domingo, 21 de abril de 2013

FUTEBOL, PÚBLICO E IMAGEM DA TV GLOBO

50 mil pessoas foram ao Mineirão ver o jogo entre Galo e Vila Nova.
Pelo campeonato mineiro.
Possivelmente terá sido o jogo com maior público no Brasil neste domingo.
O dobro do que o Corínthians levou ao Pacaembu.
Com ingressos mais baratos.
O alvinegro tem essa tradição de ingressos mais baratos.
Acredita que sua torcida tem uma base maior na classe pobre.
Não sei se já fizeram pesquisa para conhecer o poder aquisitivo dos seus torcedores.
No Independência o preço médio dos ingressos é maior, pois são menos lugares.
No jogo de hoje, o preço médio foi de trinta reais.
Mesmo assim, o público foi animador.
Num campeonato nacional, onde cada rodada é uma decisão, pode-se pensar que o Galo terá grandes públicos.
Vai lotar o Independência.
E também o Mineirão, quando for o caso.
O Cruzeiro, mesmo com um preço médio de ingressos maior - o mais barato até aqui custou 40 reais -  também terá grandes públicos.
Com os novos estádios, o mesmo deve acontecer nos outros estados.
O Maracanã deve redimir o futebol carioca da pobreza de público que tem atualmente.
Com o novos estádios, com as campanhas de sócio torcedor, o campeonato brasileiro de futebol  (já muito mais forte que os demais da América do Sul) dará um salto para aproximar-se dos melhores campeonatos europeus.
Precisa, agora, melhorar a transmissão pela TV.
Os equipamentos parecem velhos, insuficientes, obsoletos.
As imagens são péssimas.
Quando vemos uma transmissão do alemão, do inglês, do espanhol, do francês vemos a enorme distância tecnológica que nos separa das melhores transmissões do mundo.
O tira-teima da Globo deveria se chamar "coloca-dúvida".
É vergonhoso.
A imagem dos jogos transmitidos mediante pay per-view é muito ruim.
Parecem imagens de celular.
Além de equipamento obsoleto, eles são mal colocados.
A angulação não favorece.
Há poucas câmeras.
A operação precisa melhorar.
Se quiserem vender o campeonato brasileiro internacionalmente terão que melhorar o produto-imagem.
A imagem que a Globo transmite, diminui a qualidade do futebol jogado no Brasil.
Hoje, a imagem - que já foi orgulho da Vênus Platinada - é muito pior que o futebol jogado em campo.

O CRUZEIRO PRECISA DE UM NOVO RAMIRES

O presidente Gilvan e sua diretoria mudaram o modo de administrar o Cruzeiro.
Antes o Cruzeiro era um balcão de vendas.
O balcão dos Perrela.
Agora, não mais.E o clube fez uma grande reformulação no elenco contando, inclusive, com a volta do Mineirão e o aumento do número de sócios torcedores.
O Cruzeiro é a quarta maior torcida do sudeste.
Corínthians, Flamengo, São Paulo e Cruzeiro são os quatro maiores da região mais rica e populosa do país.
A diretoria quer 40 mil sócios torcedores.
A contratação de Dedé demonstra a ambição da nova diretoria. 
E do ponto de vista do time, dá novo poder ao sistema defensivo que preocupou muito os azuis nos últimos anos.
Agora precisa de um volante armador para qualificar de vez a equipe.
Volante armador?
Sim.
Hoje o cinco é mais importante na armação das jogadas que o antigo dez.
Aquele que era chamado de meia-armador.
(Dirceu Lopes, Ademir da Guia, Gerson, Rivelino.)
Com o times jogando compactos, a armação passou a ser feita por trás.
Vejam os três melhores times do mundo atualmente: Barcelona, Real de Madri e Bayer.
No Bayer, o volante-armador é o Bastian Schweinsteiger.
No Real de Madri, o volante-armador é o Sami Khedira.
No Barcelona é Xavier Hernández i Creus, o Xavi.
E observem no Brasil o Corínthians onde Paulinho é o volante armador.
O volante-armador impulsiona e organiza o time e, além disso, marca gols.
Tudo que o antigo meia armador fazia.
O Cruzeiro tem Guerreiro e Nilton. 
São volantes-volantes, embora Nilton saia um pouco mais.
O Cruzeiro precisa de um novo Ramires.

BERNARD É IMPRESCINDÍVEL AO GALO

O Galo jogou muito mal e m São Paulo.
Mereceu perder.
Houve um grande trabalho da mídia paulista para ajuntar declarações de soberba dos atleticanos.
Um junta-junta para insuflar brio e raiva aos jogadores do tricolor.
Tudo bobagem, mas a imprensa, em geral, gosta dessa fofoca.
Quando, num jogo de iguais, uma equipe precisa vencer muito mais que a outra, geralmente vence.
Foi o que aconteceu.
O Galo entrou sabendo que se perdesse, nada mudaria.
Num mata-mata de Libertadores qualquer jogo é jogo duro.
Desclassificar o São Paulo não ajudaria mais do que literariamente.
Se não fosse o time de Ney Franco, qualquer outro seria pedreira.
Assim, adversário por adversário, não importava.
E o alvinegro jogou relaxado e perdeu.
O que não estava na conta era jogar tão mal.
A falta de Bernard foi crucial.
Bernard é o mais extraordinário atacante que o Galo teve desde Reinaldo.
Não por ser um goleador como o Rei.
Mas por sua participação coletiva.
Ele é o atacante mais europeu do Brasil.
Bernard ataca de forma aguda e efetiva e defende com a eficiência de um jogador de contenção.
Quando ele está em campo, Ronaldinho tem com quem jogar.
Sabe que Bernard estará em impulsão pela esquerda sempre que receber a bola.
E nenhum lateral avança deixando espaços para Bernard, pois sua velocidade, capacidade de dominar, driblar e concluir é espantosa.
Sem Bernard, Ronaldinho ficou restrito.
Tardelli diminuía um pouco a falta de Bernard.
E Tardelli também não jogou.
Sem a velocidade que necessita à frente,o Atlético murchou.
O seu meio de campo tem Pierre e Donizete que ficam só na conteção para permitir a entrada dos laterais no campo de armação e ataque.
Os laterais não são tão eficientes na função, como o esquema pede.
Há uma falta de grandes laterais/alas no futebol brasileiro.
Sobram, então, Ronaldinho, Tardelli e Bernard.
Com eles, bola não fica muito tempo no meio. 
A transição para o ataque é rapidíssima.
Feita a transição, Jô ajuda muito na manutenção do ataque.
Aí o Galo é muito eficiente.
Mas sem Bernard e Tardelli a velocidade de transição ataque/defesa desaparece e o esquema entra em falência.
É preciso que Bernard retorne, para que o Galo volte a ser eficiente.
No mata-mata, Bernard é imprescindível.