sábado, 12 de outubro de 2013

OS JOGADORES LOUVA-DEUS

Jogadores de futebol são religiosos - parece que crentes ou católicos, cristãos.
Da umbanda ou do candomblé não conheço.
É incrível o número deles que se expressa pela "glória de deus" - seja lá o que isso signifique - antes, durante e depois dos jogos.
Ganham porque foram abençoados por deus.
Marcam gols porque foram abençoados por deus.
Jogam bem porque foram abençoados por deus.
Nunca vi um só deles dizer que foi substituído porque deus o abençoou.
Que perdeu porque foi abençoado.
Que se lesionou porque foi abençoado.
Que tomou um frango pela "glória de deus".
O goleiro Fábio, do Cruzeiro, é pródigo em suas louvações.
Nunca vi uma entrevista dele que não fosse derramada em citações à divindade.
No campo, entretanto, ele não se mostra nada cristão.
Como nenhum dos dos jogadores louva-deus de todos os times brasileiros se mostra.
Se o time está ganhando ele pratica todo tipo de anti-jogo possível.
Atrasa a reposição de bola de maneira irritante, simula contusões para "esfriar" um jogo, troca luvas, chuteiras, etc.
Já foi punido várias vezes por atos tais.
Quando um jogador  faz "cera" como o Fábio faz, está agindo desonestamente.
Quem pagou ingresso - ou a TV - quer ver o jogo.
Se não o vê, porque o jogador subtrai tempo com enganação, está sendo prejudicado. 
Algo está sendo tirado dele.
Trata-se de uma falcatrua, de um pequeno furto.
Furtar é um pecado, segundo leis do deus cristão.
É falta contra ética esportiva e, também, contra a ética religiosa.
Os jogadores europeus, ingleses e alemães principalmente, primam pela ética esportiva.
Raríssimas vezes um deles atrasa o jogo propositalmente.
O seu time pode estar ganhando e sendo pressionado que ele não "faz cera".
Repõe bola em jogo imediatamente.
Mantém o jogo vivo, intenso.
Zela para que o público veja o espetáculo que foi ver, que pagou para ver.
Não quer a vitória ou a vantagem a todo custo.
Fábio precisa rever seus conceitos.
Não pode creditar a deus uma vitória conseguida por meio de falcatruas, como ele tem feito.
O mesmo para todos os jogadores brasileiros - os que que atrasam a reposição da bola ao jogo,  atrasam cobranças de faltas, de laterais, simulam faltas e contusões, buscam enganar a arbitragem, prendem a bola junto da bandeira de corner para fazer o tempo passar sem jogo, etc.
O mesmo para os técnicos que incentivam estas práticas - alguns mandam o jogador cair antes de ser substituído e fazem substituições apenas para atrasar, matar os minutos finais de um jogo.
O mesmo para os comentaristas esportivos que aceitam estas práticas como coisa sadia, chamando-as de malandragem. 
Exaltando, inclusive, a malandragem.
Não há nada mais distante dos campos de futebol - no gramado, na mídia e na arquibancada - do que a ética esportiva.
E, claro, também, a ética cristã.
Nesse sentido, as louvações de Fábio e de seus companheiros de bola são pura hipócrisia.

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