A comparação entre jogadores é possível apenas em alguns aspectos.
A efetividade é um deles.
Efetividade em termos de desarmes, passes certos, dribles necessários, assistências, finalizações certas e erradas, gols.
Confesso que os dribles, para mim, carregam grande dose de subjetividade.
Há o drible bonito e necessário, a passagem e a finta de corpo com o objetivo de chegar ao gol, ou de estabelecer um alívio defensivo ou de organizar uma jogada.
Como há o drible desnecessário, o drible de vaidade, o drible para ganhar tempo, etc., que são coisas menos esportivas.
A comparação também depende do tempo, da solidez do jogo de um atleta durante um determinado período.
Do número de partidas feito por cada um.
Digamos, 5 a 10 anos, pelo menos.
É inglória esta comparação.
Mas comportamentos, podemos comparar.
Neymar e Cristiano Ronaldo, por exemplo, são muito parecidos.
E os dois se parecem também com Ronalducho e com Beckhan que fundou essa linhagem.
São ambos ótimos jogadores, goleadores, craques.
Ao lado, porém, do jogo, sentem-se igualmente atraídos pelo palco, pela ribalta e dela obtêm muitos lucros.
São jogadores-estrela.
Para eles, parece, jogar futebol não é solitariamente a coisa mais importante.
Tão importante quanto é auferir sob as luzes e sem dividir com outros jogadores a glória e as loas alcançadas em campo e, mais do que isso, expandi-las.
É como se dissessem: "Aqui estou eu, um astro, muito maior do que apenas um jogador de futebol".
Já Messi e Zidane pertencem a outro tipo de pessoas.
Tudo o que Messi faz e que Zidane fez, é e foi circunscrito ao campo de jogo.
Eles também lucraram e lucram com alguma publicidade e com os chamados "direitos de imagem".
Mas o centro da vida deles não está e nunca esteve nos palcos.
Pelo contrário.
Ambos fogem e fugiram dele.
Pouco se sabe da vida pessoal de cada um.
Messi e Zidane poderiam ser os monges do futebol.
Neymar, Cristiano Ronaldo, Ronalducho, David Beckhan poderiam ser os cortesãos do futebol.
Messi e Zidane podem ser tomados por pessoas comuns.
Neymar, Cristiano Ronaldo, Ronalducho e David Beckhan poderiam ser designados como metrossexuais,
jovens excessivamente preocupados com a aparência e que, parece, gastam boa parte do seu tempo e dinheiro embelezando-se de acordo com as "tendências" da moda.
As estrelas têm valor.
O mercado, os negócios precisam delas.
Os homens comuns têm valor.
Talvez os homens comuns sejam um melhor exemplo para a vida.
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