trabalho feito, mas pedir a demissão de alguém
O jornalismo esportivo da Globo pode tudo? 
Caio sempre foi  um comentarista "boa gente"...
Marcou sua participação nos programas da Globo/SporTV evitando qualquer atrito...
Evitando críticas mais duras...
Mas não perdoou o Kleina:  “Eu não acho que seja nenhum absurdo se o Kleina for demitido”
E, de modo surpreendente, continuou pegando pesado:  “Tenho alguns questionamentos a fazer e acho que o torcedor palmeirense também tem que fazer. Porque o Kleina levou jogadores para a Ponte Preta e para o Palmeiras não? Porque joga com tantos volantes? Porque o Weldinho, que era terceiro reserva no Corinthians, no lugar do Ayrton?”
Caio, ex-jogador, é amado pelos boleiros.
Trata todos eles com respeito.
Com indisfarçável carinho. 
Foi eleito por eles como melhor comentarista de TV na enquete UOL. 
Penso que foi claro corporativismo.
Não lhe tiro nenhum mérito, mas ele está longe de ser o melhor comentarista da TV brasileira.
Da eleição em diante, gradativamente, o comportamento dele mudou.
Tornou-se, eu acho, um pouco mais duro.
Eu o acompanho no Bem Amigos.
Vejo que ele, agora, é capaz de dizer coisas num tom diferente.
Num tom que o título de melhor comentarista da televisão lhe dá o direito de usar.
Pode ser vaidade, pode ser a idade acumulando algumas certezas.
No caso de Kleina, todavia, seus comentários pedindo a cabeça to técnico ultrapassaram o impulso da mera vaidade
E careceram de maturidade.
Passaram a impressão de que ecoou o vestiário.
Que ele tenha amigos dentro dos vestiários é fácil de se entender.
Muitos dos seus ex-companheiros ainda jogam, outros integram comissões técnicas, etc.
Que ele fale com esses ex-companheiros também é fácil de se entender.
Pode não ter nada a ver, mas o comentário parece aquela resenha de boleiros, disse-me-disse de camarim.
O cara fez isso e não fez aquilo, deixou fulano na geladeira e tal, não vai se comprometer, etc.
Caio questionou um jogador no lugar de outro baseado em quê?
Ele acompanhou treinos do Palmeiras? 
Pior ainda, ele convocou a torcida para questionar o trabalho do treinador.
Mesmo sabendo o que "questionar" significa para a banda podre da torcida do Verdão.
Sua dura e surpreendente crítica também remete a uma coleção de dados que algum empresário de jogador ou de técnico desempregado também teria.
Kleina pode não ser um grande nome no meio dos treinadores.
Mas o Palmeiras, nos ultimos tempos, derrubou todos os bons.
Derrubou Muricy.
Derrubou Luxemburgo.
Derrubou Felipão.
Quem será que o Caio Ribeiro colocaria no lugar de Gilson Kleina?
Ou ele não queria a cabeça de Kleina, mas só escalar alguns jogadores que estão na reserva?
Pedir a cabeça de um treinador é uma covardia.
Ou ele ficaria feliz se um colega de imprensa pedisse a cabeça dele? Inconsequências como esta inspiram desconfianças.
Algumas tolas, outras bem cabeludas.

quinta-feira, 28 de março de 2013

RONALDO NAZÁRIO E GLOBO: A ÉTICA ATROPELADA

Ronaldo Nazário, depois de ser Fenômeno como centro avante é, agora, um bem sucedido empresário.
Sua empresa "9ine" cuida da carreira de vários jogadores, dentre eles, Neymar;
É, ainda, Garoto propaganda e Celebridade de reallity show (aquele do emagrecimento);
É dirigente do Comitê Organizador da Copa 2014;
Por último, "para nossa alegria" como poderia dizer o Galvão, foi contratado pela TV Globo para ser comentarista na Copa.
Pode?
É como se o empresário do Cristiano Ronaldo fosse contratado pela TV espanhola para comentar os jogos do Real Madri.
Ou o empresário do Messi fosse comentarista da TV argentina na copa.
Pode-se esperar isenção de um comentarista desses?
Claro que não.
Pode-se relevar, de Ronaldo, os cigarros incompatíveis com a vida de atleta.
Fica na conta do vício, fraqueza humana dura de se enfrentar.
Pode-se relevar sua obscura noitada de droga com os travestis.
Fica na conta da intimidade humana escandalizada.
Pode-se relevar sua obesidade nos derradeiros tempos de jogador.
Fica na conta do incontrolável das compensações que o corpo opera pelo espírito.
Pode-se relevar sua recuperação física no Flamengo e a assinatura de contrato com o Corínthians.
Fica na conta dos interesses financeiros pessoais e da liberdade do trabalhador. 
Pode-se relevar seu convite ao colega jogador para "apertar um" após o jogo.
Afinal, qual o problema de fato com a maconha?
Pode-se relevar seu esbanjamento com festas, iates e mansões.
Ele não ganhou dinheiro para virar madre Teresa.
Mas assinar contrato para comentar jogos dos seus contratados não pode ser relevado.
Aí é falta de ética.
Mesmo.
No duro e no mole.
E só para não dizer que não falei das flores: foi a TV Globo que contratou o comentarista.
Ao contrário de Ronaldo Nazário, da Globo nada se pode relevar.
Não é um ex-famoso jogador com entendimento, digamos, superficial sobre questões éticas.
A Globo, quando atropela a ética, o faz com conhecimento de causa.
Ela não teve a menor preocupação ética.
E se pegou com ele em profundo e fedorento gosto.

O ENGANOSO AUTUORI AGORNA NO VASCO

O Vasco da Gama está mergulhado em crise.
Sua crise é financeira.
O clube está sem dinheiro, afundado em dívidas impagáveis.
Jogadores e funcionários com salários atrasados.
Isto vem se arrastando desde o antigo presidente, o não suficientemente culpado Eurico Miranda.
Ele e sua gente afundaram o Gigante da Colina num baixio de lama podre.
Deu lugar na presidência para o maior ídolo do clube, Roberto Dinamite. 
Visto de início com esperança é, agora, quase um continuador da obra nefasta do outro.
Mesmo quando fez boa campanha no brasileiro, sob o comando de Ricardo Gomes, o time foi como um cavalo na árvore.
Ninguém sabia como ele foi parar lá em cima.
Mas todos sabiam que iria cair.
Caiu com estrondo.
Perdeu vários jogadores.
Doente, Ricardo Gomes deixou o comando do time para Cristóvão.
Demitido Critóvão, foi a vez de Gaúcho.
Que dias atrás foi demitido para a contratação de Autuori.
Quatro comandantes em menos de um ano.
O cavalo caído da árvore está manquitolando rumo à ribanceira.
Autuori ganhou um campeonato brasileiro, duas Libertadores e um Mundial.
É um técnico que teve a deusa Fortuna ao seu lado durante muito tempo.
Seus times sempre jogaram feio.
Jogaram mal.
E ganharam.
Dá-se ares de professor catedrático.
Rompantes de sábio: "Eu trabalho por conceito".
Pegou times que podiam vencer competições como Cruzeiro e São Paulo.
Venceu.
Mas os times jogavam mal.
E, logo depois das conquistas, ele deixava o time e se enfurnava entre árabes ou japoneses.
Com esta ténica de sumiço oriental, conservou sua mística de vencedor.
Fez assim nos dois times.
Deixou o sortudo e fraco Cruzeiro, campeão da Libertadores em 1997 para Nelsinho Batista que perdeu o mundial para o Borússia.
Mesmo assim, anos depois, os Perrela o reconduziram aos azuis. 
Sua última passagem pela Toca da Raposa foi desastrosa.
O time goleado em campo e ele fugindo, dizendo que não dirigiria mais o time, culpando os jogadores.
Uma coisa deprimente.
Pegou mal pra carreira dele, fechou-lhe o mercado.
Fugiu para o Oriente Médio e ficou por lá anos e anos.
Técnicos brasileiros são bem aceitos no Iraque, no Qatar, nas Arábias, no Japão. 
Seu único trabalho verdadeiramente bom no Brasil foi o campeonato brasileiro com o Botafogo.
Em 1995.
Agora, depois de esquecida sua desastrosa passagem pelo Cruzeiro, está de volta.
Como se trata de técnico caro, dizem que assinou com o Vasco, não por interesse financeiro.
Mas "porque agora é movido apenas por desafios".
Se o São Paulo  o tivesse chamado... mas JJ lembra-se muito bem dele, mesmo vitorioso.
Lembra-se daquele time mal treinado.
Não quis repetir o mesmo erro que fez quando contratou Emerson Leão.
O primeiro jogo de Autuori foi contra o fraco Olaria.
O que já era ruim - o elenco do Vasco é frágil - ficou pior.
Empatou de 0 a 0 tomando sufoco dos suburbanos. 
Autuori chegou com o crédito dos vencedores.
E ele o é.
Ou, pelo menos, ele o foi.

BRASIL E RÚSSINA: UMA SENHORA "PELADA"

Brasil e Rússia foi um joguinho fuleiro.
Um número altíssimo de passes errados.
De jogadas ininteligíveis.
Péssimas transições defesa/ataque.
Na defesa, a duas seleções até que se portaram bem, favorecidas pelos ataques ruins.
Os russos criaram mais oportunidades de marcar.
Jogaram no contra ataque.
Os brasileiros também jogaram preparando-se para o contra ataque.
Uma total falta de bom senso.
Dos dois treinadores.
Mas não se pode esperar nada de Fábio Capello e de Felipe Scolari.
Os dois foram ultrapassados pelo tempo em que vivem fisicamente.
Repetem fórmulas que, em outra época, lhes renderam vitórias.
E sobrevivem de algo que não existe mais.
No duro, os dois foram rejeitados por times grandes do mundo.
Capello chegou a ser dispensado do Real Madri, anos atrás, depois de vencer o campeonato espanhol.
O time ganhou envergonhando.
Felipão foi dispensando do Chelsea, afundou-se num Azerbaijão ou Usbekstão, rebaixou o Palmeiras à segundona.
No mole, foram contratados por seleções cujos dirigentes bebem águas de um passado sombrio.
Se o malfadado José Maria Marin fosse o técnico da seleção, ela jogaria o mesmo "mais ou menos" que jogou.
E jogou esse "mais ou menos" porque tem ótimos jogadores.
Mas é uma seleção que não foi treinada.
Não faz jogo coletivo.
O que é que mantem pessoas ultrapassadas pelo seu tempo no topo de algumas instituições ou atividades?
Apenas o corporativismo?
Muitos - e Tostão está entre eles - acreditam que Scolari, embora sem qualquer reflexão científica, tem méritos intuitivos.
Teve, Tostão, teve.
A intuição não anda à frente do tempo de quem intui.
E o intuitivo Felipão vive no passado.
Junto com Parreira, Murtosa, Marin.

O PÉSSIMO CRUZEIRO DE MARCELO OLIVEIRA

O Cruzeiro está jogando muito mal sob o comando de Marcelo Oliveira.
Lidera o campeonato mineiro, mas não convence, não é um bom time.
Teve uma vitória convicente sobre o Galo, na inauguração do Mineirão e foi só.
Naquele jogo o Atlético jogou de terno, gravata e sapatos de verniz, preparando-se para a Libertadores.
No último jogo, contra a Caldense, venceu por 2 a 1.
Uma virada estapafúrdia.
Um pênate inexistente e um gol de impedimento.
Virada no "apito companheiro", como diz a gíria do favorecimento.
É inacreditável como os times grandes são favorecidos pela arbitragem.
Repete-se no futebol o que se constata na sociedade.
Os mais ricos são os mais favorecidos.
Vê-se que o time não é bem treinado.
Não consegue trocar meia dúzia de passes.
Zagueiros fazem lançamento para o centro-avante.
Meio campístas correm com a bola por trinta metros, param, recuam a bola para a defesa.
Todos adoram correr com a bola.
Só a contragosto dão um passe.
"Epa, a bola é minha".
E tome cruzamentos "cavadinha Yustrich" para o meio da área.
Contra defesas bem fechadas como estava a da Caldense,  esse tipo de jogo baseado na individualidade é improdutivo.
Marcelo Oliveira prometia arejar o jogo dos azuis.
Não areja.
Até agora, não.

quinta-feira, 21 de março de 2013

O gol é um detalhe: NEY FRANCO E O BOICOTE

O gol é um detalhe: NEY FRANCO E O BOICOTE: Pode ser que Ney Franco continue dirigindo o São Paulo depois da fase de classificação da Libertadores. Classificando-se ou não. Mas não f...

NEY FRANCO E O BOICOTE

Pode ser que Ney Franco continue dirigindo o São Paulo depois da fase de classificação da Libertadores.
Classificando-se ou não.
Mas não ficará por muito tempo.
Já colocaram a vassoura atrás da porta.
Vassoura atrás da porta é mandinga forte pra mandar embora visitantes indesejáveis.
E Ney é visitante indesejável no São Paulo.
Lá, os moradores reais são, hoje, Rogério Ceni, Lucio, Luis Fabiano e Ganso que, por último, se juntou a eles.
O que se vê, claramente, é um deslavado boicote.
Os boicotes são organizados por quem está decaindo.
Na política, nas artes, no esporte.
Quem está decaindo culpa alguém por sua decadência.
"Nós não temos culpa. A culpa é dos outros".
Daí por diante sentem-se isentos.
Mais que isentos, injustamente prejudicados.
E podem imputar ao outro, tudo o que fazem de improdutivo.
Entre os políticos será um presidente, um governador; entre artistas será um maestro, entre atletas será um técnico, etc.
E a imprensa serve de linha de transmissão para a corrente do boicote.
Ele começa no grupo insatisfeito, repercute na galera através da imprensa.
Daí para o "burro, burro, burro" é um segundo.
Em seguida, surgem as faixas, as declarações de dirigentes, os muros pichados.
Então, conforme a história anunciada, o técnico é dispensado.
Quem virá para substituí-lo?
E acontece uma pequena novela, mini série que exalta valores, esforços da diretoria, espasmos e histeria de torcedores.
Torcedores, em geral, são histéricos.
Por fim... o substituto. 
O salvador com um discurso de contracapa de livros de auto ajuda.
Os boicotadores então acolhem o novo (o novo é lindo!).
Acercam-se dele, buscam garantir suas posições de intocáveis.
Como já estão decadentes, fracassarão mais adiante.
Outra vez.
E o mesmo velho ciclo recomeça.
No São Paulo, muitos técnicos caíram nos últimos quatro ou cinco anos.
No Flamengo, também.
No Vasco, alguns.
Nas várias sinfônicas e filarmônicas, inúmeros.
Para interromper este ciclo é preciso uma faxina geral.
O Corínthians fez a sua quando caiu para a segundona.
O Galo também, com a eleição de Kalil.
O Cruzeiro fez uma faxina da era Perrela.
O Flamengo está fazendo sua faxina da era Patrícia.
O São Paulo carece de uma faxina da era Juvenal.