É o maior jogador da história do Cruzeiro.
Eduardo Gonçalves de Andrade, o Tostão, vestiu a camisa
celeste entre 1964 e 1972 e tornou-se, também, o maior goleador da história do clube.
Foram
245 gols marcados em 383 jogos.
O artilheiro deixou o Cruzeiro aos 25
anos.
Por causa da contratação do autoritário Yustrich, um técnico que chegou a espancar jogadores, deixou o time.
Vivíamos a ditadura militar, e deixar o Cruzeiro por causa de um técnico autoritário foi um protesto político.
Tostão sofreu um deslocamento de retina, antes da Copa de 1970, mercê de uma bolada.
O beque Ditão do Corínthians rebateu uma bola próximo dele.
A bola pegou no olho.
Daí por diante, ele não foi mais o mesmo.
Passou por cirurgia, vivia com o olho permanentemente inchado, e jogou a Copa de 1970 no sacrifício.
Zagalo chegou a dizer que olhava para ele e horrorizava, como se o olho dele, de tão vermelho, fosse uma posta de carne viva.
Encerrou carreira prematuramente, em 1973, mal tinha completado 26 anos, no Vasco da Gama.
Foi o primeiro jogador de Minas Gerais a ser
convocado para uma Copa do Mundo, em 1966.
Em 1970 foi titular absoluto do
time tricampeão mundial, formando o Ataque Inesquecível com Pelé e Jairzinho.
O mais assombroso que o Brasil já teve numa copa do mundo.
Tostão era capaz de organizar qualquer time.
Jogava com simplicidade e aguda inteligência.
Tinha habilidade individual, velocidade, raro domínio de bola e um chute ótimo com a esquerda.
Perfeccionista, desenvolveu bom chute com o pé direito.
Passava, driblava, combatia, se deslocava tanto pela direita quanto pela esquerda, tinha intensidade e uma leitura privilegiada do jogo.
Mas nunca foi bom cabeceador.
Dizem que os canhotos não são bons cabeceadores.
Maradona preferia usar a mão a cabecear.
Tostão foi um jogador além do seu tempo.
Tenho certeza que se adaptaria perfeitamente ao futebol jogado hoje.
Ele não enfeitava jogadas - nunca o vi fazer além do necessário com a bola - não cavava ou simulava faltas.
Jogava sempre à frente, passes simples, retos, sem "três dedos", trivelas, nada de firulas.
O passe preciso, rápido, se possível de primeira.
E era um jogador ético.
Nunca o vi atingir outro jogador maldosamente, reclamar acintosamente, não me lembro de ele ser expulso.
Deve ter sido, mas não me lembro.
Nunca quis ser uma estrela.
Sua vida pessoal, ele a manteve a sete chaves.
Tostão marcou 36 gols em 59 partidas pela Seleção Brasileira.
Tostão marcou 36 gols em 59 partidas pela Seleção Brasileira.
Foi campeão pelo Cruzeiro em 1965, 66, 67, 68, 69 e 1972.
Campeão brasileiro em 1966.
Campeão do mundo de seleções em 1970.
Quando deixou o futebol dedicou-se à Medicina.
Médico, dedicou-se unicamente à ciência.
E se destacou.
Tornou-se professor da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais - de 1981 a 1997.
Não é qualquer médico que consegue ser professor em uma universidade federal no Brasil.
Deixou a medicina e voltou a envolver-se diretamente com o futebol.
Mantem uma coluna semanal na Folha de São Paulo repetida em vários jornais.
É considerado por muitos, o melhor comentarista esportivo do Brasil.
Tostão é, além de colunista e escritor, um pensador do futebol.
Sua coluna é indispensável a quem se interessa pelo mundo da bola 5.
E também a quem nada entende de futebol.
Como um orgulho de jogador fracassado, posso dizer que treinei algumas vezes contra ele no juvenil do América, no antigo campo da Alameda, onde hoje é o supermercado Extra.
Eu no time reserva, segundo time como se dizia então.
Eu no time reserva, segundo time como se dizia então.
Parabéns, Tostão.
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