quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

NÃO BASTA JOGAR SEM TORCIDA, O CORÍNTHIANS DEVE SER EXCLUÍDO DA LIBERTADORES


Chega notícia de que, preliminarmente, o Corínthians atuará sem a presença de torcedores nos jogos restantes da Libertadores da América.
Esta seria a punição da Commebol.
Para a qual, afirma rapidamente o melífluo Lino do SporTV, há recurso.
Acho pequena a punição.
Ridícula.
Um tapa na cara da gente honesta.
O Corínthians merece ser excluído da Libertadores.
Impedido de disputá-la nos próximos anos.
E não me venham dizer que basta apurar quem foi o assassino que disparou o sinalizador que matou Kevin Beltran, de 14 anos e condená-lo.
É preciso que o Corínthians seja punido.
Há diretores corintianos e até jornalistas (?) dizendo que a culpa é da Polícia Boliviana que deveria ter feito uma busca maior para impedir a entrada dos assassinos com seus sinalizadores.
Dizem ainda que a responsabilidade caberia ao San José que era o mandante do jogo. 

Dá vergonha ouvir esses argumentos.
O governo inglês já ensinou como essa corja das organizadas deve ser tratada.
Lembram-se dos 38 mortos em 1985 no conflito entre as torcidas do Liverpool e Juventus?
O jogo foi disputado em Bruxelas.
Mas o governo chefiado por Margaret Tchatcher tomou uma decisão exemplar.
Impôs que os clubes ingleses não participassem de nenhuma competição fora do país.
Por cinco anos.
E assim foi, os clubes ingleses não participaram de qualquer competição fora do país.
A Uefa confirmou a punição exemplar.
Os clubes são responsáveis pelos atos de seus torcedores.
Os diretores do Corínthians, para evitar a punição, estão, agora, negando vínculos com as suas organizadas.
Dá vergonha.
Penso que a presidenta Dilma poderia repetir aqui a medida do governo inglês que acabou com a vida mansa dos hooligans.


CORÍNTHIANS SERÁ EXCLUÍDO DA LIBERTADORES?

Kevin Beltrán Espada, um garoto boliviano de 14 anos, foi assassinado ontem no jogo entre San José e Corínthians.
Assassinado por um torcedor brasileiro, corintiano, que o atingiu com um sinalizador marítimo.
Para além de homicídio, lançar um sinalizador contra uma torcida adversária, é ato de terrorismo. 
Conforme imagem mostrada na TV.
Nove torcedores foram detidos pela polícia boliviana, oito homens e uma mulher.
Diz a polícia que muitos outros sinalizadores foram apreendidos.
Segundo o jornalista Ricardo Perrone, um dos diretores da Gaviões da Fiel está entre os detidos pela polícia boliviana.
Outra morte envolvendo uma organizada.
O atual presidente, bem como seu antecessor, André Sanchez, apoiam e apoiaram fortemente a organizada.
Presume-se que o assassino seja da organizada.
Por quê?
Porque só uma organizada pode encontrar meios de introduzir 10 sinalizadores marítimos num estádio.
"Nós ajudamos mesmo os torcedores. Viemos das arquibancadas e o Corinthians só existe para a nossa torcida. Sempre foi assim e sempre será."
As palavras acima são de André Sanchez.
O financiamento à organizada, segundo o jornalista Cosme Rímoli, é feito através de doações à Escola de Samba Gaviões da Fiel.
Segundo ele, Sanchez convocou a torcida para comparecer ao jogo entre Corínthians e Flamengo em 2009, em Campinas, cuja renda seria e foi repassada para o carnaval.
O Corínthians é responsável pelo assassinato.
Acho até que, independente da pena a que o responsável direto for condenado, o Timão deveria indenizar a família do menino assassinado.
Tal é a sua responsabilidade, reconhecida pelo ex-presidente. 
Qualquer tragédia ou ato de vandalismo das organizadas é responsabilidade dos respectivos clubes.
E, vergonhosamente, a impunidade vem de muito tempo.
A Conmebol deve excluir o Corínthians da Libertadores.
Isto pode inibir ações de outros assassinos.
Não se pode conceber, em nenhuma hipótese, é que o assassinato
do menino Kevin passe em branco.
Não imponha consequências imediatas e drásticas para os seus responsáveis.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

O FIM DO CENTROAVANTE, A LENDA

Fala-se, ainda hoje do centroavante, como aquele jogador fincado dentro da área adversária, alto, forte, trombando, fazendo pivô, escorando bola para a chegada dos meias, cabeceando, pegando bolas sobradas.
A rigor, esse jogador existiu apenas nos primórdios do futebol.
Até princípio de 1960, talvez, com Vavá, bi-campeão mundial no Chile.
Vavá, apelidado de O Tanque, jogador que formou noVasco da Gama um ataque famoso: Sabará, Almir, Vavá, Rubens e Pinga, e na seleção com Garrincha, Didi, Vavá, Pelé e Zagalo.
E com Paulinho Valentim no ataque do Botafogo: Garrincha, Didi, Paulinho Valentim, Quarentinha e Zagalo.
De lá pra cá, nem o folclórico Dadá Maravilha, o Dario Peito de Aço... nem o Nunes do Flamengo.
Nem Serginho Chulapa, nem Dinamite ficavam fincados dentro da grande área, embora Dinamite tenha sido aplidado de O Poste, na sua triste e curta passagem pelo Barcelona.
Todos eles voltavam para "buscar jogo", tinham arrancadas para o gol, deslocavam-se para um e para o outro lado.
A seleção da CBF foi campeã do mundo com Ronaldinho que nunca jogou fincado dentro da área.
Nunca foi trombador.
E nunca soube cabecear.
Poucos grandes times tiveram centroavante assim.
O lendário Real Madrid, campeão de tudo na Europa, tinha um ataque formado por Canário, Del Sol, Di Stéfano, Puskas e Gento.
Di Stéfano jogava de intermediária a intermediária.
O Barcelona atual não joga com um centro avante.
Todos são meias, exceto Pedro e Telo, atacantes pelos lados.
A Alemanha de Beckembauer tinha Gerd Muller, que era um jogador parecido com Romário, um goleador que não ficava fincado dentro da grande área.
A famosa Holanda de 1974 que dividiu o futebol mundial em antes e depois dela, não tinha centro-avante.
O Brasil de 1970 tinha uma linha com Jairzinho, Gerson, Tostão, Pelé e Rivelino.
Estou sempre "escalando" times com cinco atacantes para melhor situar o jogador mais avançado que seria o centroavante centroavante.
Tostão voltava, armava, marcava, atacava pelo meio e também pela esquerda.
O Brasil de 1994 tinha Romário que nunca ficou preso dentro da área.
O Cruzeiro de Tostão, tinha um ataque com Natal, Tostão, Evaldo, Dirceu Lopes e Hilton.
Evaldo nunca ficou preso dentro da área.
O Santos de Pelé tinha Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe.
Coutinho nunca ficou fincado dentro da área.
Nem Pagão antes, nem Toninho depois.
Dos grandes times do futebol brasileiro, apenas o Inter com Dadá Maravilha e o Flamengo de Zico com o Nunes, tiveram centroavantes que lembravam o velho Vavá.
O centroavante centroavante, o gigante trombador, quase um jogador de rubgy enfiado no meio dos zagueiro adversários é, hoje, apenas uma lenda do futebol.
No entanto, fala-se dele na imprensa com o ímpeto dos imbecis.
Um conhecido jornalista esportivo dizia, semana passada na TV e depois em seu blog, que o Palmeiras precisava, com urgência, contratar um centroavante de referência na frente para substituir Barcos.
Há coisas que vão sendo repetidas, repetidas, até que alguém aponte o dedo e diga: isto é idiotice.
A tendência no futebol é que o centroavante desapareça, tal como desapareceram os pontas e nunca mais reapareceram.
O jogo pelos lados e o jogo pelo meio sempre vai existir.
O especialista, aquele que fica plantado na sua posição, desapareceu.
No futebol e na vida.
Era mais fácil comentar sobre futebol quando eles supostamente existiam.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

O JOGADOR ESSENCIAL

Todas as grandes times do futebol mundial, têm ou tiveram um volante precioso.
Quem era o volante do Santos de Pelé e Coutinho? 
Zito.
Quem era o volante do Palmeiras de Ademir da Guia?
Dudu.
Quem era o volante do Cruzeiro de Tostão?
Piaza.
Quem era o volante do Flamengo de Zico?
Andrade.
Quem era o volante do Atlético de Reinaldo?
Cerezo.
Quem era o volante da Alemanha campeã mundial de 1974?
Franz Beckembauer.
Quem era o volante da seleção brasileira de 1970?
Clodoaldo.
Quem era o volante do Brasil de 1982?
Falcão.
Quem é o volante do Barcelona?
Xavi - o mais habilidoso e tecnicamente completo de todos os que citei.
Um grande time precisa de um primeiro volante - antigamente se chamava centro médio - que saia jogando com qualidade.
Quem tenha um passe preciso, rigoroso.
Quem tenha qualidades de defensor e de atacante.
Que inicie a transição defesa/ataque.
Que oriente a transição ataque/defesa.
Que inicie a troca de passes.
Que também saiba marcar gols.
A preponderência que já foi do meia armador, hoje é do primeiro volante.
O primeiro volante é, no futebol de hoje, um jogador essencial.
Foi e é assim assim nas grandes equipes do mundo.
O Brasil não tem, hoje, um grande primeiro volante.

MORRER AOS POUCOS (por Luciano Martins Costa, do Observatório da Imprensa)

CARLOS ALEXANDRE AZEVEDO (1972-2013)
O técnico de computadores Carlos Alexandre Azevedo morreu no sábado (16/2), após ingerir uma quantidade excessiva de medicamentos.
Ele sofria de depressão e apresentava quadro crônico de fobia social.
Era filho do jornalista e doutor em Ciências Políticas Dermi Azevedo, que foi, entre outras atividades, repórter da Folha de S. Paulo.
Ao 40 anos, Carlos Azevedo pôs fim a uma vida atormentada, dois meses após seu pai ter publicado um livro de memórias no qual relata sua participação na resistência contra a ditadura militar.
“Travessias torturadas” é o título do livro, e bem poderia ser também o título de um desses obituários em estilo literário que a Folha de S.Paulo costuma publicar.
Carlos Alexandre Azevedo foi provavelmente a vítima mais jovem a ser submetida a violência por parte dos agentes da ditadura.
Ele tinha apenas um ano e oito meses quando foi arrancado de sua casa e torturado na sede do Dops paulista.
Foi submetido a choques elétricos e outros sofrimentos.
Seus pais, Dermi e a pedagoga Darcy Andozia Azevedo, eram acusados de dar guarida a militantes de esquerda, principalmente aos integrantes da ala progressista da igreja católica.
Dermi já estava preso na madrugada do dia 14 de janeiro de 1974, quando a equipe do delegado Sérgio Paranhos Fleury chegou à casa onde Darcy estava abrigada, em São Bernardo do Campo, levando o bebê, que havia sido retirado da residência da família.
Ela havia saído em busca de ajuda para libertar o marido.
Os policiais derrubaram a porta e um deles, irritado com o choro do menino, que ainda não havia sido alimentado, atirou-o ao chão, provocando ferimentos em sua cabeça.
Com a prisão de Darcy, também o bebê foi levado ao Dops, onde chegou a ser torturado com pancadas e choques elétricos.
Depois de ganhar a liberdade, a família mudou várias vezes de cidade, em busca de um recomeço.
Dermi e Darcy conseguiram retomar a vida e tiveram outros três filhos, mas Carlos Alexandre nunca se recuperou.
Aos 37 anos, teve reconhecida sua condição de vítima da ditadura e recebeu uma indenização, mas nunca pôde trabalhar regularmente.
Aprendeu a lidar com computadores, mas vivia atormentado pelo trauma. Ainda menino, segundo relato da família, sofria alucinações nas quais ouvia o som dos trens que trafegavam na linha ferroviária atrás da sede do Dops.
Para não esquecer
O jornalista Dermi Azevedo poderia ser lembrado pelas redações dos jornais no meio das especulações sobre a renúncia do papa Bento 16.
Ele é especialista em Relações Internacionais, autor de um estudo sobre a política externa do Vaticano, e doutor em Ciência Política com uma tese sobre igreja e democracia.
Poderia também ser uma fonte para a imprensa sobre a questão dos direitos humanos, à qual se dedicou durante quase toda sua vida, tendo atuado em entidades civis e organismos oficiais.
Mas seu testemunho como vítima da violência do Estado autoritário é a história que precisa ser contada, principalmente quando a falta de memória da sociedade brasileira estimula um grupo de jovens a recriar a Arena, o arremedo de partido político com o qual a ditadura tentou se legitimar.
A morte de Carlos Alexandre é a coroa de espinhos numa vida de dores insuperáveis, e talvez a imposição de tortura a um bebê tenha sido o ponto mais degradante no histórico de crimes dos agentes do Dops.
A imprensa não costuma dar divulgação a casos de suicídio, por uma série controversa de motivos.
No entanto, a morte de Carlos Alexandre Azevedo suplanta todos esses argumentos.
Os amigos, conhecidos e ex-colegas de Dermi Azevedo foram informados da morte de seu filho pelas redes sociais, por meio de uma nota na qual o jornalista expressa como pode sua dor.
A imprensa poderia lhe fazer alguma justiça.
Por exemplo, identificando os integrantes da equipe que na noite de 13 de janeiro de 1974 saiu à caça da família Azevedo.
Contar que Dermi, Darcy e seu filho foram presos porque os agentes encontraram em sua casa um livro intitulado “Educação moral e cívica e escalada fascista no Brasil”, coordenado pela educadora Maria Nilde Mascellani.
Era um estudo encomendado pelo Conselho Mundial de Igrejas.
Contando histórias como essa, a imprensa poderia oferecer um pouco de luz para os alienados que ainda usam as redes sociais para pedir a volta da ditadura.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

"ACHARAM" O JOGO DO CORÍNTHIANS OU?...

Ano passado, o Corínthians estava bem à frente dos demais times brasileiros.
Era mais organizado, difícil de ser batido.
Uma defesa muito forte.
Ganhou a Libertadores com sobras e ganhou, com alguma sorte, a Copa de Clubes da Fifa do desarvorado Chelsea.
Abriu mão do campeonato Brasileiro para disputar o titulo da Fifa.
Só no Brasil isto acontece.
Um time europeu jamais abriria mão de lutar pelo título nacional do seu país.
Mas aqui, temos ainda esses traços de subdesenvolvimento. 
Tudo que está lá fora, na corte, é o mais valorizado.
Mesmo com esta mazelazinha, o Corínthians foi o melhor time do Brasil e da América do Sul em 2012.
Disparado à frente.
Neste 2013, está vacilando.
A defesa não é tão segura.
Tudo bem que Chicão ainda não voltou.
Mas uma coisa os mosqueteiros precisam ficar atentos... é difícil manter-se no topo.
Seja pelo desgaste natural, seja porque o outros times, mesmo os mais fracos, vão "achando" o jogo do time a ser batido e até pela maior vontade dos adversários que querem vencer o campeão.
Ontem, empatou com o pobre Palmeiras.
A diferença entre os dois elencos é muito grande.
Ainda assim, correu o risto de ser derrotado.
Empatou no finalzinho. 
Jogou mais, podia ter vencido, mas quase perdeu.
A disputa pelo título da Libertadores será muito mais dura neste ano.
A chegada de Pato e de Renato Augusto pode complicar mais que ajudar.
Qual das estrelas aceitaria o banco?
E depois, quem, como campeão do mundo, não quer tirar uma onda a mais.
Ficar mais bonito na fita?
Contra o Verdão, o lateral Fábio Santos fez um drible de letra sobre Charles, o goleiro Cássio teve falha feia num gol do Palmeiras.
Assim... uma falha aqui, outra ali, uma vaidade a mais.
É difícil manter-se no topo.

O QUE FAZ O JOGO FLUIR NATURALMENTE?

Gerson, Rivelino, Tostão, Beckembauer, Cruyff, Xavi, Gerrard, Didi, Ademir da Guia, Pelé, Messi, Maradona, Zidane, Pirlo... posso citar bem uma centena de grandes jogadores.
O que eles tinham ou têm em comum?
Podemos dizer que eles fizeram ou fazem o seu time jogar...
Que eles quase nunca jogaram ou jogam uma partida ruim...
Alguns foram excelentes marcadores, cobradores de falta, goleadores, armadores.
Quase todos faziam ou fazem mais de uma função com maestria.
Mais do que tudo isso, entretanto, uma qualidade precisa ser destacada.
Todos os jogadores geniais foram e são mestres do passe.
Claro que eles já erraram passes.
Mas tente se lembrar.
Foi ou é tão raro o número de erros deles que não nos lembramos.
O acerto estonteante dos passes deles foi ou é tão maior que os erros desaparecem.
Quem se lembra de um passe errado de Zidane?
O passe é essência do soccer.
E a capacidade de trocar passes com naturalidade e eficiência cria a diferença entre as grandes equipes e as medíocres.
Os grandes times brasileiros eram extraordinários na troca de passes.
O Santos de Pelé, o Botafogo de Didi, o Palmeiras de Ademir, o Cruzeiro de Tostão, o Inter de Falcão, o Flamengo de Zico, o Atlético de Cerezo. 
A seleção brasileira de 1982, a holandeza de 1974, a espanhola de 2010.
Esses times eram capazes de trocar passes de modo envolvente, rápido, de primeira ou não.
A troca de passes desses times mágicos fazia o jogo fluir.
Como flui naturalmente o jogo do Barcelona, o melhor time de todos na história do futebol.
E flui também, em menores proporções, a troca de passes de times como o Málaga, o Granada, o Atlético de Madrid, o Liverpool, o Borússia, o Bayern... o Real de Madrid, a Juventus, o Porto, o Shaktar, o Zenit, o Fernerbace e tantos outros.
Por que isso desapareceu do futebol brasileiro?
Não se treina mais a troca de passes?
Não há mais aqueles longos coletivos?
Não há mais jogos amistosos onde os jogadores podiam caprichar sem a pressão de perder uma bola?
Nossos jogadores ficaram ruins de passe?
Ou nossos técnicos entenderam tudo errado quando se falou em futebol competitivo?
Mataram o que era natural no jogo dos brasileiros?

domingo, 17 de fevereiro de 2013

POR QUE NÃO HÁ TÉCNICOS ESTRANGEIROS NO BRASIL?

Há poucos estudos sobre futebol feitos no Brasil.
A pesquisa científica só agora começa a dar seus primeiros passos dentro da universidade.
Buscando na própria internet, já podemos encontrar artigos sobre técnicas e táticas.
Poucos.
Mas nossos técnicos mais badalados passam longe da reflexão.
Do ponto de vista teórico, são muito despreparados.
Não há uma só entrevista com um técnico em que ele aprofunde alguma coisa.
Fica no rame rame das relações de vestiário, de uma estratégia que deu certo em tal jogo.
"Por que eu coloquei o fulano pra impedir o avanço de sicrano... aí o time deles ficou sem saída de bola".
E aqueles lugares comuns: "Temos que trabalhar muito... ". 
"Vamos acertar o posicionamento".
Não acredito que eles saibam o que é realmente trabalhar.
Quase sempre estão treinando em campo reduzido.
Treinar em campo reduzido, colocar uns cones para delimitar, virou coqueluche entre nossos técnicos.
O que eles fazem é pouco mais que um bate-bola onde os jogadores vão se acostumando uns com os outros, vão se acertando.
O trabalho dos nossos técnicos, pouco acrescenta.
E, para sorte deles, os nossos dirigentes têm medo de trazer técnicos estrangeiros.
O mercado de técnicos, para eles, é apenas o mercadinho local.
Enquanto isso nós vemos, dia a dia, que nossos times estão jogando de forma ultrapassada.
O próprio Corínthians, tão badalado internamente, ganhou do desarvorado Chelsea contando com bastante sorte.
Os desarvorados ingleses criaram muito mais chances de gol.
Jogaram mais.
O goleiro Cássio foi o grande herói da conquista.
E é o Corínthians... o time mais bem treinado do Brasil.
Os jogos de Cruzeiro e Santos, hoje, jogos que acompanhei, retratam bem o que é um comando despreparado.
Os times jogam sem solidez, não sabem o que fazer em campo, não conseguem uma só transição ataque/defesa ou defesa/ataque eficiente, não conseguem uma troca de passes produtiva, não têm intensidade no jogo.
Não entendo por que nossos dirigentes não apostam no intercâmbio.
Faria bem ao futebol brasileiro ter bons técnicos europeus trabalhando aqui.
Se Guardiola tivesse sido contratado pela CBF, algo aconteceria, eu creio.
O corporativismo seria abalado.
Um tecnico que pudesse arejar a maneira de jogar de um time brasileiro seria muito bem vindo.
Alguém que trouxesse novas formas de treinamento.
Ou então, nossos dirigentes podiam enviar jovens técnicos que estão na base para estagiar junto com Fergusson, com Mourinho, com Guardiola, com Bielsa.
Temos que considerar com seriedade que nossos técnicos estão ultrapassados.
Enquanto centenas de jogadores estão na Europa e na Ásia e por lá fazem sucesso comprovado...
Nem um só técnico brasileiro faz sucesso na Europa.
Ou fez. 
Todos os técnicos brasileiros que atuaram em Portugal, mais Parreira e Luxemburgo na Espanha, foram, no máximo, medianos.
E não se firmaram.
Nossos técnicos estão ultrapassados.

NEYMAR EXPULSO, SANTOS DERROTADO, MONTILLO DESCONSOLADO

A Ponte Preta derrotou o Santos por 3 x 1.
Ao final do primeiro tempo, quando a Ponte vencia por 1 x 0, Neymar foi expulso.
Ele deu um pontapé por trás no zagueiro adversário.
Aí os dois bateram boca.
O zagueiro apertou as bochechas da estrela.
Tapinha pra lá, tapinha pra cá, outro apertão na bochecha e Neymar se jogou no chão.
É coisa que ele faz muito bem. 
O juiz expulsou os dois.
Neymar ficou indignado: "Nem eu sei o que aconteceu. Numa disputa de bola, eu acabei apanhando e fui expulso. Só estão errando no momento errado. Nem eu e nem o Artur tínhamos que ser expulsos. O futebol está ficando chato demais. Para quem está jogando, quem está assistindo e quem está transmitindo".
Muricy e comentaristas do SporTV concordaram com ele.
Lino (não sei o nome todo) viu apenas a troca de tapinhas.
É tão tiete do Neymar que não viu o pontapé que ele aplicou no adversário. 
O site da Ponte  não perdoou.
Postou que com a expulsão, Neymar poderia assistir a aparição que sua namorada faria num programa da televisão Globo.
E os torcedores santistas não perdoam Muricy.
Dizem que ele não conseguiu dar padrão de jogo ao time até hoje.
Muitos pedem que ele deixe o clube.
E Montillo? 
Saiu do Cruzeiro todo empertigado e ainda não marcou nem um golzinho pelo Peixe.
E já está com aquela cara de dançarino de tango desconsolado sob o cabelinho tchutchuca.
Hombre...  

CRUZEIRO SÓ EMPATOU COM O PEQUENO GUARANI

O Cruzeiro fez o seu terceiro jogo pelo campeonato.
Empatou em 0 x 0 com o Guarani de Divinópolis.
Ficou quase duas semanas só treinando após vencer o América de Teófilo Otoni.
Treinou, treinou e piorou.
Ou não treinou, só "bateu bola"?
No post anterior (hoje, pouco antes do jogo) escrevi que time que Marcelo Oliveira colocaria em campo poderia passar vergonha.
E passou.
Quase perdeu para o pequeno Guarani que teve a bola do jogo no final.
Se a formação de MO fosse a campo contra um time forte teria sido desastroso.
O time jogou feito revoada de cupins, uns trombando nos outros.
A famosa tática "vamo que vamo, rapaziada".
O primeiro tempo foi de doer mais do que o segundo.
Incapacidade total para trocar passes.
Defensores fazendo ligação direta.
O time jogando com as linhas espaçadas.
Nenhuma intensidade. 
Chuveirinho do velho Yustrich... quem diria que MO retiraria esse ítem do baú de velharias?
Bruno e Caveirão na frente da grande área e Anselmo Ramon na grande área do Guarani.
Contra o Galo o time jogu muito melhor.
Embora o alvinegro tenha jogado de terno, gravata e sapato de verniz à espera da Libertadores.
Ou esse time aprende a trocar passes e jogar mais compactado ou a torcida pode se preparar para muitas vergonhas semelhantes à de hoje.
MO precisa parar de fazer bate-bola em campo reduzido e fazer treinamento tático severo.
De bom mesmo foi recordar o velho zagueiro Leston tri-campeão azul de 1958/59/60.
A defesa era assim: Genivaldo, Vavá e Leston.
O filho dele, Leston Jr, é o treinador do Guarani.
Fechou bem a casinha do bugre e quase ganhou o jogo no contra ataque.

O PENSAMENTO TÁTICO DO TÉCNICO DO CRUZEIRO



O Cruzeiro vai jogar hoje contra o Guarani.
Time pequeno, muito pequeno, frágil.
Marcelo Oliveira vai escalar Diego Souza, Dagoberto, Everton Ribeiro e Anselmo Ramos juntos no ataque.
Contra um time como o Guarani, tudo bem.
Mas contra um adversário mais forte e organizado uma formação assim pode ser desastrosa.
Dagoberto joga pela direita, igual Everton Ribeiro.
Os dois vão ocupar a mesma faixa de campo.
Diego Souza fica pelo meio.
Diego e Dagoberto não marcam.
Quer dizer, um time adernando pela direita e com pouco poder de recomposição.
Marcelo, em entrevista, falou: “Diego e Dagoberto agregam muito talento e criatividade ao time. O que nós pedimos é para que eles possam recompor  um pouquinho, só pra dificultar a saída rápida do adversário. Mas a compensação técnica é muito boa”.
Se os dois marcarem será um milagre.
Sobre a organização estratégica, Marcelo falou: “Trabalhamoss a marcação no campo ofensivo. Marcar, eu sempre digo aos jogadores, é mais se vc está organizado e um pouco de vontade. Jogar é que é difícil. Nós temos jogadores que jogam bastante”.
Marcar à frente significa adiantar a marcação?
Ou adiantar a marcação e atacar a saída de bola do adversário?
Os brasileiros não têm a cultura de atacar a bola quando ela está com o adversário, como fazem muitos times europeus, como fazem os times do Bielsa, como faz o Barcelona.
Para isso é preciso jogar com as linhas mais próximas, jogar compactado.
Como jogam com suas linhas espaçadas, os brasileiros preferem se posicionar em campo e deixar o adversário tentar o ataque para, então, bloquear.
Seria muito bom se o time do Cruzeiro aprendesse a atacar a saída de bola, a jogar com as linhas próximas, a trocar passes com eficiência.
Isto requer qualidade dos jogadores e competência do treinador na organização tática.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

FUTEBOL RUSSO É MELHOR TATICAMENTE QUE O BRASILEIRO.

Tenho assistido muitos jogos de times russos.
Ontem assisti o jogo entre o poderoso Liverpool e o Zenit.
O Zenit de São Petersburgo, que já foi Zenit Leningrado, é time de grande tradição na Rússia, fundado em um estaleiro soviético no início dos anos 1900.
Venceu a Copa Européia de 2007/8 e a Supercopa Européia 2008 quando bateu na final o poderoso Manchester.
Tem uma torcida racista e violenta.
A Fifa ameaça com perda da títulos, mas ameaças de Fifa não dão em nada.
Os racistas continuam lá.
Com o fim do regime soviético o time perambulou pela segunda divisão.
Até que chegou o dinheiro de Dmitriv Medvedv, da Gazprom, maior empresa de gás do mundo. 
Ele é fanático torcedor do Zenit e integrante do que, mundo afora, se chama de Máfia russa.
Hábeis negociantes que ficaram com as empresas estatais soviéticas para eles.
Hulk joga no Zenit.
Ontem foi um dos destaques na vitória sobre o Liverpool.
E há muitos estrangeiros na equipe.
O time poderia ter goleado os ingleses.
Deu um sufoco.
Joga um futebol moderno, suas linhas estão sempre próximas, usa toques rápidos na troca de passes, articula infiltrações.
Varia as jogadas de ataque, cria inúmeras chances de gol.
A organização tática permite o jogo intenso.
No Brasil, quando o time não joga com intensidade o torcedor pede raça.
São coisas bem diferentes. 
Não adianta o torcedor pedir raça para um time como o Grêmio, por exemplo.
Sem organização os jogadores vão correr feito baratas tontas.
No Brasil quase todos são baratas tontas.
O futebol russo está com um jogo mais evoluído e sólido do que os apresentados pelos times brasileiros.
Com seus milionários patrocinando ou lavando dinheiro nos times de lá, um novo centro de poder do futebol vai se formando.
A Copa do Mundo da Rússia vai ser um desbunde.
Lembram-se dessa palavra.
Rita Lee falava muito.
E, táticamente, eles estão desbundando.





sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

JOGAR E DEFENDER

Jogar significa defender e atacar em busca de um resultado positivo, de marcar mais gols do que o adversário.
Há times que até abdicam de atacar, só defendem.
Não estão jogando propriamente, pois jogar significa também correr riscos, se expor.
Defender é mais natural do que atacar, sabemos disso pela vida que vivemos.
Um time, que só se defende, tem ótimas chances de não tomar gols.
Os exemplos são muitos.
A Suissa foi o exemplo mais marcante.
Bons resultados contra adversários fortes geraram todas as retrancas de que se tem notícia.
Até que times fortes também começaram a jogar na retranca.
Como a Inter de Mourinho ou o Chelsea.
E surgiu uma organização estratégica que infestou o mundo e se enraizou no futebol brasileiro.
Atacar, só na boa.
Melhor se garantir antes.
E o jogo fica prejudicado.
É o chamado "futebol de resultados", coisa herdada de economistas e banqueiros e tais e tais.
Chama-se "jogar no erro do adversário".
O nome é uma bobagem, pois ninguém joga "no acerto do adversário".
Mas esta designação tola quer dizer que o time é preparado para se defender ferozmente... se o jogo ficar zero a zero não imnporta... mas se surgir uma oportunidade, investir nela com tudo.
Se conseguir marcar o gol, defenderá mais ferozmente ainda sua casinha.
Alguns chamam de "jogar por uma bola só".
Real Madrid e Manchester fizeram um jogo que é o contrário disso.
Expuseram-se o tempo todo indo ao ataque.
São Paulo e Atlético também se expuseram.
O futebol é um jogo.
Exige coragem para atacar o que significa também, aceitar que será contra-atacado.
Os times brasileiros, para evitar a exposição, deixam sua defesa próxima do gol que defendem.
Os volantes ficam presos frente à defesa... pelo menos um fica.
Deixam um centro avante fixo, lá na frente, para impedir o avanço da defesa contrária.
E toda essa covardia resulta em times espalhados no campo, preocupados em não se expor nunca.
Quem viu Real e Manchester pôde notar que, quando um deles atacava, os seus zagueiros ultrapassavam a metade do campo, atacavam também, encurtavam as linhas.
Os jogadores de meio de campo tinham que percorrer menores distâncias para fazer a transição defesa/ataque e ataque/defesa.
Estavam mais expostos?
Talvez.
Mas estavam jogando mais coletivamente.
E aceitando esportivamente a essência do jogo.
E jogando melhor pois atacavam todo o tempo em busca de vantagem no placar que é a essência do jogo.
Não ficavam acovardados como ficam os times de Muricy, Abelão, Parreira, Roth.
Ah, e para que os times espalhados possam se defender melhor, esses técnicos inventaram outra arma.
A chamada "falta tática".
O sistema acovardado precisa dela para que o time faltoso possa recompor suas linhas.
Com o passar do tempo, a falta tática se transformou em falta à qualquer hora, em matar todas as jogadas do adversário.
Tão treinados a fazer falta estão os nossos jogadores, que fazem as faltas mais ridículas, as mais desnecessárias.
Daí ao acúmulo de faltas que infesta o futebol brasileiro.
Não são raros os jogos com mais de 50 faltas no Brasil.
E como a lógica é fazer faltas, os jogadores também se especializaram em simular faltas.
Alguns se tornaram exímios como Neymar.
Mas há também aqueles que se recusam a simular, como Bernard.
O jogo revela o caráter do jogador.

O BARQUINHO DO PALMEIRAS AVANÇA

O Palmeiras, o pobre Palmeiras cheio de dívidas...
O pobre Palmeiras desprezado por "grandes astros" como Marcelo Moreno...
O pobre Palmeiras de Gilson Kleina venceu o Sporting Cristal por 2 x 1.
Já poderoso Grêmio de Wanderley Luxemburgo...
O poderoso Grêmio cobiçado por "grandes astros" como Barcos...
O poderoso Grêmio de milionárias contratações perdeu para o desconhecido Huachipato por 2 x 1.
Dentro de sua nova arena.
Um time sem estrelas, escrachado por todos, se não desmorona de vez, tende a se tornar mais coletivo.
Todos se sentem responsáveis, mais solidários.
Está acontecendo com o Verdão.
E o torcedor sabe que seu time frágil precisa dele.
Abraça-o da arquibancada.
Ontem, dezoito mil estavam presentes para incentivar Henrique e Patrick.
O barquinho do verdão pode incomodar na Libertadores.
Só os loucos imaginam que possa ganhar.
Não pode.
Mas incomodar pode.
E muito.



quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

LUXEMBURGO NA CHAPA QUENTE

Minutos antes do jogo do Grêmio com o desconhecido Huachipato, campeão chileno, escrevi que seria um jogo perigoso.
Mesmo na nova arena.
Cujo gramado ainda está péssimo.
Pois o que era perigoso, revelou-se fatal para o tricolor.
Os chilenos venceram por 2 x 1 depois de chegarem a 2 x 0.
Wanderley está parado no tempo.
Seu time não tem uma única jogada mais clara, organizada.
É vapt vupt e vamo lá tricolô.
Contra um time mais organizado como o Huachipato isto não funciona mais.
A mística do time"copeiro", que sabe jogar mata-mata, que ganha no grito, na empolgação é passado.
Deixou de valer 10 ou 15 anos atrás.
Hoje, ou se ganha com organização tática, aplicação e bons jogadores ou não se ganha.
O Palmeiras de Scolari não ganhou a Copa do Brasil jogando com o coração.
Ganhou porque os melhores times do Brasil estavam foram da Copa.
Só isso.
Como Coritiba e Palmeiras se equivaliam, deu Palmeiras.
Wanderley contratou quem quis, colocou em campo quem quis.
Hoje, escalou quatro que nunca tinham sequer treinado minimamente.
Barcos, Weliton, André Santos e Adriano.
"Eu os contratei, eles vão jogar".
O esquema?
O velho "vamo que vamo".
Perdeu.
Não basta contratar os melhores e entregar as camisas a eles.
É preciso organizá-los.
O entregador de camisas que faz preleções tiradas dos livros de auto-ajuda não se sustenta mais.
O Grêmio não tem nenhuma organização.
É um junta-junta.
Agora vai jogar contra o Fluminense no Rio.
Deve perder, claro.
Sorte que o Fluminense é time de um a zero.
Ainda assim corre o risco de ser goleado.
... a chapa de Luxa vai esquentar de vez.