A
empáfia do futebol brasileiro em relação à América Latina é um dos fatores para
que esteja tão atrasado técnica e taticamente.
Não
há técnicos brasileiros trabalhando em países vizinhos. (Como não há
técnicos brasileiros trabalhando na África. Na África portuguesa de Angola,
Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe.)
E
os times brasileiros não contratam técnicos da América espanhola.
Enquanto
isso, nossos vizinhos fazem intenso intercâmbio de técnicos e de jogadores.
Raro
time deles onde não se encontrem jogadores de várias nacionalidades.
Assim
evoluíram técnica e taticamente e o futebol brasileiro ficou estacionado.
Isolado
em sua empáfia de "melhores do mundo" passou ao largo do que se
construiu mundialmente em termos de jogo coletivo.
Quando
Guardiola foi aventado para dirigir a seleção da CBF, Zagalo foi contra.
Andrés
Sanches foi contra.
Parreira
foi contra.
Marin
foi contra.
Estes
são os pensadores do futebol brasileiros.
A
imprensa brasileira - a TV Globo foi contra - também não fica atrás em atrasos.
Ela
e a corporação dos técnicos impediram o avanço.
Somos
os melhores do mundo.
Pra
que intercâmbio?
Só
hoje, alguns jornalistas começam a desconfiar que não é bem assim.
Alguns
dinossauros da imprensa - como Alberto Helena - reconhecem que estamos
atrasados táticamente.
Mas
não reconhecem que estamos atrás, também, tecnicamente.
Ainda
pensam que nossos jogadores são bafejados por Deus para serem sempre os
melhores do mundo.
Para
ele, e outros iguais, basta que olhemos para trás e imitemos os que se fazia
nos anos 60, 70.
A
empáfia nos condenou tática e tecnicamente.
Hoje,
jogamos um jogo que não é visto em nenhum outro lugar, tal a sua pobreza.
Não
há nenhum jogador brasileiros como referência mundial.
Todos
esperam que Neymar, agora no Barcelona, torne-se esta referência.
O
título do Corínthians nos enganou um pouco.
Pegou
um Chelsea desfigurado e ganhou - ainda que jogando pior e criando quase
nenhuma chance de gol.
O
Corínthians é o que consegue algum jogo coletivo dentro da pobreza do cenário
brasileiro.
O
Galo, um pouco abaixo coletivamente, também pode ser citado.
O
Brasil só conseguiu sair da idade da pedra tecnológica quando se abriu ao
intercâmbio estrangeiro.
É
preciso romper a reserva de mercado para técnicos de futebol no Brasil.
E
não se trata somente de técnicos.
Segundo
a Universidade do Futebol, o Brasil é, também, o país mais fechado para
jogadores estrangeiros entre os 60 principais mercados do futebol no
mundo.
O
Porto levou e lucrou com jogadores colombianos como Falcão Garcia e agora com
James Rodrigues, que foram ao Mônaco.
Só
para citar alguns que se tornaram estrelas mundiais e que jamais foram citados
por algum técnico brasileiro para contratação.
Como
se explica que os dirigentes do Porto conheçam mais e melhor o mercado
sulamericano do que os brasileiros?
Empáfia.
Nosso
futebol não gosta de se misturar com a ralé.
E,
assim, vai se tornando, ele mesmo, uma ralé.
Perfeito!
ResponderExcluir