quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

O OBEDIENTE FELIPÃO


O jornalista Perroni comenta em seu blog que Felipão é um técnico "ao ponto" para o presidente da CBF.
E faz uma revelação que me deixou surpreso.
Disse que Ricardo Teixeira gostava de trabalhar com Felipão porque ele entendia rapidamente os desejos da diretoria.
Quem diria, hein?
E Perroni é super bem informado.
Então o Felipão peita repórteres só de fachada?
Faz caras e bocas de público desgosto só pra constar?
Revira os olhos de impaciência fingida?
É, na verdade, um anjinho para as diretorias?
Será por isso que foi escolhido?
Talvez.
Felipão, que muitos tomavam como contestador, como independente, entregou a lista dos convocados ao presidente Marin antes de torná-la pública.
Tal como Marin exigia de Mano.
"Sim, senhor... aqui está a lista, presidente."
Estranhei o Felipão fazendo isto, mas fez.
Pensei que só o ensaboado Mano fazia isso.
Não, Felipe Scolari também faz.
Sem exagerar, é como se o técnico comunicasse a escalação ao presidente do clube, antes de defini-la com os jogadores no vestiário.
Ou seja, admite que o presidente do clube pode alterar a escalação.
Marin queria a convocação de Ronaldinho Gaúcho (Ronaldinho merece, fez um excelente campeonato).
Marin permitiu-se, então, ficar feliz antes do jogador e dos torcedores atleticanos.
Ronaldinho fora convocado.
E se ele não estivesse na lista?
Bom... acredito que ele faria pressão sobre o técnico.
Ou não?
Afinal, receber a lista antes dela se tornar pública serve pra quê?
Para avaliar, ver se está ao ponto, ao seu gosto.
Alterar.
Será que Ronaldinho estava na lista original?
Será que a lista apresentada à imprensa foi mesmo a lista original de Felipão?
Nunca saberemos, embora o técnico diga que sim.
Felipão agiu com grande naturalidade, com desenvoltura.
Não se constrangeu em cumprir a exigência que lhe retira a independência.
Pareceu até feliz em cumpri-la.
Talvez, no futuro, antes dos jogos...
Antes que a imprensa saiba...  
Que os jogadores saibam...  
Ele comunique ao Marin a escalação do time.
Pode ser.
Não é absurdo.

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