domingo, 27 de janeiro de 2013

GANSO, UM CLOWN NO FUTEBOL

Vi, ontem, alguns momentos do jogo entre os reservas do São Paulo e os titulares do Atlético de Sorocaba pelo Paulistinha.
Não me interessei pelo jogo por sua importância na competição, mesmo porque é competição tola.
Mas para observar o Paulo Henrique Ganso.
GanSo marcou um gol, inclusive.
Mas sua participação no jogo foi clownesca.
O clown é aquele palhaço - como Carlitos - que mistura o sublime com o ridículo.
O ridículo sempre mais aparente.
Assim foi o Ganso, cujo próprio nome é clownesco.
Seu modo de correr é travado, o passo pequeno, ele não "abre o compasso".
É como se fosse tolhido por uma saia justa invisível que o impede de dar um passo mais largo.
Isso tem a ver com as cirurgias?
Sempre foi assim, mesmo antes da cirurgia e eu só notei agora?
Quando ele interrompe a corrida, dá um saltinho.
Uma coisa infantil, tola.
Como um bordão físico, um trejeito espécífico de Carlito coçando o cós da calça.
Sua colocação em campo o impede de receber a bola.
Ele apenas fica por perto.
Mas não busca o jogo, não se oferece, apenas observa infantilmente.
Quando combate ou tenta desarmar é de uma mediocridade estonteante.
Lembra um garoto jogando entre adultos.
Quando, por fim, a bola chega a seus pés, vem o sublime.
Não erra um passe.
Parece que antevê o que pode ser feito e toca com precisão, simplicidade e beleza.
Descobre onde o companheiro estará quando inicia uma corrida e lança a bola justo naquele lugar.
Não lança forte nem fraco, mas com a força necessária para permitir um fácil domínio.
Mas isso demora muito a acontecer.
Dentro do jogo parece horas.
Não sei o que vai vingar na carreira dele daqui por diante.
Se o sublime ou o ridículo.

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