quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

DUNGA, UM RECOMEÇO COM INTERROGAÇÕES

A imprensa gaúcha noticia que o técnico Dunga, do Internacional, começa a impor sua filosofia de trabalho.
Detalhista.
Acurada.
Após 56 dias.
Acho um pouco tarde.
Com 56 dias, suas filosofia de trabalho já deveria estar implantada e dando alguns resultados.
Noticia que ele faz trabalhos de troca de passe em campo reduzido.
É bom que treine o passe, as variações.
Há pessoas que dizem que são infinitas as variações.
Sim, mas os padrões não são muitos.
A forma de treinar o passe faz toda a diferença.
Guardiola tem obsessão pelo passe.
Dunga tem escalado o time no 4-4-2.
Como Felipão e os demais gaúchos.
E também Luxemburgo que naufragou com ele no Real Madri, no Galo e no Flamengo e patina com ele no Grêmio.
Dunga escala Willians como guardião à frente da zaga e Fred como segundo volante.
Fred tem ótima chegada ao ataque, é veloz, mas marca poucos gols.
Na armação tem D'Alessandro pela direita e Dátolo pela esquerda.
Os dois têm mais nome que eficiência, principalmente D"Alessandro.
E quase nunca marcam um gol.
Damião é o atacante central que costuma sair um pouco para a direita e Gilberto um segundo atacante que vai mais pela esquerda.
Quando Forlán joga, a movimentação de Damião fica mais restrita, pois o uruguaio gosta também da direita.
Esse esquema vai depender da movimentação dos dois atacantes e da subida dos laterais.
Contra times pequenos pode funcionar bem.
Contra times mais bem armados...

Concordo com o Tostão quando ele diz que esquema importa menos que a movimentação dos jogadores, a opção pela troca de passes ou pelo passe longo, etc. 
Mas vejo a importância maior do esquema na medida em que ele impõe a escolha de jogadores. 
Não dá, por exemplo, para jogar bem no 4-2-3-1, sem dois bons atacantes pelos lados, capazes de atacar e recompor com solidez.
Está aí o Chelse capengando pois Mata e Hazard não são atacantes pelos pelos lados, mas armadores.
Nem dá para jogar bem no 4-4-2 se os meias não são goleadores ou os dois atacantes excepcionais.
D"Alessandro e Dátolo não são goleadores.
Damião  e Gilberto não são excepcionais.
Assim, quando o adversário marcar os dois atacantes o time ficará inoperante.
O 4-4-2 de Felipão deu certo em 2002 porque tinha dois atacantes excepcionais (Ronaldo Fenômeno e Rivaldo) e um meia atacante goleador (Ronaldinho Gaúcho chegando ao seu auge).
O esquema depende dos jogadores.
Penso que Dunga está forçando o Internacional a jogar num esquema para o qual não tem jogadores adequados.
A vitória suada sobre os reservas do Grêmio mostrou isso.

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