quinta-feira, 28 de março de 2013

RONALDO NAZÁRIO E GLOBO: A ÉTICA ATROPELADA

Ronaldo Nazário, depois de ser Fenômeno como centro avante é, agora, um bem sucedido empresário.
Sua empresa "9ine" cuida da carreira de vários jogadores, dentre eles, Neymar;
É, ainda, Garoto propaganda e Celebridade de reallity show (aquele do emagrecimento);
É dirigente do Comitê Organizador da Copa 2014;
Por último, "para nossa alegria" como poderia dizer o Galvão, foi contratado pela TV Globo para ser comentarista na Copa.
Pode?
É como se o empresário do Cristiano Ronaldo fosse contratado pela TV espanhola para comentar os jogos do Real Madri.
Ou o empresário do Messi fosse comentarista da TV argentina na copa.
Pode-se esperar isenção de um comentarista desses?
Claro que não.
Pode-se relevar, de Ronaldo, os cigarros incompatíveis com a vida de atleta.
Fica na conta do vício, fraqueza humana dura de se enfrentar.
Pode-se relevar sua obscura noitada de droga com os travestis.
Fica na conta da intimidade humana escandalizada.
Pode-se relevar sua obesidade nos derradeiros tempos de jogador.
Fica na conta do incontrolável das compensações que o corpo opera pelo espírito.
Pode-se relevar sua recuperação física no Flamengo e a assinatura de contrato com o Corínthians.
Fica na conta dos interesses financeiros pessoais e da liberdade do trabalhador. 
Pode-se relevar seu convite ao colega jogador para "apertar um" após o jogo.
Afinal, qual o problema de fato com a maconha?
Pode-se relevar seu esbanjamento com festas, iates e mansões.
Ele não ganhou dinheiro para virar madre Teresa.
Mas assinar contrato para comentar jogos dos seus contratados não pode ser relevado.
Aí é falta de ética.
Mesmo.
No duro e no mole.
E só para não dizer que não falei das flores: foi a TV Globo que contratou o comentarista.
Ao contrário de Ronaldo Nazário, da Globo nada se pode relevar.
Não é um ex-famoso jogador com entendimento, digamos, superficial sobre questões éticas.
A Globo, quando atropela a ética, o faz com conhecimento de causa.
Ela não teve a menor preocupação ética.
E se pegou com ele em profundo e fedorento gosto.

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