quarta-feira, 24 de julho de 2013

SE O GALO VENCER, ATÉ VELÓRIO DE ATLETICANO VAI VIRAR FESTA

Aqui do 6º de Alagoas com Cláudio Manoel, posso ouvir a algazarra de atleticanos.
A expectativa do jogo decisivo contra o Olímpia paraguaio toma conta da cidade.
Ainda são 17 horas e há cantoria desenfreada nas adjacências.
Ruídos que vêm desde a praça da Savassi, da Liberdade.
Ecos da Afonso Pena.
"É hoje o dia..."
De repente irrompe um foguetório.
Fumaça subindo no meio das árvores, repartindo a Serra do Curral.
Uma bomba explode seguida por um berro de "Galo".
Buzinaço.
Carreatas.
Um frenesi de gritos, risos, acelerações súbitas.
Até os passarinhos estão piando diferente.
Teve começo de briga quando um chegou na janela e insultou atleticanos.
Tacaram foguete pra dentro da casa dele.
A cidade está fervendo em preto e branco para o jogo de logo mais no Mineirão.
Nas casas... tenho notícias de famílias que se reúnem, chamam amigos, preparam uma festa para a hora jogo, antes e depois dele.
Há festas para secar também.
Rômulo Duque, produtor cultural, virá para minha casa hoje.
A família dele está viajando.
Como assistir um jogo desses sozinho em casa? 
Ele, que é atleticano, virá assistir o jogo no meio de cruzeirenses que vão secar do princípio ao fim.
Canca, minha mulher, não se conteve no primeiro jogo.
A cada gol do Olímpia corria à janela e berrava "Chuuuuuupa Galo".
E soltava estrondosas risadas.
A risada ecoava pela Savassi sobre o silêncio murcho dos galistas.
Virão filhos, noras, amigos para a secação.
Todos cruzeirenses.
Hoje Rômulo vai sofrer demais.
Há cruzeirenses que comemoram mais as derrotas do Galo que as vitórias do Cruzeiro.
Se o Galo for campeão, o hoje emenda com amanhã e depois.
Ah, sem dúvida que emenda.
O frenesi cresce.
Se o Galo for campeão da Libertadores, defunto que se prepare. 
Até velório de atleticano vai virar festa.

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