terça-feira, 14 de janeiro de 2014

SEEDORF: "O FUTEBOL NÃO É A MINHA VIDA..."

Clarence Seedorf convocou coletiva de imprensa para se despedir do alvinegro carioca.
Vai ser técnico do Milan.
Foi uma bela entrevista.
Ou melhor, Seedorf se expressou muito bem, enquanto a maioria dos jornalistas presentes não agiu profissionalmente.
Aliás, não sei se o que denominamos "imprensa esportiva" é jornalismo.
Seus representantes atuam como "amigos" dos jogadores e dos dirigentes.
Fazem questão de mostrar intimidade.
Perguntam coisas pessoais que ficariam melhor nas colunas de fofoca.
Esmeram-se em levantar a bola para o jogador dizer o que imaginam que vai dizer.
É vergonhoso.
Alguns beiram a idiotice.
Não, ultrapassam a idiotice.
Só para ilustrar, no programa "Redação SporTV" - da Globo -  de hoje, a "jornalista" Marluci Martins comparou o vestido de Fernanda Lima na cerimônia de entrega da Bola de Ouro da Fifa, com o que a apresentadora usou no sorteio da Copa do Mundo.
Disse "eu enquanto mulher prefiro o verde..."
Enquanto mulher, Marluci?
Há momentos em que vc é homem?
Durante a entrevista de despedida, Seedorf mostrou que é um homem preparado para assumir a direção técnica do Milan.
Falou dos problemas do futebol com discernimento e maturidade.
Manifestou apoio ao Bom Senso Futebol Clube.
E, dentre muitas coisas que disse, uma o revelou plenamente como cidadão: "O futebol não é a minha vida, é uma parte da minha vida".
Referia-se ao encerramento da carreira de jogador o que, para muitos, é um sofrimento.
Paulo Roberto Falcão diz: "O jogador de futebol morre duas vezes. Uma quando encerra a carreira, e outra quando morre mesmo".
Pura manifestação de despreparo profissional.
Seedorf só vai morrer mesmo uma vez.
É interessante comparar a entrevista de um jogador bem preparado com a  de outro que, mesmo sendo ótimo atleta e muito famoso, carece de reflexão sobre o próprio esporte que pratica.
Por exemplo, se compararmos a entrevista de Seedorf com as de Ronaldinho Gaúcho ou do Ronaldo Nazário... estes dois só revelam imaturidade, tal a superficialidade com que tratam o futebol e quaisquer outros assuntos.
No Brasil, dentre os que estão atuando, poucos, como Rogério Ceni, Alex e Paulo André, estão acima da linha da tolice.
Ou da pobreza intelectual.
E não só no Brasil.
São raras as grandes estrelas do esporte mundial que não estejam preocupadas só com o próprio umbigo.
Da famosa seleção brasileira de 1970, talvez apenas Tostão tenha escapado da mediocridade. Ouvir muitos daqueles campeões mundiais é fazer exercício de emburrecimento.
Jogadores como Seedorf  são raríssimos.
Certamente fará boa carreira como técnico.

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