quinta-feira, 19 de setembro de 2013

ACABOU O TEMPO DOS CORONÉIS NO ESPORTE BRASILEIRO

Acabou o tempo dos coronéis e das capitanias hereditárias no esporte brasileiro. A revolução passou pela Câmara dos Deputados e pelo Senado. Espera pela garantida assinatura de Dilma…


"Na minha opinião, aquilo que é bom deve continuar. Entre fazer uma experiência e ficar com aquele que comprovou que é bom... Eu fico com quem é bom."
Esta é a opinião assumida de José Maria Marin.
Ele a repetiu várias vezes para a imprensa e para o ministro Aldo Rebelo.
E aos representantes da CBF em Brasília.
Deputados e senadores que formam a bancada da Bola até que tentaram.
Mas não conseguiram impedir a aprovação da mudança nas entidades esportivas do país.
O projeto de lei 620 atropelou ditaduras, capitanias hereditárias.
Será uma emenda que muda a lei Pelé.
A ONG Atletas pelo Brasil foi quem trabalhou por esta revolução.
Houve uma união de nomes consagrados para mudar a legislação.
Ana Moser, Raí, Gustavo Borges... Carmen de Oliveira, Hortência, Ida e Ana Mota entre outros.
O trabalho junto aos políticos foi perfeito.
O Senado repetiu o que a Câmara já havia feito.
Aprovou ontem de forma absoluta uma revolução.
E que vai além do continuísmo.
As entidades esportivas que recebem auxílio público terão de se adequar.
Seus dirigentes só poderão ter mandatos de no máximo quatro anos.
Com direito a uma reeleição.
E mais, acabou o nepotismo.
São inelegíveis o cônjuge e os parentes até o segundo grau dos dirigentes.
Acabou a festa.
A CBF tentou escapar deste enquadramento.
Mas não houve como.
A entidade não recebe dinheiro público.
Mas tem privilégios, isenções fiscais que a enquadram no projeto de lei.
A presidente Dilma Rousseff já antecipou que vai sancionar o projeto.
O projeto foi aprovado como medida provisória pelos senadores.
Depois que Dilma o sancionar, entrará em vigor depois de seis semanas.
Vale alguns exemplos da situação atual do esporte no País.
Coaracy Nunes é presidente da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos).
Há nada menos do que 25 anos.
Foi reeleito para mais um período de quatro anos.
Poderá completar 29 anos.
Roberto Gesta de Mello ficou 25 anos comandando a CBAt, de atletismo.
Saiu o ano passado por que quis.
Carlos Arthur Nuzman ficou 20 anos na CBV.
Deixou o comando do vôlei do país e assumiu o Comitê Olímpico Brasileiro.
Em 1995.
No ano passado foi candidato único a mais uma reeleição.
Foi confirmado e ficará 21 anos no cargo.
João Havelange comandou o futebol brasileiro por 22 anos.
Ricardo Teixeira ficou 23 anos na CBF.
Esse continuísmo vai finalmente acabar.
As federações estaduais de futebol também se submeterão às novas regras.
Além do fim do continuísmo e do nepotismo, há outra alteração.
As entidades terão de garantir transparência em suas administrações.
E nos contratos que assinarem.
Há outras mudanças que estão sendo articuladas.
Como as que cuidam das eleições viciadas em muitas federações.
Os atletas deverão ter direito a votos.
E também participação nas diretorias eleitas.
Os lucros dessas entidades esportivas desse ser aplicados no esporte.
Os velhos dirigentes brasileiros estão desesperados.
Vão parar de tratar as federações como entidades privadas.
Não se prepararam para esse banho de democracia e modernidade.
Não haverá outra saída a não ser se adequar.
A presidente Dilma deverá sancionar a lei nas próximas semanas.
Está certo o seu apoio nesta revolução.
A farra vai acabar.
Nem parece verdade.
Nem parece o Brasil...

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