quinta-feira, 24 de março de 2011

FLUMINENSE RESPIRA

O campeão brasileiro passou sufoco no Engenhão para vencer o América do México.
Perdia por 2 a 1 até os 34 minutos do segundo tempo.
Aí Deco resolveu.
Deu o passe para o empate aos 34 e marcou a vitória aos 42.
Agora o Flu pega duas paradas tortas fora de casa.
Ontem foi sua primeira vitória.
Precisa vencer os outros dois compromissos para ter chance de classificação.
Mas respira.
Estava sufocado e voltou a respirar.
E foi a sortuda estreia do novo técnico - auxiliar técnico esquentando lugar para Abel Braga, talvez.
Chama-se Enderson Moreira e passou pelos júniores do Cruzeiro ganhando títulos na Taça São Paulo e no Brasileiro sub-20. Fez ótimo trabalho e revelou jogadores. Ficou dois anos na raposa quando o time não perdeu um só jogo.
Dois anos invicto num time como o Cruzeiro - mesmo de base - que enfrenta todos os grandes times brasileiros não é tarefa pequena.
Talvez seja inédita.
Treinou também equipes de base de América e Atlético.
Formado em Educação Física pela UFMG é um estudioso com publicações sobre futsal e futebol.
Passou também pelo Atlético do Paraná e pelo time B do Internacional de Porto Alegre.
Pode ter um trajetória parecida com a de Ney Franco.

UBERABA PAROU O GALO

Empatar em casa com o Uberaba tira moral de qualquer um, e a torcida atleticana começou a reclamar do Dorival.
O time dominou o jogo, criou as melhores oportunidades, mas foi ineficiente nas conclusões.
Perdeu algumas bolas quando saía para o ataque e proporcionou a contra ataques perigosos.
No fim de semana, apresentando também este defeito, ganhou injustamente do Vila Nova que criou mais chances de gol.
Ontem ficou no 1 a 1 contra o fragilíssimo Uberaba.
De bom, restou a estréia do jovem Bernard, na lateral direita, formado na base.
Uma ótima surpresa.
Tem qualidade, personalidade e principalmente determinação.
Serginho e Ricardinho voltaram sem nada acrescentar.
Mancini se lesionou.
Guilherme, novo contratado, chegou a Belo Horizonte dizendo que seu compromisso agora é com a massa atleticana, mas vai sofrer com a torcida azul, pelo menos no início.
Depois de perder Obina e Tardelli o time perdeu o jeito de marcar gols.
Pode ser que Guilherme - lançado por Dorival nos tempos de Cruzeiro - resolva o problema.
Dorival está fazendo a transição do time do Wanderley Luxemburgo para o seu.
Um dos últimos de Luxemburgo a sair foi o Diego Souza que estreiou no Vasco com a mesma exasperante lentidão, mas marcou um gol.
Dorival é um formador de elencos.
Talvez o que melhor faça isso no Brasil.
Foi assim no nordeste, no Coritiba, no São Caetano, no Cruzeiro e no Santos.
O time será forte no Brasileirão.
No campeonatinho mineiro basta ficar entre os quatro para ir à final contra o Cruzeiro.
Raramente ocorre coisa diferente.

REAL DE MADRI & BARCELONA

A TV Globo não quis participar da concorrência com as outras emissoras de TV para, a partir da melhor oferta, ver quem transmitiria os jogos do Campeonato Brasileiro de Futebol a  partir de 2012.
Até então a Globo tinha o direito de preferência sobre as demais emissoras.
Assim: Se uma emissora que não a TV Globo apresentasse uma proposta e, depois de abertos os envolopes, vencesse a concorrência, a emissora da familia Marinho podia cobrir a proposta.
O CADE, órgão antitruste do Ministério da Justiça, proibiu a prática.
E mandou que fosse feira concorrência pública e transparente para a transmissão dos jogos onde todas as emissores poderiam concorrer em igualdade de condições.
A Concorrência deveria ser feita através dos Clube dos Treze que representa legalmente os 20 clubes da série A do Brasileirão.
A TV Globo, de mão com a CBF (famiglias Marinho e Teixeira) tentou emplacar um presidente "amigo" no Clube dos Treze, se não me engano o Márcio Braga, ex-presidente do Flamengo. Não conseguiu. Ganhou o gaúcho Fábio Koff.
Fábio Koff fez a concorrência para a TV aberta a Rede Globo não participou. Nem a TV Record.
E começou o pega pra capar, o jogo sujo em que apenas se sabe certos valores.
A Globo negocia diretamente com os clubes.
Quem pode saber o quando cada um leva e se há algum "por fora".
Flamengo e Corínthians receberam as propostas mais altas. Algo em torno de 110 milhões mais exposição privilegiada das marcas dos patrocinadores desses times.
E os demais clubes aceitaram.
O meu Cruzeiro - presidido pelo reserva de senador Zezé Perrela - aceitou o acordo por muito menos que a metade do que vão ganhar os dois times grandes.
Quem encarou a briga com a Globo e com a CBF, como o São Paulo, está sendo rebaixado durante as transmissões.
Vai ter menos partidas transmitidas e ainda não terá exposição dos seus patrocinadores.
O que isto quer dizer?
Que daqui por diante vamos ter Corínthias e Flamengo como Real de Madri e Barcelona na Espanha.
Os demais times não terão como concorrer com eles, serão simples coadjuvantes.
Gentinha muito da sem vergonha esses dirigentes dos clubes que botaram o rabo entre as pernas e aceitaram o que determinou Globo e CBF.
Mas ainda devemos esperar a manifestação do CADE que pode por abaixo essa trambicagem. Embora a justiça brasileira seja um descalabro. Ontem mesmo acabaram por invalidar o Ficha Limpa.
Voltando pra nossa roça: Zezé Perrela devia ter vergonha de falar com Kalil, presidente do Galo que não medrou feito ele e ainda está peitando Globo e CBF.
Zezé Perrela é um autêntico reserva de senador.

HORA DE SER INTELIGENTE

Abaixo, transcrevo o post de hoje do blog do Paulino a respeito das negociações da TV Globo diretamente com o clubes - passando por cima do C13. (http://www.midiasemmedia.com.br/paulinho/)

HORA DE SER INTELIGENTE
Triste a atitude da Rede Globo que diminuiu o número de partidas do São Paulo no Campeonato Brasileiro a serem transmitidas pela TV Aberta.
É clara a situação de revanchismo criada pela emissora em conjunto com a Casa Bandida de Futebol e seus cordeirinhos amestrados.
Situação que atinge também seus anunciantes, que deixarão de ter suas marcas expostas em partidas de um clube que se posiciona em terceiro lugar na medição de audiência do futebol nacional.
Não é pouca coisa.
O Tricolor é dos poucos clubes que se posicionaram contra a ditadura da CBF, mantendo posição mesmo após sofrer represálias.
Tomara o torcedor são-paulino tenha a inteligência de reverter o quadro, boicotando as transmissões da emissora, transformando este ato de imperialismo em um tiro que atingirá o pé do próprio atirador.

terça-feira, 22 de março de 2011

ANDRADE E O VODOO

O Santos precisando de técnico, o Fluminense precisando desesperadamente de um técnico - até o Gilson Kleina recusou a oferta tricolor - o Botafogo com o cargo em aberto e ninguém comentou que Andrade seria candidato a um dos cargos.
Ao técnico Andrade, campeão brasileiro pelo Flamengo, com méritos, foi dedicado profundo e silencioso esquecimento.
Por quê?
Andrade não é muito melhor que Gilson Kleina?
Por quê?
Por que sua pele negra e seus cabelos carapinhados pesam contra?
Falou-se, neste fim de semana, contra o racismo de que foi vítima o Marcelo - ex-Fluminense - agora no Real de Madri. Falou-se até com certa fúria, pois a manifestação foi explícita.
E devia-se mesmo falar e protestar.
Estas coisas são vergonhosas.
Mas ninguém diz nada sobre o profundo e silencioso vodoo de que é vítima o técnico Andrade.
Nas Antilhas morriam assim os que eram condenados ao vodoo.
Ninguém falava com eles, tornavam-se uma sombra.
Morriam.
Heminguay tratou o tema de forma artística em "O Velho e o Mar".
O velho não conseguia mais pescar um peixe.
Ninguém mais falava com ele.
Então ele embarca sozinho em sua frágil embarcação para o alto mar e  caça um grande peixe. Um peixe enorme, nunca visto.
O peixe era tão grande que não cabia na embarcação.
O velho o rebocou amarrando-o do lado de fora da canoa.
Os outros peixes comeram as carnes do peixe grande.
Quando o velho chegou à praia havia apenas um esqueleto desossado, fantasma do peixe que salvaria a sua vida.
Mas Andrade não tem sequer uma canoa.

MELHOR DOIS MARIMBONDOS VOANDO QUE UM NA MÃO

Segundo o blogueiro Cosme Rímoli, "Elano teve uma conversa definitiva com o presidente do Santos, Luís Álvaro. E o Santos concordou em pagar 700 mil por mês para o Murici Ramalho tentar classificar o Santos na Libertadores".
Leiam a íntegra do post do Rímoli em http://esportes.r7.com/blogs/cosme-rimoli/ . Vale a boa leitura.
Comento: tanto se exaltou o tal DNA ofensivo santista que se esqueceram da radiação letal que toma conta do time quando o comando é fragilizado.
Dorival e Adilson Batista caíram fritos na frigideira das vaidades.
O Santos começou a fazer menos gols e a defesa a tomar os mesmos, ou mais.
Aí culpa-se a defesa.
Ironia, não é?
Adilson foi dispensado por suas preocupações defensivas e vem Murici que é ótimo para armar sistemas defensivos.

Só que mais experiente e mais caro.
Mas a verdade é que  todos no Santos acreditaram - parece - que não precisavam de técnico, mas de um amigo que compreendesse as idiossincrasias dos jovens e bons Neymar, Ganso e outros menos famosos. 

As de Neymar, principalmente.
E eles deixaram de voar como fizeram quando tinham o comando de Dorival e passaram a picar.
Melhor dois marimbondos voando que um na mão.
Agora, se a ida do Murici se concretizar e for aceita como obra do Elano, ele vai se encaminhando desde já para se tornar dirigente.
E pode receber, como recompensa, algumas picadas de marimbondos.

O ESPETACULAR DE RAMIRES

Ramires, o ex-cruzeirense Ramires que brilhou no Benfica de Portugal e se transferiu ano passado para o Chelsea está jogando muito na Inglaterra.
Titular absoluto dos azuis ingleses, forma com o francês Essian a melhor dupla de volantes do mundo.
Corre mais do que todos os outros jogadores, defende demais, recupera inúmeras bolas, não erra um passe, chuta e cabeceia bem além de marcar gols.
Vai se soltando mais e mais no Chelsea e hoje é, talvez, o melhor brasileiro atuando no exterior.
É adorado pelos torcedores londrinos.
"Alma do nosso meio campo", dizem eles.
Fim de semana passado, contra o Manchester City, fez um dos gols mais bonitos do ano.
Dominou uma bola rápida na entrada da área, pela esquerda, dribou dois zagueiros numa avançada reta rumo ao gol, encontrou o goleiro pela frente e, com calma, chutou a meia força, cruzado, para consolidar a vitória do Chelsea.
Ramires tem a qualidade do guerreiro incansável que não desiste de uma única bola. Disputa todas elas, esteja o time perdendo ou ganhando, no começo ou no fim do jogo.
Tem outra qualidade que encantou os torcedores do Cruzeiro, do Benfica e agora do Chelsea: não enfeita uma só jogada. Toca de primeira e joga para a frente. Toca e se apresenta para dar continuidade à jogada. Sempre em direção ao gol adversário. Quando parte com a bola rumo ao gol é fulgurante, sua corrida prende atenção de quem vê, hipnotisa.
A imprensa brasileira, no entanto, continua fazendo pouco dele.
Tivesse sido revelado por um time do Rio ou de São Paulo seria um deus.

CRUZEIRO DESVALORIZADO

O Cruzeiro informou que fez acordo com a TV Glogo para transmissão dos seus jogos nos campeonatos brasileiros de 2012 a 2015.
Cerca de 30 milhões para a TV Aberta, mais 14 milhões por pelo  pay-per-view e mais um caraminguá aqui ou ali, o que daria cerca de 50 milhões por ano.
Zezé Perrrela, reserva de senador, e um dos primeiros a lamber as botas de Ricardo Teixeira para rachar com o Clube dos Treze, parece alegre com o acordo.
Fez um acordo que é menor do que a metade do que foi proposto a Flamengo e Corínthians e parece muito alegre.
Então, como suspeitou o Kalil, alguma coisa acontece por debaixo ou por detrás.
Zezé disse que ainda não recebeu proposta da TV Record.
Kalil, presidente do Galo, pertence ao pequeno grupo de times que ficou ao lado do G13. Ainda não fechou acordo. Bom negociante, certamente fechará acordo muito maior do que o Zezé.
A TV Globo informa que já fechou acordo com Coritiba e Goiás também.
Antes, fechara com o Grêmio.
Como se vê, Grêmio - aquele time que entrega jogos - e Cruzeiro estão no mesmo bloco de Coritiba e Goiás. O bloco dos times pequenos.
Amanhã tem teunião do CADE.
O CADE - organismo antitruste do Ministério da Justiça - determinou que a os direitos de transmissão devem se dar através de concorrência pública e transparente.
Vamos ver se mantém a decisão.

segunda-feira, 21 de março de 2011

O GALO VENCEU, MAS O VILA NÃO MERECEU PERDER

Se o futebol fosse justo não teria graça.
Todo time que jogasse melhor venceria e o imponderável que move o coração dos torcedores ficaria quieto, ninguém torceria.
Ontem, domingo, na Arena do Jacaré, o Vila Nova de Nova Lima, o centenário Leão do Bonfin, teve mais oportunidades de gol do que o Atlético Mineiro e mais organização dentro do jogo.
Perdeu vários gols quando seus atacantes ficaram livres à frente do goleiro Renan Ribeiro que é ótimo e defendeu muitas das chamadas "bolas difíceis", algumas dificílimas.
A falta de pontaria dos atacantes também ajudou, quer dizer, prejudicou o Vila Nova.
Como sempre, o juiz ajudou o time grande e anulou um gol legítimo do Vila marcado pelo argentino Palermo, ótimo jogador. Os times grandes devem estar de olho nele.
Estava 1 a 0 para o Vila e com 2 a 0 o leão teria ainda melhores chances de vitória, mas juíz em qualquer lugar do mundo ajuda o time grande. É uma espécie de doença altamente contagiosa que pega no camarada assim que ele ganha emprego de juíz. Foi uma ajuda e tanto.
Na parte final do jogo, lá pelos 25 do segundo tempo, Dorival foi para o tudo ou nada e botou quatro atacantes - Neto Berola, Mancini, Magno Alves e Ricardo Bueno - enquanto o Leão ficou só se defendendo.
Aí o Galo, numa cabeçada linda do centroavante Ricardo Bueno, completando cruzamento do Mancini que acabara de entrar, empatou. Em seguida o mesmo Ricardo  perdeu um chamado "gol feito" - que nunca está realmente feito - cabeceando pra cima outro cruzamento de Mancini.
O Vila tomou o segundo no último minuto da prorrogação de 5, numa jogada confusa que deu em gol contra do zagueiro.
Mais justa seria a vitória do Vila que é um time muito bem armado pelo ex-zagueiro e treinador iniciante Wilson Gotardo.
Leva jeito o Wilson Gotardo. Dá pra se ver, olhando o Vila Nova em campo, que alí existe um plano de jogo pré-estabelecido, organização tática, escolha correta dos jogadores, substituições adequadas, embora tecnicamente os jogadores do Atlético sejam mais qualificados.
Dorival teve que aguentar, até a virada, um torcedor azucrinando a ineficácia do time. Perdeu a paciência e disse que pagaria para ele ficar em casa.
O Vila foi melhor que o Atlético que jogou sem o Ricardinho, sem o Serginho e sem o Tardelli que foi para a Sibéria.
Mas o futebol não é justo.

BRANDÃO NO CRUZEIRO MERCÊ DE UM SUPOSTO ESTUPRO

O Cruzeiro anunciou para amanhã a apresentação do atacante Brandão, vindo do Olimpique de Marselha.
A imprensa francesa diz que o Cruzeiro repatriou o atacante.
Então deve mesmo ser verdade.
Brandão está respondendo a processo na França, acusado de ter estuprado uma moça de 23 anos.
Parece que ficou sem clima por lá.
O mesmo, acredito, que aconteceu com Robinho quando estava no Manchester City. Foi acusado de estupro e acabou se transferindo para o Milan.
Na Europa, o povo é menos complacente com estupros. Ou a justiça é menos influenciável que a brasileira.
Brandão era titular do Olimpique.
E o Olimpique é um dos grandes times franceses.
Mesmo assim ficou "sem clima".
Cuca disse que "Se trata de um jogador de força, de referência, de arranque, definidor, que jogou muito bem na Europa, no Leste Europeu, na França agora, no Olympique. Teve um problema lá, apareceu no momento em que pode dar certo, tomara que dê. É um grande reforço", disse Cuca, segundo o portal Uai.
Ainda que ele venha, marque muitos gols, assuma uma posição que ficou nua desde a saída de Marcelo Moreno e Guilherme, é constrangedor.
Dá um pouco de vergonha saber que o jogador vem para o Brasil, para o Cruzeiro, numa condição de quase fugitivo.
Uma vinda parecida com a de Felipe para o Flamengo.

HIPOCRISIA COME SOLTA

Ontem, vi e ouvi na ESPN reclamações muito justas contra a falta de respeito que os brasileiros demonstram, nos estádios, quando se pede um minuto de silêncio para marcar algum acontecimento triste ou trágico. Falecimento de um jogador, dirigente, figura pública importante ou tragédias naturais como aconteceu no Japão.
Ontem, os comentaristas reclamavam do minuto de silêncio onde não havia silêncio algum, ocorrido antes do jogo do Corínthians contra o Americana.
O Corínthians, numa bonita homenagem, até mandara escrever os nomes do jogadores na camisa do jogo em japonês.
Mas o minuto de silêncio foi minuto de zoeira.
Na Europa, diziam, minuto de silêncio é silencioso mesmo.
Isso os desgostava.
Me desgosta, também.
E a todos com um mínimo de bom senso e alma pouco estragada.
Mais me desgosta, todavia, é quando após o árbitro estabelecer o "minuto de silêncio" os locutores de rádio e TV continuarem seu blá-blá-blá.
Nenhum deles pára de falar.
É inacreditával como não se tocam que eles deviam ser os primeiros a dar exemplo.
Informam a causa da homenagem silenciosa, explicam, entram em detalhes.
Desrespeitam tanto quanto os torcedores.
E depois reclamam do torcedor presente no estádio.
Hipocrisia.

GUILHERME NO GALO

O presidente Kalil anunciou ontem, no twitter, que contratou o atacante Guilherme, ex-Cruzeiro, que atuava na Ucrânia, na Rússia, na Croácia, não sei bem onde... na Sibéria, pronto.
Saiu do Cruzeiro por um bom dinheiro.
Cinco milhões de reais, dólares ou euros mais o passe do Kleber Gladiador.
Nem ele deu certo lá no gelo, nem o Kleber deu certo no Cruzeiro.
Mas é atacante goleador.
Ótima contratação. Certamente indicada por Dorival Júnior que o lançou no time titular quando era treinador do Cruzeiro.
Não se espere dele um futebol feito o do Tardelli.
Ele é centro avante mesmo, jogador de área, baixinho, oportunista.
Resta saber se não esqueceu a bola na Sibéria.
Alguns vão para o exterior e quando voltam não jogam nada. Rafael Sobis, Belleti, Daniel Carvalho, Diego Cavallieri, Edmilson, Geovani que foi do Cruzeiro são alguns exemplos.
Outros voltam muito bem como é o caso do Liédson que está arrebentando no campeonatinho paulista pelo Corínthians.
Tomara que volte jogando muito, porque a torcida azul vai pegar no pé dele pra valer.
Não vão engolir um "prata da casa" que virou ídolo, retornar para vestir a camisa do Galo.
Bem vindo, Guilherme.

PATRÍCIA, A PRESIDENTA POLITIQUEIRA

Patrícia Amorim, presidenta do Flamengo é politiqueira que só.
Tanto se moveu que, durante a visita de Obama, conseguiu chegar a ele e entregar-lhe uma camisa do Flamengo.
Que signifição tem?
Para o time e sua torcida, nenhuma.
Para ela - vereadora carioca - uma oportunidade de granjear simpatias de olho em futuras votações.
Se fosse para promover o Flamengo podia ter mandado Ronaldinho Gaúcho entregar o presente. Obama, certamente, ficaria mais agradecido.
Mas ela?
Quá quá quá.
Ah, não, urubu faz diferente.
Cró cró cró.
Tucano eu não sei como faz.
Outro feito da presidenta Patrícia: entregou uma camisa do Flamengo, com o número 45, para José Serra, durante a eleição presidencial que elegeu Dilma Roussef.
45 é o número do PSDB do qual ela é filiada.
Era, assim, o número do candidato Serra.
E a camisa, modelo alternativo, tinha as cores azul e amarela, cores também dos tucanos.
Justificou que era comemoração, coisa histórica, que muito antigamente o Flamengo vestia-se de azul e amarelo.
Ainda bem que a camisa foi relegada ao esquecimento. Flamengo de azul e amarelo? Credo.
Uma vergonhazinha oportunista.
No entanto, fez-se publicidade da entrega como se toda a torcida flamenguista fosse tucana.
Posso pensar que se ela usa o Flamengo para esses beneficiozinhos políticos pessoais poderá usar em outras circunstâncias mais obscuras.
Não difere nada dos outros cartolas no que o termo tem de menos confortável.
É, assim, mais um(a) cartola.
Triste cartola.
Tristemente politiqueira.

domingo, 20 de março de 2011

JON JONES TOMA O CINTURÃO DO BRASILEIRO SHOGUN

Nesta madrugada o brasileiro Maurício Shogun Rua perdeu o título de campeão peso-pesado para o americano Jon Jones.
Vi reportagens na TV dias antes da luta pelo cinturão peso-pesado do UFC entre o brasileiro Shogun e o americano Jon Jones.
Como sempre a mídia esportiva brasileira, nessas reportagens, agiu muito mais como torcedora. Propagandeou o favoritismo de Shogun.
Até que chegou a hora da verdade. 
Dentro da jaula dos guerreiros, Shogun era um gorduchinho lento e Jon Jones um ágil lutador de quase dois metros, veloz, dono de uma técnica apurada, cotoveladas incríveis, um  muay thai de altíssimo nível.
Shogum foi destroçado. Durante a luta ficou impotente, parado, suportando o massacre. E o massacre terminou no meio do segundo assalto quando o brasileiro bateu no chão, três vezes.
O título de Jon Jones é mais do que merecido.
Comparativamente, Jon Jones é muito melhor do que todos os demais lutadores, melhor até do que o badalado – merecidamente - Anderson Silva.
É o melhor de todos.
Tem 23 anos e ninguém vai tirar-lhe o título tão cedo.
No MMA é um fenômeno do mesmo porte que foi Mike Tyson antes de estragar sua vida fora dos ringues.
Ninguém chega sequer aos pés Jon Jones.
Tem 23 anos, arrogância, talento e força.
Arrogância e talento de Mohamed Ali, talento e força de Mike Tyson.

sábado, 19 de março de 2011

CRUZEIRO VENCE JOGANDO MAL

Hoje à tarde, o Cruzeiro venceu o Funorte por 3 a 0 na Arena do Jacaré.
O Funorte é o lanterna do campeonatinho mineiro e é mesmo muito ruim. Os dois.
O Cruzeiro jogou sem Vitorino, Montillo e Roger. Gilberto substituiu Renan que desaprendeu como atacar e ainda não aprendeu a defender.
Sem o meia argentino, o Cruzeiro perdeu todo o sentido de organização ofensiva. É incrível como Montillo é essencial.
O jogo estava morno, de dar sono. Sono de verdade. Tirei cochilos de 10 ou 15 minutos e ao despertar tudo continuava na mesma.
Até que o juiz inventou um pênalti do zagueiro Welington Paulo, o veteraníssimo Welington Paulo, sobre o Welington Paulista.
Sim, Welington Paulista estava jogando. Não sabe driblar, não chuta bem, não cabeceia bem, está sempre no lugar que a bola não vai – sua colocação na área é péssima – tem o passe muito ruim, é o artilheiro que marca menos gols no Brasil, mas estava lá. Titular. Cuca gosta dele – coisas do obscuro da alma, superstição, amuleto, sei lá.
Ele mesmo cobrou e marcou. Festejou com uma fúria de goleador de copa do mundo.
Veio o segundo tempo e Everton entrou no lugar de Henrique. Henrique estava péssimo. Quando foi convocado por Mano Menezes chorou emocionado. Foi lindo. Só que depois disso não jogou bem uma só vez. Errou passes demais, deu contra ataques aos adversários, enrolou-se com a bola. Com Everton o time melhorou.
Tiago Ribeiro, o melhor do time, marcou duas vezes.
Incompreensível ele na reserva e W. Paulista atuando sempre. Cuca diz que precisa de um jogador de referência na área. Que me perdoe, mas W. Paulista é péssima referência.
Ao final de um jogo ruim, Cruzeiro 3 a 0.

TÉCNICO FAZ FALTA

O Santos dos badalados Ganso, Neymar e Elano acaba de perder para o modesto Bragantino por 2 a 1. Vinha de derrota por 3 a 2 para o Colo Colo na Libertadores.
A soberba dos jogadores que já haviam botado fora os técnicos Dorival e Adilson Batista e bancado no posto o auxiliar Marcelo Martelote - talvez em razão de boa amizade - não foi suficiente para fazer o mesmo com Colo Colo e Bragantino, ou seja, botá-los fora do caminho.
Ganso, Neymar e Elano - e certamente outros menos cotados - julgavam-se tão bons que não precisavam de um técnico.
Precisam.
São jovens e grandes promessas os dois primeiros, apenas isso.
Muita gente da mídia julgava que perdemos a Copa do Mundo porque Dunga não os convocou.
Estavam errados.
Mas não se emendam.
O portal Uol, da Folha, estampa agora uma foto de Neymar com a legenda: Santos de Neymar erra na defesa e perde para o Bragantino por 2 a 1.
Quer dizer, Neymar ganhou o jogo, quem perdeu foi a defesa.
É paparicar demais pro meu gosto.
Já o Fluminense, com a saída de Murici Ramalho amargou hoje nova derrota para o modesto Boavista. Dois a zero.
E não foi por falta do Fred, ele estava lá. Conca também. E Emerson, Diguinho. Só Deco não atuou.
Perdeu porque não teve organização.
Por falta de técnico.

TV GLOGO, TV RECORD E O ÓRGÃO ANTITRUSTE

Fernandes Magalhães Furlan, primo do ex-ministro Luiz Fernando Furlan é o presidente do CADE que terá sua próxima reunião no dia 23.
O presidente tem fama de ser rigoroso nos casos de formação de monopólios em setores da economia e de ser acessível para ouvir quem se julga prejudicado e procura o órgão antitruste.
Porque o CADE – Conselho Administrativo de Defesa Econômica é isso: o órgão antitruste do Ministério da Justiça.
O que tem isso a ver com o futebol?
Tem que o CADE determinou que o Clube dos Treze abrisse concorrência pública e transparente para escolher a emissora de televisão que transmitirá os campeonatos brasileiros a partir de 2012. Os direitos de Tv aberta, tv fechada, Web e telefonia celular.
Mais ainda: que abrisse concorrência independente para cada uma das plataformas: uma concorrência para TV aberta, outra para fechada, outra para Web e outra para telefonia celular.
Seguindo as determinações do CADE, o Clube do Treze abriu concorrência para os direitos de TV aberta e ganhou a Rede TV, com uma proposta de 510 milhões, diante da desistência da TV Globo e depois da Record.
A TV Globo disse que não participaria da concorrência do Clube dos Treze, dirigida por Fábio Koff, eleito contra a vontade dela e da CBF. Afirmou publicamente que negociaria direto com os clubes. A TV Record, em feroz disputa, fez o mesmo.
Aí, segundo boatos, a Globo ofereceu 110 milhões anuais a Flamengo e Corínthians pelos direitos todos – TV aberta, fechada, Wed e telefonia celular.
Às claras, a Record ofereceu 100 milhões anuais a Flamengo e Corínthians apenas pelos direitos da TV Aberta.
Vem o presidente do Grêmio e diz que fechou acordo com a Globo por não sei quanto para a TV aberta como estratégia para negociar as outras plataformas.
Contrariou outra determinação do CADE: Não permitiu que as demais emissoras participassem da concorrência, fizessem suas propostas.
Dia 23 o CADE vai se reunir.
Vamos ver se haverá concorrência pública e transparente para todas as plataformas.
Há suspeitas – Kalil, presidente do Galo levantou a hipótese – de que os clubes que estão negociando direto com a TV Globo estão levando um “por fora”.

sexta-feira, 18 de março de 2011

RECORD x GLOBO

O Clube do Treze que negociava as cotas de transmissão dos jogos do campeonato brasileiro pelas emissoras de televisão foi implodido.
A implosão se deu através de ação da TV Globo e da CBF tendo como testa de ferro o presidente do Corínthians.
A TV Globo temia perder a licitação para a TV Record, assim, avisou que não entraria na licitação e negociaria direto com cada clube. E passou a fazer isso.
A TV Record, para não ficar atrás, fez a mesma coisa.
Especula-se surdamente na imprensa que os dirigentes que estão negociando com a Globo teriam alguma vantagem pessoal para aceitar uma cota menor.
A Record, para forçar a concorrência, passou a divulgar quanto oferece a cada time. Assim, se um dirigente aceitar uma cota menor da Globo, todos saberão que há algo sendo oferecido "por fora".
Há notícias de que a Globo dividiu os times de acordo com a suposta audiência que cada um proporciona.
Assim, Corínthians e Flamengo ganhariam mais.
Depois viriam São Paulo, Palmeiras, Vasco e Santos.
O outro bloco seria formado por Cruzeiro, Atlético Mineiro, Fluminense, Botafogo, Internacional e Grêmio.
Certamente os times do terceiro bloco receberão metade ou menos do que os times do terceiro bloco.
Esta é a questão financeira.
Há, no entanto, outra questão.
Os jogos dos times do Rio e de São Paulo são muito mais mostrados pela TV.
Quando o Cruzeiro jogava em Sete Lagoas, pela Libertadores, contra o Tolima, somente houve transmissão pela TV Globo Minas. E mesmo assim, apenas para Belo Horizonte.
Os torcedores do interior de Minas tiveram que ver Flamengo e Fortaleza pela Copa do Brasil.
Não importa que seja a Libertadores muito mais importante esportivamente que a Copa do Brasil. Importa para as televisões do Eixo Rio-São Paulo que sejam os times de lá.
É colonialismo puro. Duro. Manipulador.
E nas TVs fechadas também só dava Flamengo: ESPN 1 e 2, SporTV 1 com Flamengo e SporTV2 com Santos de Colo Colo.
E os comentários?
Duas horas comentando Flamengo e Fortaleza e dez minutos para Cruzeiro e Tolima.
Isto merece intervenção do Governo de Minas.
Não acontece somente no futebol.
Acontece em tudo.
Na cultura.
A cultura de Minas e do resto do Brasil está sendo estuprada. Moldada pelos interesses das emissoras estabelecidas no eixo Rio e São Paulo.
É uma vergonha, uma velhacaria, uma desonestidade.
Merece intervenção do governo não são de Minas, mas dos demais estados. Merece intervenção do governo federal.
Estão usando audiência forçada para gastar menos e ganhar mais.
Não há produção cultural da TV Globo, Record, SBT, Band nos demais estados.
Produzem tudo no Eixo e enfiam goela abaixo de quem não mora no Eixo do Mal.

A REGRA

A REGRA
Ary da Turica, assim chamado por causa da moça com quem namorava por mais de cinco anos e o radiotécnico Gonçalinho eram doidos por futebol. Mais ainda pelo time da cidade, o Carijó. Dedicados, chegavam aos treinos antes que todos, mas eram péssimos jogadores.
Nos jogos nunca eram relacionados nem para o banco de reservas.
Nos treinos coletivos ficam sentados à beira do campo, com chuteiras e meiões, torcendo para que alguém faltasse e eles pudessem ao menos treinar.
O técnico, um ex-tenente do exército, evitava passar perto deles para fugir daqueles olhos compridos, pidões.
Fico com pena”, dizia ao presidente do time “mas eles são ruins demais”.
Dia de jogo, transformavam-se em maqueiros. Conduziam para fora do gramado os atletas machucados. Num histórico confronto com o Esportivo de Congonhas, levaram para fora do campo um atacante adversário, passaram pelo portão do alambrado, tiraram as chuteiras do coitado e as jogaram no mato além de ameaçá-lo caso ele voltasse.  Houve brigas e protestos, ameaças de anulação do jogo, mas o Carijó prevaleceu.
No ano de 1962, campeonato regional em andamento, o time deu de perder jogadores por contusão, suspensão e outras pragas. Nonô quebrou o tornozelo, Carlinhos estourou o menisco, Jales foi preso por tentativa de assassinato, Julinho arranjou emprego em Vila Velha e nunca mais apareceu na cidade. Tito e Celso foram suspensos. Geraldinho teve um acidente na estrada de ferro com perfurações nas tripas e só voltou um ano depois. Paulinho, revelação do time, foi pego e levado à força para servir o exército, ele que conseguira escapulir do serviço militar quando completara 18 anos, escondendo-se numa fazenda do Bonfim.
Elenco desfalcado, o tenente treinador foi obrigado a colocar Gonçalinho e Ary no banco de reservas.
Orgulhoso, Ary prometeu casamento a Turica e Gonçalinho trabalhou com mais afinco no reparo de quanta bugiganga lhe mandavam.
Nunca entravam nos jogos, mas era de se ver o orgulho com se sentavam no banco de reservas vestidos com a camisa preta e branca do galo do Paraopeba.

Na semifinal o beque central Hélio machucou-se, não tinha ninguém no banco e Gonçalinho entrou. Mas não entrou na zaga, entrou na ponta esquerda. O ponta esquerda foi jogar de centeralfo (center half) –  nome antigo do atual primeiro volante – e este foi pra zaga.
Ponho Gonçalinho de beque e perdemos o jogo”, justificou-se o treinador para tantas mudanças.
Gonçalinho, na ponta esquerda, partiu veloz pra cima do alfe direito do Moedense e arrebentou com ele. O lateral não voltou a campo deixando o adversário com um a menos e o Carijó venceu. Foi à final.
Gonçalinho, o herói do jogo, não dava conta de segurar contentamento e ria de tudo, ou chorava.
Fui a arma secreta do treinador”, berrou, e deu um abraço emocionado no velho tenente que custou se ver livre dele.
Na final, Gonçalinho continuou na ponta esquerda porque o zagueiro titular, o Hélio, seguiu contundido, o joelho virou-se numa bola.  
Seria um jogo duríssimo contra o Casa de Pedra aquela final.
Zero a zero, zero a zero, zero a zero, jogo chegando ao fim, o centro avante Zezé quebrou o braço e Ary entrou no lugar dele.
Estava formada a ala esquerda mais desprezada da história do Carijó, Ary e Gonçalinho.
O goleiro do Casa de Pedra, Lalá, era o melhor da região, já jogara no profissional do Cruzeiro.
Agora que não marcamos mesmo”, lamentou-se o tenente treinador, “mas fazer o quê? Não tenho outro”.
O Casa de Pedra perdeu um ataque no finalzinho do jogo, o Carijó avançou rápido, Gonçalinho recebeu na esquerda e cruzou como pode para o meio da área. Ary desembestou pelo meio atrás da bola e o zagueiro adversário, apavorado, passou-lhe uma rasteira.
Pênalti.
Mário Rezende, ponta de lança famoso na região pegou a bola para bater e Ary botou peito. “Quem sofreu o pênalti que bate”.
Essa era a regra. O tenente treinador ficou maluco. Entrou em campo para tentar convencer Ary a abrir mão do seu direito e deixar Mário Rezende fazer a cobrança.
“É o Lalá, Ary, o homem pega até pensamento, deixa o Mário bater”.
Não teve êxito. Regras são regras e ele era tenente reformado. Voltou para a beira do campo caminhando com umas pernas que não eram dele, bambas, temendo pelo pior.
A torcida protestou quando viu que Ary se preparava para a cobrança. Depois entendeu, era a regra. Torcedores taparam os olhos. Outros rezavam. Um silêncio de pedra em roda do campo foi interrompido de repente. Era Turica gritando extasiada: “Ary, Ary, Ary”.
Ary tomou distância, Turica calou-se, o juiz da federação amadora autorizou, ele caminhou sereno pra bola e tocou no canto esquerdo quando Lalá, o famoso goleiro do Casa de Pedra, pulou para a direita.
Gol do título.
Gol do Ary maqueiro.
Horas depois do jogo, no meio das festividades, o treinador perguntou: “E se você errasse o pênalti?
Errava não. Eu tenho é muito amor por esse time”.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Goleada perigosa

O Cruzeiro goleou ontem o Tolima por 6 a 1, mas poderia ter levado, pelo menos, quatro gols.
A defesa foi envolvida pelos atacantes colombianos que, para sorte azul, erraram demais nas finalizações e tiveram contra si uma defesa incrível do goleiro Fábio. O mesmo Fábio que no jogo da Colômbia, salvara o empate ao defender um pênalte.
A defesa do Cruzeiro sofre quando encontra um ataque habilidoso. Assusta-se, fica cercando, dá tempo do atacante pensar jogadas, tabelar. Gil e Renan, quando tentam se antecipar atropelam, fazem falta desnecessárias. Diego Renan desaprendeu de atacar e não aprendeu a defender. Pablo, na lateral esquerda, ainda é apenas uma improvisação, não é lateral de ofício. Destaca-se Vitorino, muito bom sempre.
Os voltantes cercam muito e dividem pouco. Quando dividem, fazem muitas faltas.
E as bolas levantadas na área continuam aterrorizando o torcedor.
Já os atacantes foram muito eficientes. Quase todas as chances criadas deram em gols.
Roger se destacou com dois gols e duas assistências, mas deu contra ataques para o adversário e falhou no auxílio ao Renan na esquerda. Roger tem ataques de displicência durante os jogos.
Montillo, voltando de contusão, atuou com faixa protetora no joelho e teve atuação irregular. Errou passes que não constuma errar, mas fez o gol que abriu a goleada logo aos três minutos de jogo e armou a jogada que resultou no segundo gol de Roger.
Gilberto entrou no meio do segundo tempo no lugar do confuso Diego Renan, deu mais consistência defensiva e melhorou o passe pelo lado esquerdo. Fez um gol e deu passe para Tiago Ribeiro encerrar a goleada.
Welington Paulista, mais uma vez, foi improdutivo. Correu muito, fez muitas faltas, mas continua padecendo da deficiência de sempre: má colocação na área. Está sempre onde a bola não vai. Cuca, no entanto, gosta muito dele.
Henrique não jogou bem. Mano Menezes estava assistindo e ele, convocado, não apresentou bom futebol. Foi uma de suas piores partidas pelo Cruzeiro.
Encarregado de marcar o Chara, meia do Tolima, mais perdeu do que ganhou. Errou passes, perdeu bolas quando o Cruzeiro ia ao ataque e proporcionou situações de perigo criadas pelo Tolima.
Perder bolas quando o time está avançando é um dos defeitos dos jogadores brasileiros. Deixa a defesa desprotegida por conta de um passe mal feito, um drible desnecessário. Quando assistimos partidas de times europeus - Espanha, Inglaterra, Itália, Alemanha - vemos como isso é raro de acontecer.Vi, ontem, Ramires e Essian jogando pelo Chelsea contra o Lyon. Nem dos dois errou um passe no meio campo dando contra ataque ao time francês.
O Tolima tem alguns bons jogadores, bons mesmo. Murillo e Chara foram os que mais me agradaram. Ambos com passagens pela seleção colombiana. Ambos têm lugar em grandes equipes brasileiras. Murillo lembra o Ramires. Vi Cuca falando com ele ao final do jogo.
Esta goleada pode ser perigosa.
O Cruzeiro vai jogar as duas próximas partidas fora de casa e precisa ganhar para se garantir como o melhor na fase de classificação e manter as decisões de mata-mata em casa.
Isto é importante no final da Libertadores. Não ganha títulos, mas aumenta as chances.
Com as facilidades que a defesa proporcionou ao Tolima vai ser tarefa difícílima vencer Estudiantes e Guarani fora de casa.
Os outros
O Santos, com toda empáfia de suas estrelas - botaram pra fora dois treinadores: Dorival e Adilsom - foi derrotado pelo Colo-Colo por 3 a 2. Poderiam ter levado sete. Poderiam ter feito mais um ou dois.
Agora, com três jogos realizados e apenas 2 pontos ganhos, precisam ganhar as três partidas que faltam para se classificar.
Igualzinho ao Fluminense.
O Internacional goleou também por 4 a 1 na altitude boliviana e está em primeiro lugar no seu grupo.