terça-feira, 29 de outubro de 2013

O PATRIOTISMO DE ARAQUE DO FELIPÃO.

Scolari não conseguiu disfarçar a decepção com a renúncia do jogador Diego Costa em defender a seleção da CBF.
Diego fez carta à confederação espanhola manifestando desejo de defender a sua seleção. 
Disse Felipão: "Um jogador brasileiro que se recusa a vestir a camisa da Seleção Brasileira e a disputar uma Copa do Mundo no seu país só pode estar automaticamente desconvocado. Ele está dando as costas para um sonho de milhões, o de representar a nossa seleção pentacampeã em uma Copa do Mundo no Brasil."
Quando ele leu a nota, sua raiva e seu patriotismo ofendido ficaram nítidos.
Enfatizou  as palavras "brasileiro", "seu país", "Brasil".
Cada uma delas soou como grave admoestação.
Hipocrisia maluca do velho Felipão ao lado do velho defensor de torturas, o Marin.
Que é isso, Scolari?
Você não defendeu a seleção portuguesa, dirigindo-a?
E isto depois de dirigir os brasileiros em jogos oficiais, em copa do mundo?
Não jogou e até ganhou da seleção da CBF com os gajos?
O velho Parreira também não defendeu outras seleções depois de ter dirigido oficialmente a canarinha em jogos oficiais, inclusive em copa do mundo?
Quer dizer que você e Parreira atuando no comando de seleções estrangeiras foram patriotas e que Diego Costa, na seleção espanhola não é?
Que bobagem é esta?
Por que só os jogadores devem ser patriotas?
Técnico está dispensado do patriotismo?
Futebol não tem nada a ver com pátria.
Seleções são times montados por confederações de um determinado país para disputar torneios.
Felipão e Marin têm uma idéia de pátria como divinização do estado que é aplicável para os jogadores e dispensável para os técnicos.
Pátria vem de país, do italiano paese, que vem do latim pagus, que quer dizer aldeia, de onde deriva também a palavra pagão.
É lugar onde uma pessoa vive, se sente bem, compartilha valores, cultura.
E onde viveram também os seus antepassados.
Patriotismo, portanto, é um valor pessoal.
Não se trata de dever.
Antigamente era dever imposto pelo Estado Divino que exercia seu poder absoluto sobre súditos e escravos.
Que eram, inclusive, vendidos junto com as terras, convocados para guerras, etc.
Depois serviu muito bem para restringir, impedir concorrências, etc.
Hoje, como benéfico resultado da globalização, tudo isso vai se desmanchando no ar.
Somos todos da mesma origem.
Humana.
E, por fim, espero o dia em que os estados nacionais com seu patriotismo de araque irão acabar.
E com eles as fronteiras e todas as cercas que tolhem o ser humano.
E  já irão tarde.
E o patriotismo voltará a ser o amor que cada um tem por sua pequena aldeia, por seu amigos, seu valores.
Algo muito pessoal.
Que nenhum Marin da vida pode pode impor.

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