quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

TÉCNICOS QUE PODEM AREJAR O BRASILEIRÃO 2013



Dunga no Internacional e Ney Franco no São Paulo são os técnicos que mais me chamam atenção para 2013.
Dunga pode se revelar.
Na seleção, apesar do bom trabalho, não dá pra avaliar o trabalho do técnico.
Seleção é lugar onde não se pode treinar direito, os jogadores chegam num dia, jogam no outro e já voltam pros seus times.
O sucesso de um técnico na seleção depente muito mais da sua habilidade de selecionador do que a de treinador.
Se ele seleciona bem, faz bem o junta-junta, pode ter sucesso.
A verdadeira habilidade do treinador é vista no trabalho que ele desenvolve nos clubes.
O Internacional, nos últimos anos, teve elencos caros, sempre considerados entre os melhores do país, mas não teve sucesso nos campeonatos brasileiros.
Seu último título de campeão brasileiro foi em 1979.
E o time não joga bem apesar de elencos milionários e da conquista da Libertadores em 2006 e 2010 e da Copa de Clubes da Fifa de 2006.
Ganhou e perdeu jogando feio com Muricy, Abel Braga e Celso Roth.
Um time que é dirigido anos a fio por estes três, passa a carregar um estigma.
Joga por resultados, joga feio, joga mascado, encardido.
"Quem quiser espetáculo que vá ao teatro", diz um deles.
Os times treinados por eles jogam por uma bola levantada na área, pelo congestionamento defensivo e por uma saída em contra ataque.
São técnicos que juntos com Zagalo, Leão, Joel e Felipão, deformaram o futebol brasileiro.
Dunga tem a oportunidade de fazer o Internacional jogar coletivamente e bem.
O jogo coletivo é um de suas obsessões. 
Ney Franco é o outro técnico que pode arejar o futebol brasileiro. 
Ele, tal como Dunga, trabalhou para a CBF. 
Conseguiu organizar muito bem a seleção de jovens da entidade e ganhou títulos.
Na Olimpíada de Londres foi deixado de lado, deu o lugar a Mano Menezes que foi um fiasco.
Com Ney Franco a seleção talvez conquistasse o título.
Ele consegue fazer seus times jogarem de modo sólido.
Foi assim na base do Cruzeiro, no Ipatinga, no Flamengo (que vivia uma fase terrível e aprumou) e, por último, no Coritiba.
Os times dirigidos por Ney Franco são organizados, ocupam espaços, procuram dominar todo o campo de jogo.
Ele me lembra Zezé Moreira que foi o papa dos técnicos brasileiros.
Quem viu o Fluminense e o Cruzeiro de Zezé Moreira sabe do que eu falo.
Todos que viram aqueles times, pensavam/percebiam: é um time treinado.
E treinado por Zezé Moreira.
No jogo, estava a inteligência futebolística do técnico.
Não havia uma estratégia de bola parada, ou de congestionamento aqui e ali, ou saída de contra ataque, essas coisas que tantos ficam treinando à exaustão.
Não.
Havia, sim, uma estratégia para dominar o campo de jogo.
Um conjunto treinado para isso.
Evidentemente numa época em que o futebol era muito menos competitivo.
Só vi isso depois na Holanda de Rinus Michels que inventou o futebol moderno em 1974 e no Barcelona, que é herdeiro direto dele nos dias de hoje.
Acredito que Ney poderá influenciar muito fortemente o futebol brasileiro.

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