segunda-feira, 3 de junho de 2013

A EMPÁFIA DO FUTEBOL BRASILEIRO



A empáfia do futebol brasileiro em relação à América Latina é um dos fatores para que esteja tão atrasado técnica e taticamente.
Não há técnicos brasileiros trabalhando em países vizinhos. (Como não há técnicos brasileiros trabalhando na África. Na África portuguesa de Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe.)
E os times brasileiros não contratam técnicos da América espanhola.
Enquanto isso, nossos vizinhos fazem intenso intercâmbio de técnicos e de jogadores.
Raro time deles onde não se encontrem jogadores de várias nacionalidades.
Assim evoluíram técnica e taticamente e o futebol brasileiro ficou estacionado.
Isolado em sua empáfia de "melhores do mundo" passou ao largo do que se construiu mundialmente em termos de jogo coletivo.
Quando Guardiola foi aventado para dirigir a seleção da CBF, Zagalo foi contra.
Andrés Sanches foi contra.
Parreira foi contra.
Marin foi contra.
Estes são os pensadores do futebol brasileiros.
A imprensa brasileira - a TV Globo foi contra - também não fica atrás em atrasos.
Ela e a corporação dos técnicos impediram o avanço.
Somos os melhores do mundo.
Pra que intercâmbio?
Só hoje, alguns jornalistas começam a desconfiar que não é bem assim.
Alguns dinossauros da imprensa - como Alberto Helena - reconhecem que estamos atrasados táticamente.
Mas não reconhecem que estamos atrás, também, tecnicamente.
Ainda pensam que nossos jogadores são bafejados por Deus para serem sempre os melhores do mundo.
Para ele, e outros iguais, basta que olhemos para trás e imitemos os que se fazia nos anos 60, 70.
A empáfia nos condenou tática e tecnicamente.
Hoje, jogamos um jogo que não é visto em nenhum outro lugar, tal a sua pobreza.
Não há nenhum jogador brasileiros como referência mundial.
Todos esperam que Neymar, agora no Barcelona, torne-se esta referência.
O título do Corínthians nos enganou um pouco.
Pegou um Chelsea desfigurado e ganhou - ainda que jogando pior e criando quase nenhuma chance de gol.
O Corínthians é o que consegue algum jogo coletivo dentro da pobreza do cenário brasileiro.
O Galo, um pouco abaixo coletivamente, também pode ser citado.
O Brasil só conseguiu sair da idade da pedra tecnológica quando se abriu ao intercâmbio estrangeiro.
É preciso romper a reserva de mercado para técnicos de futebol no Brasil.
E não se trata somente de técnicos.
Segundo a Universidade do Futebol, o Brasil é, também, o país mais fechado para jogadores estrangeiros entre os 60 principais mercados do futebol no mundo. 
O Porto levou e lucrou com jogadores colombianos como Falcão Garcia e agora com James Rodrigues, que foram ao Mônaco.
Só para citar alguns que se tornaram estrelas mundiais e que jamais foram citados por algum técnico brasileiro para contratação.
Como se explica que os dirigentes do Porto conheçam mais e melhor o mercado sulamericano do que os brasileiros?
Empáfia.
Nosso futebol não gosta de se misturar com a ralé.
E, assim, vai se tornando, ele mesmo, uma ralé.


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