quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

DIVISÃO DAS TORCIDAS DE GALO E CRUZEIRO NO MINEIRÃO



Tradicionalmente, os jogos de Cruzeiro de Atlético eram vistos pela duas torcidas que dividiam o Mineirão meio a meio.
Sempre foi um espetáculo bonito, uma torcida contra a outra, os cantos, as vaias... o estádio tremia.
E muitas brigas aconteceram.
Mortes também.
Não dentro do estádio, mas nos fatais encontros de torcidas organizadas nas quebradas da cidade, nas noites. 
Duas torcidas dividindo o Mineirão foi uma prática que começou na década de 1960 quando o estádio foi inaugurado.
Agora, com as reformas de Independência e Mineirão, surgiram dificuldades.
O Independência, mercê de um projeto feito nas coxas, não comporta duas torcidas.
Nao há acessos separados para elas.
Por causa disso, a PM vetou duas torcidas.
Do mesmo modo que vetou duas torcidas também na Arena do Jacaré em Sete Lagoas.
Como o Galo tem contrato para realizar seu jogos no Independência que trata como estádio próprio, o presidente Alexandre Kalil disse que nos clássicos disputados lá, haverá apenas a torcida alvinegra.   Gilvan Tavares, do Cruzeiro, bateu pé do outro lado:
"Ah, é assim? Então nos jogos que acontecerem no Mineirão, só torcedor da Raposa".   
O Cruzeiro tem contrato com a administradora do Mineirão para mandar seus jogos lá.
E ficaram nesse bate-boca.
Em Minas é assim.
Jogo de Cruzeiro contra Terroristas do Talibã,  alvinegro torce pro Talibã.
E vice versa.
E os presidentes e diretores se comportam como torcedores.
Às vezes, como talibãs.
Pois bem, o Mineirão vai ser reaberto com o clássico que divide Minas Gerais.
A reforma do estádio foi iniciada por Aécio Neves, cruzeirense notório, e concluída por Anastasia.
Ambos querem uma festa modelar a ser mostrada para todo o país.
Aécio Neves alinhavou e Anastasia chamou os presidentes dos dois times. 
Ficou acertado que, na re-inauguração, as duas torcidas dividirão o estádio.
Somente para a inauguração.
Dia 3 de fevereiro, certamente, será o último clássico em que o Mineirão será dividido meio a meio pelas torcidas de Atlético e Cruzeiro.
Daí por diante será como manda o Estatudo do Torcedor: 90% de público para o mandande e 10% para o visitante.
O governador Anastasia prometeu que haverá segurança para o torcedor  cuzeirense no Intependência e para o atleticano no Mineirão.
No Mineirão, tudo bem, não haverá problema.
Mas como ele pode prometer segurança ao cruzeirense que for ao Intependência onde a entrada é a mesma para as duas torcidas?
Anastasia não entende nada de futebol.
Gilvan se calou sobre isso e Alexandre Kalil também.
Pra que contrariar um governador em seu palácio?
Depois se vê.
E o Atlético confirmou hoje, quarta-feira, através de sua assessoria de imprensa, que, quando for mandante, jogará no Independência com a maioria do público a seu favor. 
O governador que se dane para cumprir sua promessa impossível.
O Cruzeiro fará o mesmo quando tiver o mando, só que no Mineirão. 
No próximo dia 3, a renda ficará toda para o Cruzeiro, mesmo com o estádio sendo dividido meio a meio.
Antes, a arrecadação obtida em clássicos no Mineirão, era dividida igualmente para os dois.
Esta época chegou ao fim.
Os clássicos serão menos interessantes daqui por diante, sem os cantos e as provocações das duas nações torcedoras.

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