quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

PROGRAMAS ESPORTIVOS E COMEDIANTES AMADORES

Não é de hoje que comentaristas esportivos vivem de mãos dadas com a comicidade. 
A história começou no rádio e, em Minas Gerais, o folclórico Kafunga - ex goleiro do Galo - foi o seu melhor esteio.
Hoje, na TV, os programas esportivos emulam os programas de variedades, apelam ao sorteio de brindes e interagem com telespectadores que enviam e-mails. 
Os e-mails são lidos, confrontados, criticados e, às vezes, servem ao bate boca farsesco dos comentaristas.
Um formato que faz muito sucesso é o de colocar comentaristas-torcedores em mesa-redonda.
Essa fórmula é tão antiga quanto explorada.
Em Minas, A TV Alterosa usa e abusa de jornalistas torcedores do Galo, do Coelho e da Raposa.
Dadá Maravilha é um deles.
É espitituoso e consegue alguma graça de qualidade.
Jair Bala, pelo América, também tem seus momentos.
Nesse formato de programa, ao invés de tratar das notícias, os comentaristas-torcedores-comediantes defendem os seus times, mesmo que para isso tenham que usar os argumentos mais idiotas.
Eles atuam como clowns, palhaços da bola.
Como o riso cativa, a comicidade povoa esses programas de clara palhaciata e também os programas de informação, os jornais esportivos.
Infiltrou-se neles.
E, em alguns, ficou ridícula.
Sim, a comicidade mal feita pode ser muitíssimo ridícula.
A ESPN é a campeã no torneio de comicidade esportiva.
O SPORTCENTER da ESPN é um desses programas.
Antero Greco funciona como o engraçado e o Paulo Soares como o escadinha.
O resultado não é bom.
Antero Greco talvez seja engraçado no convívio interno, entre os colegas de profissão, mas não tem a empatia do comediante.
E Paulo Soares, para ajudá-lo, interrompe notícias para rir, deixa-as em segundo plano e faz com que elas sejam diminuídas e se tornem apenas desculpa para as piadas.
No Linha de Passe, também da ESPN, Juca de Oliveira, jornalista esportivo veterano, coloca-se em cena como jornalista-torcedor do Cortínthians e tenta umas graças mal embrulhadas em espirituosidade que se tornam cansativas.
Quando o programa começou isso não acontecia tanto.
Hoje, talvez gostando do seu papel de gracista, ele perdeu um pouco a medida.
Outro programa da ESPN, o Bate Bola, consegue atingir um equilíbrio satisfatório tratando as notícias com descontração e bom humor.
João Carlos Albuquerque, o apresentador, tem uma verve natural de comediante, aquele que ri de si mesmo e que, rindo, também castiga outros.
O Loucos por Futebol, na maioria das vezes, perde intensidade porque Marcelo Duarte tenta ser um gracista. 
O comediante é ou não é.
Nos jornais esportivos da Band, sinto certa pena ao ver Denilson se prestando ao ridículo.
O Fox Sports Rádio é uma novidade.
Como todos os outros é a chamada mesa redonda conduzida por típicos radialistas, aqueles auto-falantes ambulantes. 
Eles não falam, irradiam.
Um deles, um moreno que sempre arregala muitos os olhos, faz o comediante mal humorado, uma espécie de Moe dos Três Patetas.
Depois de meia hora é impossível suportar a gritaria.
Já os programas da Globo/Sportv são mais massudos.
O Bem Amigos faz comédia bulindo com Arnaldo César Coelho.
Uma bobaginha, talvez um tanto elitista, na preparação de pratos e escolha de vinhos.
O comentário sóbrio como o que é feito pelo Fernando Calazans, onde o jornalista não fica apelando à comédia, é o meu preferido.
O comediante amador é terrível.

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