sexta-feira, 11 de julho de 2014

A CORPORAÇÃO DOS TÉCNICOS BRASILEIROS

Vi, hoje, parte do programa do Falcão na Fox com as presenças de Dorival Júnior e de Wanderley Luxemburgo.
Estava em questão a competência dos técnicos brasileiros depois dos incríveis 7 a 1 que a seleção brasileira levou da alemã.
Wanderley e Dorival defenderam a corporação.
Disseram que o problema brasileiro não são os técnicos, que os técnicos são ótimos, que detêm ótimos conhecimentos táticos, estratégicos, etc.
Que o problema é a ida prematura de jogadores jovens para o exterior o que não ocorre na Europa.
Wanderley afirma que hoje os empresários é que definem a vida dos atletas jovens, que os clubes não podem mais trabalhar com eles, etc. 
Wanderley afirmou, num arroubo de orgulho, que é muito bom e que se dessem a ele a oportunidade de trabalhar 10 anos na Europa "bateria" campeão da Uefa Champions.
Em segundo lugar - aqui Dorival foi mais enfático - a crise no futebol brasileiro decorre da impossibilidade de ser fazer um trabalho de longo prazo, do próprio técnico montar o time e ter tempo de trabalhar com ele.
Disseram, a contragosto, que não são contra técnicos estrangeiros no futebol brasileiro, mas que se os europeus, e citou Mourinho, viessem trabalhar no Brasil não conseguiriam fazer um bom trabalho, que seriam mandados embora quando sofressem algumas derrotas.
Os dois se manifestaram contra um estrangeiro dirigindo a seleção.
Wanderley afirmou que é contra porque há técnicos de excelência no nosso futebol e citou como exemplos ele mesmo, Tite, Muricy e Felipe Scolari, sem citar Dorival que estava ao seu lado.
Saia justa para Dorival que se remexeu incomodado.
Os dois não conseguiram responder por que os técnicos brasileiros não têm mercado na Europa, quando há inúmeros argentinos, chilenos, uruguaios trabalhando por lá.
Wanderley fez um muxoxo e disse que trabalhou no Real de Madri onde teve um ótimo aproveitamento de 74%, e só foi mandado embora porque o presidente to time queria que ele escalasse este ou aquele jogador e que ele não concordou.
Esqueceu-se de dizer e ninguém da mesa quis lembrá-lo de que na Espanha, os gigantes Real de Madri ou Barcelona, sem técnicos, atingem 74% de aproveitamento.
É como Cruzeiro e Atlético e Minas ou Grêmio e Inter no RS.
Em suma, os dois técnicos fazem parte de uma corporação que "se acha".
Nenhum dos argumentos deles se sustenta.
Se o problema fosse só a ida de jovens para a Europa, a Argentina não estaria na final da copa, pois lá também os jovens emigram cedo para os mercados mais fortes.
E Wanderley é um técnico que sabidamente não aproveita jogadores da base. Sua estratégia e contratar, contratar e contratar.
Ele contratou times inteiros no Grêmio, no Flamengo e no Galo, não aproveitou ninguém da base, foi mantido no comando, teve todo o tempo necessário e não conseguiu fazer os times jogarem, terem um plano tático e estratégico. E foi despedido pelo péssimo trabalho.
Não foi despedido porque não lhe deram tempo e apoio ou por mero capricho dos dirigentes.
Foi despedido por incompetência.
Dorival, por seu turno, desde que saiu do Cruzeiro - e já fazem muitos anos - e do brilhareco com o Santos de Ganso e Neymar no campeonato paulista de 2010 não fez um só trabalho digno de nota boa.
Foi vexatória a participação de ambos no programa.
Deu bem a medida dos estreitos horizontes que eles miram.

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