quinta-feira, 13 de novembro de 2014

O GALO NÃO VENCEU, DEU EMPATE!

Antes do jogo de ontem, quarta-feira, meu sobrinho e afilhado Daniel Miranda me pediu para escrever previsão sobre o resultado de Atlético e Cruzeiro.
Prometi escrever, não escrevi, empaquei.
Mas após o jogo, tive uma iluminação transcedental.
Fiz uma previsão sobre o passado (não é fácil prever o passado, apesar das discordâncias de Proust) e outra sobre o futuro (que também não é fácil de prever, apesar das discordâncias do pastor Malafaia).
O jogo entre Atlético e Cruzeiro, ontem, no Independência, terminou empatado, embora o Atlético tenha vencido – com justiça – por 2 a 0.
Esta é a previsão sobre o passado.
Não se aflijam, eu explicarei mais adiante.
Antes da explicação, é preciso dizer que Atlético e Cruzeiro é um jogo sem diminutivos.
Não é Fla-Flu, ou Gre-Nal, ou San-São opu Atle-Tiba, sejam quais forem os diminutivos.
Também não é Clássico das Multidões, ou Clássico dos Milhões, disto ou daquilo porque não precisa ser denominado como coisa que já é: clássico.
Houve tentativas de apelidar o jogo de Rapo-Galo, Galo-Zeiro e outras tantas engenhosidades linguísticas.
Em vão.
Não cabem em diminutivos.
É Atlético e Cruzeiro e basta.
Basta, porque Atlético e Cruzeiro não é de agora, é histórico, pre-histórico, a-histórico, fantasmagórico, embora tenha começado, na era moderna, em 1921, prenunciando a Semana de Arte Moderna.
Atlético e Cruzeiro instauraram a modernidade brasileira.
Este começo, no entanto, é apenas reflexo de um jogo de milênios.
Poucos sabem, apenas os iniciados, mas antes do Brasil ser descoberto, a Raposa e o Galo já se enfrentavam.
Os Tapuias jogavam uma espécie de futebol chutando uma bexiga de queixada. Os times pintavam-se de azul e de preto e branco. Portanto, quando os ingleses “inventaram” o futebol no século XIX, Atlético e Cruzeiro já se enfrentavam há séculos no interior do Brasil.
Não me esqueci que devo explicar sobre o empate de ontem, chegarei lá, tenham paciência.
Quatro mil anos atrás, os Maias jogavam futebol nas terras baixas da Guatemala com uma bola de latex que era arremassada com os pés e com os quadris através de um anel de pedra preso numa lateral do campo.
E, aqui, o dado arqueológico irrefutável: uma equipe pintada de azul e branco duelava com a equipe pintada de preto e branco.
Daqueles tempos primordiais de Atlético e Cruzeiro, os arqueólos já encontraram 45 campos de jogo.
Há dois mil anos, o poeta chinês Liyu escreveu um poema estraordinário que nos dá a dimensão do que sempre foi um Atlético e Cruzeiro.
“A bola redonda e o campo quadrado,
Semelhantes à Terra e ao Céu
E a bola sobre nós pairando como a lua,
Enquanto duas equipes se enfrentavam.
Uma vestida de preto, outra vestida de azul.
Os capitães consagrados para manter o jogo
Seguiam as regras imutáveis
Sem favorecer amigos ou parentes
Sem permitir parcialidades.
Resoluções definitivas e altivas.
Não havia lugar para omissões.
Assim como princípios honrados governam o jogo,
Devem governar também a luta pela vida”.
Como podemos notar, Atlético e Cruzeiro já se enfrentaram no Egito antigo, se enfrentaram entre os Tapuias, entre os Fenícios, entre os Maias, na China antiga, no mundo inteiro antes da história conhecida.
E agora a prometida explicação:
O jogo terminou empatado porque Atlético e Cruzeiro não tem fim.
Quem pode vencer um jogo que nunca termina?
Entre uma e outra partida a igualdade é reposta inexoravelmente.
Pouco depois dos dois a zero, instantes depois, o empate se afirmou novamente, pois nenhum dos times pode vencer o outro.
Um amigo do Facebook, morador de Nova Iorque, reclamou: “Tem um maluco no prédio em frente gritando Galo”.
O que “Galo” pode significar para os novaiorquinos?
Mas garanto que todos entenderam.
É um grito que ecoa por séculos, milênios.
Galôôô, Zerôôô!!!
Mas atleticanos sabem que não venceram, que o jogo continua e continuará e que vão se encontrar em pé de igualdade outra e outra vez.
Este jogo não foi feito para ter um vencedor e um vencido.
Foi feito para que o azul e branco e o preto e branco duelem eternamente e eternamente reconheçam as próprias forças.
Esta é a previsão sobre o futuro.
Se o Cruzeiro vencer o jogo de volta no Mineirão haverá uma grande festa azul, mas instantes depois todos os cruzeirenses saberão que o jogo terminou com um empate.
Meu primeiro Atlético e Cruzeiro, assisti em 1959, eu menino, ano do tricampeonato azul.
Logo depois do jogo, tive a certeza de que a vitória fora apenas uma ilusão.
O jogo sem fim terminara com um empate.

O maluco de Nova Iorque, depois de gritar solitariamente sobre Manhattan, soube que o jogo continuou empatado.

domingo, 12 de outubro de 2014

MARCELO OLIVEIRA PERDE O JOGO PARA O FLAMENGO

O técnico Marcelo Oliveira foi o responsável direto pela derrota do Cruzeiro contra o Flamengo.
Como tem sido responsável pelas más atuações do time nos últimos jogos.
Para além das falhas individuais dos jogadores, Marcelo parece que não consegue "ver" o jogo.
Hoje, no intervalo, o técnico retirou Nilton, o jogador que melhor ocupava o meio de campo.
E deixou Marquinhos, um jogador que corria nuito e nada produzia.
O Flamengo não tinha conseguido uma única chance de gol nos 45 iniciais (O Cruzeiro também só criou uma chance).
O gol marcado pelos rubronegros foi ocasionado por duas falhas individuais em sequência.
Uma delas de Dedé que, afobado, mandou para o gol uma bola que estava nas mãos de Fábio, e a primeira de Egídio na transição defesa-ataque.
Esta última é uma falha repetitiva e que o técnico não consegue corrigir: a perda de domínio numa saída de bola da defesa para o ataque.
Com falha semelhante, o time tomou gol contra o Inter, contra o Galo, ofereceu vários gols e pontos aos adversários.
Marcelo não consegue que o time saia compacto.
Quando a bola é perdida na transição defesa-ataque a defesa está longe do meio de campo.
Nilton, hoje, foi o melhor dos azuis na primeira etapa.
Marquinhos foi o pior.
E o que aconteceu?
Marcelo Oliveira sacou Nilton e deixou Marquinhos em campo.
Poderia ter tirado Henrique, mas Marcelo tem uma predileção especial por ele, jogador burocrático, que jamais preocupa a defesa adversária, não é bom nas bolas altas, tem passe apenas regular, não consegue driblar, mas é muito disciplinado.
Talvez seja isso que o torne preferido pelo treinador.
Por outro lado, os adversários já sabem como o Cruzeiro joga.
Dão o campo, a posse de bola e esperam uma falha na transição defesa ataque.
Sabem que ela virá.
E que quando ela aparece a defesa azul está distante do meio de campo, desprotegida.
Marcelo Oliveira é um técnico conservador.
Poderia, por exemplo,  armar o time com três zagueiros, de modo a soltar ser laterais ofensivos (Maike e Egídio).
Poderia criar outras alternativas de jogo, mas não cria.
Hoje entrou com três volantes e logo voltou para a dupla Lucas e o intocável Henrique.
Deu no que deu.
O Cruzeiro é, hoje, um time previsível.
Permanece no rame-rame que todos já decoraram.
E se torna dependente de uma jogada individual de Everton Ribeiro ou da impetuosidade de Ricardo Goulart. Quando eles não funcionam ou não jogam o time não cria chances de gol.
As bolas altas na área adversária deixaram de ser treinadas?
Há quanto tempo o Cruzeiro não marca gols assim?
Desde a saída de Nilton e do zagueiro Bruno.
Hoje, mais uma vez, o Cruzeiro parecia o time dos 7 a 1 do Felipão, com os zagueiros fazendo ligação direta.
Resultado: Flamengo 3 a zero. 
Com a incompetência de Marcelo Oliveira, outras derrotas virão.
E virão seguidamente.
Marcelo é culpado diretamente pelas derrotas, pelo seu conservadorismo e visão estreita.
É culpado diretamente pela queda de rendimento do time.
Dificilmente o time não será ultrapassado pelos que estão chegando.
O bi-campeonato não virá.



segunda-feira, 14 de julho de 2014

VERGONHA: GLOBO/SPORTV ENTOAM "MARADONA CHEIRADOR"

O canal fechado da Globo, o SporTV, no seu programa especial para a Copa, o "Extraordinários", com os comediantes Hélio de la Peña, Xico Sá, Peninha e da atriz Maitê Proença entoaram na telinha o grosseiro canto dos torcedores para zoar argentinos: "Mil gols, mil gols, mil gols... Só Pelé, só Pelé... Maradona cheirador".
Após cantar, Peninha imitou um viciando aspirando uma carreira de cocaína.
Quando torcedores cometem grosserias assim é feio, vergonhoso.
Quando profissionais da televisão o fazem é inaceitável.
Um adicto é um doente.
Ele se viciou porque desenvolveu a doença, como alguém desenvolve o câncer.
É como cantar canção de zombaria para um canceroso, um aleijado.
É tão grave quanto o racismo.
Não se trata de ser politicamente correto.
"Brincadeira" como a que fizeram não está ligada ao brincar, mas à brutalidade.
E, além do mais, como pessoa no mundo, Maradona é  muito melhor do que Pelé.
Maradona é gauche na vida.
Sempre esteve ao lado dos mais frágeis, sempre combateu as mazelas do poder.
Nunca, em nenhum momento, foi aliado dos poderosos.
Ao contrário dele, Pelé tornou-se um capacho, um aliado perene do poder.
Ofereceu às criancinhas do Brasil o seu gol mil.
E só reconheceu na justiça uma filha bastarda que deixou morrer sozinha.
E para completar, abandonou os filhos dela, seus netos.
Pode-se discutir Pelé e Maradona como jogadores de bola.
Como pessoas, não.
Maradona é mil vezes melhor do que Pelé.
Os comediantes e a atriz do SporTV formaram-se (ou sempre estiveram?) ao lado do poder que Maradona despreza.
Foi imperdoável o que fizeram. 

domingo, 13 de julho de 2014

O FUTEBOL FOI JUSTO: ALEMANHA CAMPEÃ

Deu jogo na final da Copa do Mundo.
A Alemanha propôs.
Buscou o gol desde o início, atacou durante todo o tempo.
A Argentina se dispôs para o contra ataque.
Teve chances de fazer gols.
Fechada na defesa, buscava encontrar na frente Messi ou outro atacante.
Conseguiu fazer isto algumas vezes.
Messi perdeu, Higuain perdeu, Palacios perdeu.
Perderam gols que não se pode perder.
A Alemanha que, ao contrário da Argentina, não jogava no erro do adversário criou chances boas - algumas não concluídas - e jogou uma bola na trave.
Manteve a posse de bola, trocou passes, forçou jogadas fortes.
Os nomes mais evidentes dos dois times não foram brilhantes.
Kroos e Muller pela Alemanha e Messi pelos hermanos.
Já Schweinsteiger foi excepcional.
Lutou muito, lutou bravamente, sem perder a frieza de raciocínio.
A Alemanha jogou a partir dele.
Foi um jogo tático.
Os dois times se estudaram, se mediram, tiveram um plano estratégico, os técnicos mexeram algumas peças para ganhar o jogo.
O técnico argentino não foi feliz nas mudanças.
No intervalo, colocou Aguero no lugar de Lavezzi, quando Lavezzi era quem mais incomodava a defesa alemã.
Na prorrogação, entrou com Gago no lugar de Enzo e fragilizou seu time.
O técnico alemão acertou quando entrou com Mário Gotze no lugar de Klose.
Gotze marcou o gol da vitória.
Detalhes de um jogo tático e estratégico.
Se a Argentina perdeu três chances claríssimas de gol, foi beneficiada pela arbitragem que não expulsou Aguero por um soco no rosto de Schweinsteiger.
Aguero já tinha amarelo.
E não expulsou Mascherano por um sucessão de faltas desclassificantes quando ele também já tinha cartão amarelo.
Ao final, o futebol foi justo.
A Alemanha mostrou, ao longo de toda a copa, o melhor jogo.
O jogo mais incisivo, mais organizado e mais coletivo.
A Argentina cresceu no jogo contra a Holanda e na disputa final.
Mereceu, também, o vice campeonato.
O Brasil ficou em quarto lugar.
Não mereceu.

sábado, 12 de julho de 2014

O MASSACRE DO MINEIRÃO!!!

Acompanhei três momentos que marcaram o futebol mundial.
Três revoluções.
A primeira ouvi - através da narração de Waldir Amaral - em 1958 quando surgiu a mística da camisa amarela: Brasil campeão do mundo, com Pelé e Garrincha.
Nascia ali uma referência obrigatória e inigualável para o mundo da bola.
A segunda, vi pela televisão, em 1974 quando a Holanda criou o moderno futebol mundial com a sua Laranja Mecânica, vice campeã mundial.
A terceira, acompanhei aqui em Belo Horizonte, quando a Alemanha massacrou a seleção brasileira no Mineirão por 7 a 1.
Estocolmo, Berlim, Belo Horizonte.
O Massacre do Mineirão é revolucionário.
Uma nova era teve início no futebol mundial.
A mais luminosa referência futebolística que jamais existiu chegou ao fim.
A prevalência do individualismo foi devastada.
Definitivamente.
Já chegara ao fim na Europa.
Não Brasil, ainda não.
Aqui ainda se especulava sobre a excelência do improviso brasileiro que decidiria o jogo mais difícil.
O estudo do desenvolvimento do jogo, os conceitos táticos e estratégicos eram rejeitados por técnicos e esportistas brasileiros.
Técnicos, jogadores e torcedores ainda acreditavam que mesmo desorganizada, sem jogo coletivo, a seleção brasileira, por sua cultura individualista poderia vencer.
Um drible desconcertante, uma arrancada genial, uma jogada de mestre, acreditava-se, poderia romper o jogo coletivo dos europeus cujos melhores seguidores na América do Sul são argentinos, uruguaios, chilenos, colombianos.
Superamos chilenos e colombianos.
Ah, poderíamos vencer.
Não vencemos.
A lição foi dura.
Fria.
Sete a um.
E completada por outra quase goleada na disputa pelo terceiro lugar: Holanda 3 x 0 Brasil.
A seleção canarinha não é mais referência no futebol.
A última amarra da cultura individualista foi rompida dentro do país símbolo do individualismo.
Outro futebol vem aí.
Bem vindo seja.
Nele não se dispensa o talento do craque, mas ele deve emergir da coletividade e ser coletivo também.

HOLANDA 3 x 0 BRASIL: A ÚLTIMA DERROTA COM FELIPÃO E PARREIRA

Hoje, no Mané Garrincha, o Brasil foi derrotado pela Holanda na decisão do 3º lugar do mundial de 2014.
Foi derrotado claramente.
A Holanda nem se aplicou fortemente no jogo.
Jogou lamentando estar fora da disputa pelo título mercê de uma derrota nos pênaltes para a Argentina.
Diria que jogou por jogar.
Mas o time brasileiro - time? - foi de uma desorganização inacreditável.
Não havia um plano tático nem estratégico.
Felipão modificou o time fazendo entrar Jô, Ramires, William, Maxuel e Paulinho nos lugares de Fred, Hulck, Bernad, Marcelo e Fernandinho.
Certamente não treinou a nova formação.
E talvez nem tenha realmente treinado a anterior.
Parreira, que sempre impôs 7 jogadores atrás de linha da bola não foi consultado.
Se foi, não opinou.
Se opinou, não foi atendido.
O time jogou misturado mais uma vez, amalucado, sem um plano tático.
Davi Luiz se mandando para o ataque, Paulinho sem função, desesperadas tentativas individuais, faltas e mais faltas.
E sem plano estratégico.
A lateral esquerda que iria defrontar Robben não foi reforçada, não teve cobertura e os gols da Holanda, os 3, saíram daquele lado.
Não bastava trocar Marcelo por Maxuel, tinha que haver cobertura.
O centro do ataque continuou ineficaz com Jô.
O problema não era o Fred, era a bola que nunca chegava a ele com um mínimo de qualidade.
O deserto de idéias no meio de campo.
As ligações diretas defesa ataque sem nenhuma transição.
A falta de compactação do time cuja defesa se apavorava todas as vezes que se defrontava com o ataque holandês conduzido pelo meio de campo.
À beira do campo, Felipão apenas abria os braços e fazia cara de desagrado.
Nenhuma instrução, nenhuma tentativa de melhorar a postura do time.
Ele não sabia o que fazer.
Sentado no banco, Parreira apenas mascava a língua, consternado.
Os dois impotentes, imagens penosas da impotência.
A derrota de 3 a 0 desmente a tese da comissão técnica brasileira de que a causa dos 7 a 1 para a Alemanha foi um apagão de 6 minutos quando o time tomou 4 gols seguidos.
A causa das atuações ruins do time está no treinamento inadequado.
Nas idéias ultrapassadas por outras idéias sobre o jogo.
Felipão e Parreira estão definitivamente superados.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

A CORPORAÇÃO DOS TÉCNICOS BRASILEIROS

Vi, hoje, parte do programa do Falcão na Fox com as presenças de Dorival Júnior e de Wanderley Luxemburgo.
Estava em questão a competência dos técnicos brasileiros depois dos incríveis 7 a 1 que a seleção brasileira levou da alemã.
Wanderley e Dorival defenderam a corporação.
Disseram que o problema brasileiro não são os técnicos, que os técnicos são ótimos, que detêm ótimos conhecimentos táticos, estratégicos, etc.
Que o problema é a ida prematura de jogadores jovens para o exterior o que não ocorre na Europa.
Wanderley afirma que hoje os empresários é que definem a vida dos atletas jovens, que os clubes não podem mais trabalhar com eles, etc. 
Wanderley afirmou, num arroubo de orgulho, que é muito bom e que se dessem a ele a oportunidade de trabalhar 10 anos na Europa "bateria" campeão da Uefa Champions.
Em segundo lugar - aqui Dorival foi mais enfático - a crise no futebol brasileiro decorre da impossibilidade de ser fazer um trabalho de longo prazo, do próprio técnico montar o time e ter tempo de trabalhar com ele.
Disseram, a contragosto, que não são contra técnicos estrangeiros no futebol brasileiro, mas que se os europeus, e citou Mourinho, viessem trabalhar no Brasil não conseguiriam fazer um bom trabalho, que seriam mandados embora quando sofressem algumas derrotas.
Os dois se manifestaram contra um estrangeiro dirigindo a seleção.
Wanderley afirmou que é contra porque há técnicos de excelência no nosso futebol e citou como exemplos ele mesmo, Tite, Muricy e Felipe Scolari, sem citar Dorival que estava ao seu lado.
Saia justa para Dorival que se remexeu incomodado.
Os dois não conseguiram responder por que os técnicos brasileiros não têm mercado na Europa, quando há inúmeros argentinos, chilenos, uruguaios trabalhando por lá.
Wanderley fez um muxoxo e disse que trabalhou no Real de Madri onde teve um ótimo aproveitamento de 74%, e só foi mandado embora porque o presidente to time queria que ele escalasse este ou aquele jogador e que ele não concordou.
Esqueceu-se de dizer e ninguém da mesa quis lembrá-lo de que na Espanha, os gigantes Real de Madri ou Barcelona, sem técnicos, atingem 74% de aproveitamento.
É como Cruzeiro e Atlético e Minas ou Grêmio e Inter no RS.
Em suma, os dois técnicos fazem parte de uma corporação que "se acha".
Nenhum dos argumentos deles se sustenta.
Se o problema fosse só a ida de jovens para a Europa, a Argentina não estaria na final da copa, pois lá também os jovens emigram cedo para os mercados mais fortes.
E Wanderley é um técnico que sabidamente não aproveita jogadores da base. Sua estratégia e contratar, contratar e contratar.
Ele contratou times inteiros no Grêmio, no Flamengo e no Galo, não aproveitou ninguém da base, foi mantido no comando, teve todo o tempo necessário e não conseguiu fazer os times jogarem, terem um plano tático e estratégico. E foi despedido pelo péssimo trabalho.
Não foi despedido porque não lhe deram tempo e apoio ou por mero capricho dos dirigentes.
Foi despedido por incompetência.
Dorival, por seu turno, desde que saiu do Cruzeiro - e já fazem muitos anos - e do brilhareco com o Santos de Ganso e Neymar no campeonato paulista de 2010 não fez um só trabalho digno de nota boa.
Foi vexatória a participação de ambos no programa.
Deu bem a medida dos estreitos horizontes que eles miram.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

ARGENTINA CHEGOU À FINAL - SEM MERECIMENTO

Jogo muito ruim entre Argentina e Holanda.
Nem uma chance real de gol.
Dois times precavidos, medrosos.
Não buscaram vencer, só não queriam perder.
Ao final, um triste zero a zero.
E uma disputa de pênaltes onde os sul americanos venceram.
Messi e Roben, as estrelas principais de cada cada seleção, não conseguiram jogar.
Os dois times não mereciam estar na final pelo jogo que fizeram.
Mas a Argentina estará.
A Argentina que não perdeu, mas também não venceu.
Um repórter, durante a coletiva do técnico Van Gaal disse que que ele era considerado pelos brasileiros como o melhor do mundial.
Não entendi.
Por que melhor?
A imprensa esportiva do Brasil está no mesmo nível da seleção da CBF.
Precisa se remodelar - arranjar outro modelo que não o do puxa saquismo.
A triste obrigação de elogiar antes de perguntar.
Imprensa cujos integrantes são "amigos" dos jogadores, dos técnicos, dos dirigentes.
E tiram algumas vantagens dessas "amizades".
Não vantagens financeiras, não acuso ninguém disso.
Vantagenzinhas para ficarem à frente de uma notícia tosca.
Até Juca Kfouri atreveu-se a ir num encontro particular com Felipão antes do jogo Brasil e Alemanha.
Convocado por Felipão.
Uma vergonha.
PVC, a enciclopédia, foi o defensor-admirador de Felipão antes e durante a Copa.
Deliciava-se fazendo elogiosas imitações das falas do seu ídolo.
Ontem, depois dos 7 a 1 dos alemães sobre os brasileiros, estava desconfortável, não sabia o que dizer, não tinha como criticar.
Tartamudeou.
Como Argentina e Holanda tartamudearam num zero a zero ignóbil.
Sábado terá jogo entre Brasil e Holanda disputando o terceiro lugar.
Será bem feito se, pela primeira vez na copa, o estádio não ficar lotado.
E será bom para o futebol se, no domingo, na disputa pelo título, a Alemanha vencer.
Os alemães - que além de organizados só foram criativos mesmo contra o Brasil - justiça seja feita, buscaram a vitória em todos os jogos.
Merecem, por isso, ser campeões.

OS 7 GOLS QUE ABALARAM O MUNDO!

Ontem escrevi que o jogo contra os alemães seria bom para o Brasil.
Eu pensava que num jogo equilibrado entre equipes da escola européia e da nossa escola sul americana, venceríamos.
Estava enganado.
Completamente.
Não houve equilíbrio.
Eu falei da burocracia dos times europeus, da seleção alemã.
Não foram burocratas, foram criativos.
Falei da criatividade do jogador brasileiro.
Não foram criativos, foram afoitos e mal organizados.
O time da CBF não representou escola nenhuma.
Um time sem rosto tático ou estratégico.
Um time que foi só coração.
Mas coração desarrumado.
A partir do primeiro gol, cada Davi Luiz tentou sozinho salvar o time.
Antes do primeiro gol, a seleção já mostrava seus defeitos, Marcelo se mandava, o meio de campo não achava o trio de armadores alemães.
E vieram os inacreditáveis sete gols.
Sete que abalaram o mundo.
O Brasil do futebol jamais será o mesmo depois de ontem.
O mundo do futebol jamais será o mesmo depois de ontem.
Perdeu sua mais luminosa referência.

terça-feira, 8 de julho de 2014

O JOGO É BOM... PARA O BRASIL!

A tradição vitoriosa das duas seleções torna o jogo Brasil e Alemanha muito atraente.
Os alemães têm um bom time onde não sobressai o craque excepcional.
Os brasileiros, sem Neymar, ficam iguais.
Dois times com ótimos jogadores.
Dizem que Alemanha tem um jogo coletivo melhor.
Tostão e outros bambas acham isso.
Discordo.
Eles praticam a mesma burocracia futebolística européia que se torna eficiente quando tem bons jogadores.
Os brasileiros também aderiram a esta burocracia, embora ainda tenham lampejos de individualidades que podem lascar o rame-rame do jogo que pratica.
Isto aconteceu algumas vezes.
Os brasileiros buscam mais o drible, manobrar o sistema defensivo adversário a partir do drible.
Huck faz isso com certa previsibilidade, Oscar, Daniel Alves, Marcelo, Wiliam, Bernard fazem de modo mais espontâneo.
David Luiz improvisa bem quando sai jogando.
Até o Luiz Gustavo.
Pertence à cultura do futebol brasileiro: do individual para o coletivo.
A cultura alemã é diferente: é do coletivo para o individual.
Sua base é a troca de passes, a parede defensiva sempre montada, a pouca distância entre as linhas, o meio de campo virando jogo sem arriscar-se a tomar contra ataque, o ataque organizado que se repete e repete e repete sempre da mesma forma sempre.
Uma jogada individual deles é raridade.
Assim, creio que num jogo único, o Brasil leva vantagem.
Se fossem pontos corridos, penso que a Alemanha teria vantagem, pois tem bons jogadores para a sua burocracia futebolística.
No espasmo do jogo único, creio na individualidade brasileira.
Digo mais, os brasileiros sentem-se muito mais à vontade enfrentando adversários de jogo definido do que quando enfrentam os imprevisíveis sulamericanos.
Chego a pensar que o jogo será fácil.
A única preocupação é a pouca qualidade do nosso ataque com Huck e Fred - pouca qualidade para a seleção brasileira, bem entendido, onde já tivemos atacantes bem melhores.
Fred, por ser jogador mediano, e Huck por ser um jogador que os europeus gostam de marcar, de jogo bastante previsível, pois mesmo brasileiro, formou-se no futebol europeu como Dante que hoje substituirá Tiago Silva.
Penso que o Brasil correrá poucos riscos.
Que a Alemanha oferecerá pouco desconforto à defesa brasileira.
Que será superada até com certa facilidade.
Quando estas duas escolas se encontram em condições de igualdade - ambas com bons times - a escola sulamericana sempre leva vantagem.


sexta-feira, 27 de junho de 2014

A COPA DO MUNDO, NO BRASIL, TÁ MARROMENO

Há comentários nos meios de comunicação dando conta da excelência da copa disputada atualmente no Brasil.
Muita gente boa dizendo que a copa está ótima, excelente, fenomenal, incomparável.
Tostão, por exemplo, anda dizendo maravilhas.
O pessoal da ESPN, antes tão crítico, anda se descabelando em louvores.
Dizem que é a melhor copa de todas.
Esses comentários me espantam.
Vi todos os jogos pela televisão.
E a televisão, transmitindo com 32 câmeras em cada estádio, faz o jogo ficar melhor.
Mesmo assim, não gosto.
Não vi um só ótimo jogo.
Alguns poucos foram bons, maioria medianos.
Ruim, ruim de tudo também não teve.
Itália e Inglaterra foi eleito como o incomparável duelo.
Para mim não passou da velha burocracia europeia e seus perigos de gol lá e cá como se os dois times fizessem acordo prévio de surradas escaramuças.
E o velho Pirlo podia pegar a bola livremente, olhar, olhar de novo, dar um totozinho.
Depois, Uruguay e Itália.
O Uruguay, que é quase europeu, foi louvado ao vencer a sonolenta Itália no que chamaram de jogaço, mas perdeu o primeiro jogo para a tosca Costa Rica.
Tosca Costa Rica - quero ver quem dá conta deste quebra-língua.
Tosca e se classificou em primeiro lugar à frente de Uruguay, eliminando ingleses e italianos.
A Holanda goleou a Espanha que vai definhando a cada dia, esquelética, magérrima, mal se sustentando nas pernas cansadas de Xavi Hernandez. 
Deu pena ver a Espanha, principalmente porque ela e o Barcelona contribuíram recentemente, e contribuíram muito para o futebol.
O fim desta era da seleção espanhola (e do Barça) se assemelha ao fim dos Beatles. 
Os dois times só serão vistos em seu esplendor, daqui por diante, em velhas gravações.
Não vi um só grandíssimo gol nesta copa.
Até aqui.
Um gol espetacular, mirabolante, feérico.
Só gols normais.
Maioria bem feitos, poucos na sorte.
Não vi também uma só grande jogada, grandíssima, capaz de acordar a fantasia dorminhoca.
Não vi um só time jogando de maneira encantadora.
Nenhum que me desse vontade de ver outra vez.
Como a Holanda de Cruiif, a França de Zidane, o Brasil de Cerezo, a Alemanha de Beckembauer.
Messi e Neymar têm tido alguns momentos bons.
E muitos momentos ruins, até ridículos.
Cristiano Ronaldo só conseguiu melhorar fisicamente no último jogo contra os africanos.
Foi uma copa mixuruca a dele.
O melhor jogador até agora é o James Rodríguez da Colômbia.
É um meia armador capaz de fazer gols.
Raridade.
E a Colômbia tem apresentado até agora um futebol de bom nível.
É o time que mais me chamou atenção.
Amanhã começa a segunda fase da copa, a fase do mata-mata.
Vamos ver se aí melhora.
Melhora para mim, é claro, que para o Tostão, a ESPN, a Globo, o Juca Kfouri, o Falcão, a Folha e a Fifa a copa tá maravilhosa.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

"HA, HA... HU, HU... O JUIZ É NOSSUUU!!!" - BRASIL GANHA NO APITO

A seleção da CBF venceu a da federação croata por 3 a 1.
Foi um jogo parelho, muito igual, embora o Brasil tenha tido maior posse de bola.
Num jogo parelho, muitas vezes, vence quem tem o "melhor apito".
Explico.
Tem "melhor apito" quem consegue se articular melhor fora de campo para influenciar o resultado da partida.
Assim, em 1978, a Argentina se tornou campeã mundial ao comprar o time inteiro do Peru que cedeu uma goleada completamente inesperada. 
A Korea foi a quarta colocada quando poderia ser, no máximo, pelo jogo apresentado, vigéssima. 
A Inglaterra foi campeã com um gol "mandrake" em 1966.
O Corínthians foi campeão em cima do Cruzeiro com um pênalte "mandrake".
Os casos podem ser citados às centenas.
O futebol, como qualquer outro jogo importante para apostadores, é um jogo sujo.
Dizer que não existem juízes comprados, resultados vendidos, jogadores subornados é tolice.
Eles existem.
O fato de não aparecerem provas contundentes, diretas, é outro lado da mesma questão.
Em primeiro lugar, porque não existe jornalismo esportivo.
Em segundo, porque as autoridades não investigam (MPs, Polícias, parlamentares) e as poucas iniciativas investigativas parecem ser caladas através de acordos obscuros.
Todos os jornalistas esportivos, de Juka Kfouri a Galvão Bueno, são amigos de jogadores e/ou dirigentes e não investigam nada.
Os jornalistas empregados em jornais, rádios, tvs, eticamente não podem ser considerados jornalistas, pois cumprem, prioritariamente, apenas a função de divulgadores esportivos.
Talvez Lúcio de Castro possa ser a exceção que confirma a regra.
E não se trata de Brasil, o mesmo ocorre na Europa.
Mas se não há jornalismo investigativo e se não há investigação policial, não quer dizer que não há compra e venda de resultados.
Seria o mesmo que dizer: não há homossexuais  no futebol, porque nenhum jogador foi visto transando com outro, ou namora com outro ou está casado com outro.
O homossexualismo é considerado uma vergonha no mundo conservador do futebol.
Para este mundo conservador, o homossexualismo é defeito. E grave. Mais grave do que a compra e venda de resultados.
Assim, o Brasil venceu a Croácia.
Se a Croácia tivesse um "apito melhor", não haveria o pênalti marcado sobre Fred.
O gol da Sérvia não seria anulado.
A falta de Daniel Alves, calçando o atacante croata seria marcada e o jogador seria expulso ou amarelado.
A cotovelada de Neymar no croata teria cartão vermelho e não cartão amarelo.
A roubada de bola de Ramires que resultou no gol de biquinho do Oscar seria dada como faltosa.
E, como isso, o resultado do jogo seria outro.
E ninguém diria que houve roubo.
Um juiz esperto "faz um resultado" facilmente.
Às vezes, comete a grosseria de inventar um pênalti como o de hoje sobre o Fred e a trama fica muito aparente.
Nesses casos o público reconhece o "trabalho" do juiz e canta:
"Ha, Ha,
Hu, Hu,
O juíz é nossuuuu!!!"
Foi assim que o público do Itaquerão cantou ao final do jogo.

domingo, 27 de abril de 2014

MARCELO OLIVEIRA CEDEU O EMPATE AO SÃO PAULO

O Cruzeiro perdeu com a entrada de Henrique que fica quietinho lá atrás, lembrando os tempos de triste memória em que jogava com Fabrício e Marquinhos Paraná.
Os três juntos, em três anos de Cruzeiro não marcaram mais que meia dúzia de gols.
Em relação a fazer gols, a bola marcava os três.
Continua marcando o Henrique.
O Nilton é um volante que marca gols - chuta bem, é ótimo nas cabeçadas.
Henrique pode ser um bom reserva, entrar nas ausências de Nilton.
Tomar o lugar dele, nunca.
A contusão de Nilton e de Borges descaracterizou o time.
A ofensividade diminuiu.
Desde que eles saíram o time marca poucos gols.
Fora a goleada sobre La U no Mineirão, a escassez de gols é preocupante.
O ataque não funciona, fica preso à lentidão de Batista e à ineficiência ofensiva de Henrique.
Hoje, marcou 1 a 0 no São Paulo com gol de falta.
Antes, criara apenas uma oportunidade em cabeçada de Ricardo Goulart para fora.
Depois do gol, apenas um chute de fora da área que Ceni defendeu com dificuldade.
Nenhuma outra chance real de gol.
Nem uma só.
O São Paulo também pouco conseguia atacar.
Aí, o frágil Marcelo Oliveira tirou um atacante, Wiliam, e colocou Nilton.
Um claro sinal de medo.
Chamou o São Paulo para cima.
Ficou se defendendo e especulando no contra ataque.
Foi punido com o gol de empate.
Marcelo ainda não aprendeu que o Cruzeiro não é time que saiba jogar se defendendo.
Não tem esse perfil.
E Marcelo não é Mourinho para armar retrancas.
Já fez isso contra o Flamengo e perdeu a Copa do Brasil.
Hoje, deixou escapar uma vitória fácil.

A 1ª DERROTA DE LEVIR FOI PARA OS RESERVAS DO GRÊMIO

A primeira derrota de Levir ou a última derrota de Autuori?
As duas.
Levir, estreando no comando do Galo, não teve tempo de treinar o time.
Quando tiver, acredito, não fará grande diferença.
Autuori se foi, mas deixou um desarranjo difícil de organizar.
O time precisa ser refeito.
Alguns jogadores devem sair.
O time atual foi montado por Cuca e jogava do jeito dele.
Não vai jogar do jeito de outro treinador.
O meio de campo com Pierre e Donizetti (ou Josué) luta muito para defender, erra passes, faz muitas faltas e não marca gols.
Quando um time tem dois jogadores que vão à frente, mas não sabem fazer gols é um refresco para qualquer adversário.
São dois que não precisam ser marcados.
Um deles pode jogar, os dois, não.
Cuca colocava os dois para folgar a tarefa de Ronaldinho Gaúcho.
Ronaldinho só joga bem quando está livre do dever de marcar, ou tentar marcar.
Mas, além dos dois que marcavam, Bernard marcava e formava dupla com Ronaldinho.
Com Bernard, Cuca fez um primeiro semestre de 2013 excelente. 
E o gaúcho, também.
Bernard era atacante e lateral esquerdo.
Saiu e Fernandinho chegou para o lugar dele.
É ótimo atacante, veloz, driblador, mas não marca.
Aí apareceram os defeitos da lateral esquerda.
Nenhum lateral se firmou e abriu-se a avenida.
O estilo Galo Doido - apelido dado pelo Tostão - desapareceu sob o comando de Autuori.
E nada foi colocado no lugar.
No estilo Galo Doido - aquela bola de rugby levantada da defesa que Jô aparava para quem vinha abafando detrás - os dois volantes não precisavam passar, eram só esticadas para Tardelli, chutões para o Jô e encostar para Ronaldinho lançar.
Ah... e havia Bernard.
Agora os volantes não sabem o que fazer além de defender.
Ronaldinho perdeu o par.
Tardelli ficou sem função.
Perder para os reservas do Grêmio foi bem feio.
Se não se classificar no meio da semana contra o Atlético colombiano vai ser um desastre.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

NADA SE PODE ESPERAR DE LEVIR CULPI

O Galo contratou Levir Culpi para o lugar de Paulo Autuori.
Quando Autuori foi contratado, até as montanhas da Serra do Curral sabiam que era errado.
Ele dá ótimas entrevistas,  mas péssimos treinos.
Qualquer torcedor, se perguntado, diria: não vai dar.
Qualquer.
Do cadeirante ao velocista.
Do "bonito e culto com todos os dentes" ao anarfa piolhento.
Menos Kalil.
As montanhas sabem que Levir será apenas mais um.
Não será péssimo, nem será bom.
Todos os times que treinou jogaram pouco acima da linha dos medíocres.
Coloco o verbo no passado, "jogaram" pois Levir ficou 7 anos no Japão.
Sete anos longe do Brasil - o que pode ter sido uma bênção pra ele, pois aqui o atraso dos técnicos é avassalador.
Será que a escola japonesa... a famosa escola japonesa atualizou conhecimentos futebolísticos do técnico?
Sete anos atrás, aqui em Pindorama, o máximo que Levir conseguiu foi uma Copa do Brasil com o Cruzeiro e a volta do Galo à primeira divisão.
Pouco para um técnico veterano que passou por grandes equipes.
Kalil quer repetir Cuca que, sem conquistas, venceu a Libertadores com o Galo?
Pode ser.
O futebol é lugar também das crendices.
Cuca não ganhava nada, "era azarado", diziam.
Mas tinha a chama dos inconformados.
Estava sempre inventando, buscando soluções, descobrindo jogadores, rezando e talvez fazendo promessas.
Um beato e fanático inventor do futebol.
Inventou o Galo Doido com Ronaldinho Gaúcho.
Antes já inventaria times como o São Paulo, o Goiás de Grafite e Danilo, o time de guerreiros do Fluminense.
Levir não é um inventor inconformado.
Pelo contrário.
A melhor qualidade de Levir é a simpatia.
Risonho.
Afável.
O Galo, com ele, não será nem bom nem ruim.
Será regular.
Ao invés do Galo Doido de Cuca.

domingo, 6 de abril de 2014

ADIVINHEI: CRUZEIRO E ATLÉTICO FICARAM NO ZERO A ZERO

Escrevi ontem que Galo e Cruzeiro tinham equipes tão pouco criativas que o clássico, certamente, não passaria de zero a zero.
Não passou.
E foi um zero a zero de enervar palermas.
Truncado, irritante.
Chances claras de gol?
Uma para cada lado.
Ricardo Goulart chutou para fora com metade do gol aberto.
Tardelli chutou como um bola murcha o cruzamento de Marion que o deixara na frente do gol.
Foi um jogo triste.
Um jogo de chutões.
Um jogo de dois técnicos que talvez não saibam mesmo treinar seus times.
Nem o Galo nem o Cruzeiro têm um modo orgânico de jogar.
Não conseguem trocar meia dúzia de passes com eficácia.
Quando fazem isso é na defesa, antes de atrasar para o goleiro que quebra a bola num chutão para o ataque.
É urgente trazer técnicos estrangeiros de bom nível para arejar o futebol jogado no Brasil.
Os nossos são uma lástima.


CRUZEIRO E ATLÉTICO: DOIS TIMES MAL TREINADOS

O Atlético passou por um grande momento sob o comando de Cuca na primeira fase da Libertadores do ano passado.
O Cruzeiro passou por um bom momento até se sagrar campeão brasileiro também do ano passado.
De lá pra cá, nada.
Os dois times caíram muito.
O Galo foi um vexame no mundial de clubes da Fifa.
O Cruzeiro ainda não fez uma única boa partida em 2014.
E amargou um passeio do Defensor no Uruguay e uma derrota feia para o Garcilazo no Peru.
A vitória sobre La U no Chile não engana.
Os chilenos atravessam péssima fase.
A imprensa esportiva, em geral, elogiou a vitória que repôs os azuis na rota da classificação para a Libertadores.
Basta uma vitória por dois gols de diferença contra os peruano - últimos da chave - no Mineirão.
Mas o time jogou mal, tomou sufoco, não conseguiu criar com eficácia.
O Galo, contra os colombianos, segurou um empate em Bogotá jogando como time pequeno.
Chutões, desespero, muitas faltas.
Dos brasileiros, apenas o Grêmio parece bem treinado apesar da derrota no Grenal.
O tricolor gaúcho tem o que se pode chamar padrão de jogo, um modo de jogar organizado, treinado.
Cruzeiro e Atlético dependem quase exclusivamente de jogadas individuais.
Fazem ligações diretas defesa-ataque o tempo todo.
Trocam passes com muita dificuldade.
Erram em demasia.
Jogam feio e com pouca eficácia.
Dificilmente avançarão na Libertadores.
Amanhã irão se encontrar no Independência.
Pelo que estão jogando, zero a zero não será surpresa.

domingo, 23 de março de 2014

BARCELONA E CRUZEIRO

Neste domingo vi dois jogos pela televisão.
Barcelona e Real de Madri e, depois, Cruzeiro e Boa Esporte.
Essas oportunidades são interessantes, pode-se comparar alguma coisa olhando-se através do abismo que separa os dois jogos.
O time catalão é, ainda, o melhor do mundo.
Melhor subjetivamente, para minha apreciação.
Falei isso, dias atrás, aqui mesmo.
Continua dominando o campo, a posse de bola, cria as melhores oportunidades para marcar, tem os jogadores mais brilhantes no meio de campo e o fulgor de Messi.
Hoje Messi foi meio campista, além de atacante.
Armou o time.
O Barça está encontrando uma forma de jogar que não é mais com ele quieto entre as linhas adversárias esperando o momento de arrancar para o gol.
Messi está formando mais atrás, organizando, criando jogadas.
Hoje criou várias.
O Real ficou perdido quando ele ampliou sua faixa de jogo.
E fez isso como um armador de grande categoria, sem perder o impacto como atacante.
Não é mais um falso nove, como nos acostumamos a ouvir.
Não sei o que ele é.
Talvez uma meia armador/ponta de lança/centroavante.
Tomou conta do jogo do meio de campo para a frente.
No Barcelona, o que mais me encanta é a capacidade que time tem de tecer as jogadas.
Como rendeira sábia que vai traçando desenhos bonitos, precisos e complicados com os fios.
Neymar não foi brilhante, mas agudo, e cavou um pênalte que vai aumentar sua fama de cai-cai.
Sua presença torna o Barça mais perigoso e permite que Messi assuma também a função de lançador.
Quando Pedro o substituiu, o time azul-grená ficou menos imprevisível.
Cristiano Ronaldo foi apagado.
Mesmo assim sofreu um pênalte - o começo da falta ocorreu fora dá grande área - que ele mesmo marcou.
Mas foi um jogo de 90 minutos que, parece, durou só meia-hora.
Bom de se ver.
Ah, depois vi Cruzeiro e Boa Esporte.
Como é que um time campeão brasileiro pode jogar de forma tão medíocre?
Como pode errar tantos passes?
Fazer tanta ligação direta?
Ser tão ineficiente?
Fico imaginando como devem ser os treinamentos dos azuis... 
Um rachão?
Um coletivo contra os reservas?
Não houve, na parte do jogo que assisti, uma só jogada articulada.
Tudo saiu de improvisos.
Os jogadores são incapazes de um passe de primeira, de deslocamentos coordenados.
Ao final, bem no final do segundo tempo, o Cruzeiro marcou com Júlio Batista.
É alarmante ver dois times treinados, articulados como Barça e Real e ver um campeão brasileiro tão desarticulado.
Longe de mim esperar que o Cruzeiro seja um novo Barça, mas gostaria que, pelo menos, acertassem mais passes.
Isso pode ser treinado.
Sabe qual foi o percentual de acerto de passes do Xavi no jogo de hoje contra o Real?
Foi de 94%.