sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

O EMBATE QUE PODE MUDAR O FUTEBOL BRASILEIRO



Andrés Navarro Sanchez, ex-presidente do Corínthians vai enfrentar Marin na eleição para a presidência da CBF em abril de 2014, faltando 2 meses para a Copa do Mundo.
Dessa crônica de guerra anunciada pelo Perrone em seu blog, pode surgir um ganho para os clubes:  a criação da Liga e a consequente perda de poder da CBF, das federações estaduais e o fim da manipulação do futebol pela TV Globo.
Eis a história:
Foi Andrés Sanchez quem indicou Mano Menezes para a seleção e se tornou, ele mesmo, diretor de seleções.
O presidente, na época, era seu aliado Ricardo Teixeira.
Quando Teixeira foi obrigado a demitir-se (exilando-se em Boca Ratton), José Maria Marin assumiu a CBF, escoltado pelo palmeirense Marco Polo Del Nero, presidente da federação paulista e braço direito e alma e potencial sucessor de Marin.
Del Nero não podia suportar o possível sucesso de Mano e de Andrés à frente da seleção brasileira.
Se isso acontecesse, o futuro presidente da CBF seria Andrés.
Com a proximidade da copa e depois do fracasso na Olimpíada, a seleção começava a definir-se e ganhar solidez.
Del Nero não podia esperar mais.
Pôs Andrés pra correr (logo depois de Mano), com inteira aprovação de Marin.
Andrés Navarro Sanchez, foi humilhado, escorraçado.
Mas começa a superar seu infortúnio, preparando-se para a disputa.
Assim:
Veiculou que Marin seria desconvidado para comandar o Corínthians no Japão.
Marin teve que comunicar que não podia ir.
 Andrés comandou a delegação do time.
Agora ele assume o comando de tudo que se refere ao Itaquerão (que não existiria se não fosse ele e sua amizade com Lula e com Ricardo Teixeira).
Entrou no lugar de Luiz Paulo Rosemberg que deixou o cargo, docilmente.
Corínthians campeão, inauguração do Itaquerão, Ricardo Teixeira, Lula e Globo, Fernando Haddad, prefeito de São Paulo a quem Sanches levou o apoio do Palmeiras e do São Paulo.
Lembram-se da foto dos quatro? Haddad, Andrés, Juvenal e Tirone?
Pois então?
A guerra anunciada tem objetivo estratégico.
A luta será pelo voto de clubes e das federações.
Sanches acabou com o Clube dos 13, defenestrou o Fábio Koff e com isso ganhou a confiança da Globo.
Mas, como dano colateral, ganhou muitos ódios que estão bem conservados na geladeira.
O mais aterrorizante para ele será a posição dos presidentes de clubes – os grandes clubes brasileiros mandam no voto das federações estaduais.  
Os grandes  clubes temem que com Andrés na CBF, o Corínthians e Flamengo sejam os únicos verdadeiramente beneficiados.
A Globo quer isso.
O Flamengo de Márcio Braga, que foi apoiado por Andrés na disputa com Fábio Koff, quer isso.
O Corínthians de Andrés quer isso.
“Isso” é a espanholização do futebol brasileiro.
Dois times disputando o título e os demais fazendo número.
E já se caminha nesta direção.
Cruzeiro, Atlético, Grêmio, Inter, Botafogo, Vasco ganham em torno de 60 milhões anuais da TV.
Corínthians e Flamengo ganham mais que o dobro, algo como 150 milhões.
Os outros, tradicionais, mas menores clubes, ganham 30 ou 40 milhões.
Aí, nesse terreno de interesses, a luta será dura.
Tomara que dela surja a Liga dos Clubes de futebol profissional do país.
Que cuidaria, ela mesma, de organizar as competições.
Os clubes tomariam para si o que, até hoje, é usurpado pela CBF.
O possível surgimento da liga é o terror da TV Globo, da CBF e das federações estaduais.
Com a criação da liga, à CBF caberia apenas cuidar da seleção.

Nenhum comentário:

Postar um comentário