sábado, 30 de março de 2013

A LOROTA DO "LEGADO DA COPA"

De modo irritante se fala sobre legado da Copa, legado da Olimpíada.
Isto já me encheu o saco.
É uma grande bobagem.
Quem se propõe a fazer uma festa, vai gastar.
O legado da festa é que os convidados vão se lembrar dela com alegria.
Se for uma boa festa, claro.
Dirão: fulano fez uma grande festa; é um bom anfitrião; a família dele foi super gentil, nós precisamos convidá-lo também pra nossa festa, etc.
O legado é a alegria que fica e que vai.
A vontade de voltar, de reencontrar.
As lembranças.
Se alguém dá uma festa pensando em auferir lucro, está fazendo como o profissional de festas, o malfadado promoter. 
Um chato que apregoa festas em bares, boates, sítios, hotéis.
Aquilo não é festa.
É comércio onde pessoas pagam para entrar e pagam por tudo que consomem.
Muitas vezes pagam por pessoas consumíveis também.
A Fifa vai lucrar? 
Vai.
Ela é a empresária dos artistas.
A festa não está sendo dada por ela, mas pelo país. 
Da Copa do Mundo ficarão belos estádios, alguma melhoria no entorno deles, alguns hotéis e outros negócios.
Os gastos públicos devem ser acompanhados, fiscalizados.
Haverá falcatruas, superfaturamentos, roubos - como o Mineirão construído e reformado com dinheiro público e cedido a uma empresa particular graciosamente pelo governo de Minas.
Como o Maracanã que também será "doado", para não dizer roubado.
Na Copa e na Olimpíada haverá aquilo para o qual o sistema foi feito.
A busca incessante por lucro.
A qualquer preço, em qualquer greta, em qualquer tempo.
Com ou sem festa haverá falcatrua.
O cerne do sistema é corrupto.
Daí...
Dizer que não devemos fazer a festa da Copa ou da Olimpíada para evitar falcatruas é rematada tolice.
Fiscalizar, sim, é importante.
Não vai melhorar nada, mas talvez não piore demais.
Mas ficar na ladainha moralista de que não temos condições de fazer a Copa ou a Olimpíada é enfadonho e tolo.
O legado de festas assim não pode ser medido.
Pode ser apenas sentido.
Como os alemães que se reencontrarm em alegria e orgulho nacional por sua copa.
Mas os moralistas, os mesmos que defendem o sistema corrupto, fazem questão de alardear a penitência festiva como remédio contra a corrupção.
Cambada de chatos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário